Você já parou para pensar que, às vezes, aquelas aspas que você coloca em uma frase podem mudar completamente o sentido do que quer dizer? E se você as usar de forma errada na redação do Enem, por exemplo, poderá até perder pontos. Melhor não vacilar, hein!
Quer evitar essa confusão? Maína Machado, professora de Linguagens e Códigos do Anglo Alante Butantã, apresenta cinco situações de mau uso das aspas. E a gente mostra também as maneiras corretas, é claro.
Afinal, o que são as aspas?
Antes de falar sobre o mau uso das aspas, é importante entender o que são. De acordo com os dicionários de Língua Portuguesa, aspas são sinais gráficos, em forma de pequenas alças, que distinguem em um texto uma citação, um título de obra etc., ou servem para ressaltar palavras ou expressões. Mas, como tudo na gramática, tem regrinhas que precisam ser seguidas. Veja abaixo os cinco erros mais comuns.
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1. Dar ênfase de forma indevida
Já viu aqueles cartazes do tipo: Temos lanches e porções “deliciosos” ou temos os “melhores” preços da cidade? Aqui o intuito de quem escreveu foi dar destaque positivo às palavras entre aspas. Mas, nesses dois casos, esse recurso pode sugerir ironia ou sarcasmo, não destaque. Aliás, um dos usos corretos das aspas é justamente ironizar – uma figura de linguagem que reforça algo por sua negação. Ou seja, “se quiser enfatizar algo, melhor deixá-lo em negrito”, sugere a professora Maína.
Além de usar aspas para destacar uma ironia, Maína explica que esse recurso também é empregado em:
- nomes de obras (livros, filmes e músicas);
- gírias;
- palavras estrangeiras;
- neologismos (que são termos inventados e que não existem no dicionário).
+ Interpretação de texto: Metáfora e outras figuras de linguagem
2. Exagerar ou usar de maneira desnecessária
Tem gente que gosta de usar aspas em tudo para enfatizar palavras ou expressões de forma desnecessária, principalmente em termos que são amplamente reconhecidos ou que não precisam de destaque. Ou ainda incluir várias citações em um único parágrafo, com aspas para cada frase. Vamos evitar a poluição visual?
Veja este exemplo com excesso de aspas abaixo:
Não “perca” a “promoção” da nossa “loja”, que vai só até “amanhã”!
Neste caso, bastaria apenas usar negrito na palavra “promoção” para dar destaque e chamar a clientela. Além disso, as aspas da palavra “promoção” podem gerar uma conotação irônica – problema mencionado lá no primeiro item da nossa listinha de erros.
3. Não utilizar em citações ou transcrições
Se você vai transcrever trechos ditos por outros autores – como poemas, contos, músicas, ou falas de personagens de livros e de entrevistados em reportagens jornalísticas – é necessário incluir aspas antes e depois. “É importante ressaltar que não podemos mudar o conteúdo destacado, tudo o que é transcrito precisa ser exatamente igual ao escrito original se estiver entre aspas”, ressalta a educadora Maína.
E a professora faz um alerta! “Não fazer uso das aspas em citações é um indício de plágio, ou seja, apropriar-se de um conhecimento como se ele fosse seu. Portanto, tome muito cuidado com isso nas suas redações de vestibular, pois poderá ser um dos motivos de anulação da sua prova”.
Exemplo de uso errado:
Na natureza nada se cria, nada se forma, tudo se transforma. Exemplo correto:
“Na natureza nada se cria, nada se forma, tudo se transforma”, segundo Lavoisier, o pai da Química Moderna.
+ O que é plágio acadêmico e como evitar
4. Confundir aspas simples e duplas
Esse é um erro corriqueiro: usar sem distinção as aspas simples e dupla em uma mesma frase. As aspas simples são usadas quando vamos destacar uma parte dentro de um trecho que já está entre aspas duplas. Veja os exemplos abaixo.
Forma correta:
“Façam a prova. Depois darei ‘feedback’ sobre as notas”, disse a professora para a turma de alunos.
Forma errada:
‘Façam a prova. Depois darei “feedback” sobre as notas’, disse a professora para a turma de alunos.
5. Colocar ponto final antes ou depois da aspa?
Quase ninguém sabe dessa regra! A professora Maína explica que se deve usar as aspas antes do ponto final quando elas não iniciaram uma frase. Exemplo:
Segundo Simone de Beauvoir, “O presente não é um passado em potência, ele é o momento da escolha da ação”.
Já, para usá-las depois do ponto final, a regra é quando elas iniciaram a frase:
“A vida é uma viagem e devemos aproveitar cada passo dessa jornada para crescer e evoluir como ser humano.”
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