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Exercício: teste várias leituras diferentes para uma mesma foto de satélite

No estudo ou no cotidiano, muito do que a gente precisa saber não vem escrito em texto. Veja as diferentes informações que podemos extrair da imagem abaixo

Por Paulo Zocchi
11 ago 2024, 15h00
Foto de satélite da Terra à noite (composição de múltiplas exposições)
Foto de satélite da Terra à noite (composição de múltiplas exposições) (Nasa/Divulgação)
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Veja com atenção o mapa acima – na verdade, uma foto da Terra à noite (ou melhor ainda, a soma de várias fotos de satélite). Os pontos brancos mostram onde se concentra a iluminação noturna. De uma única imagem, é possível extrair informações sobre um grande leque de assuntos. Essa habilidade é muito importante no Enem e nos vestibulares.

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Energia

Vamos começar pelo consumo de energia no mundo. Podemos ver pela concentração de pontos brancos as regiões do planeta em que se gasta mais ou menos energia. Há uma concentração da eletrificação no Hemisfério Norte, sobretudo nas regiões mais desenvolvidas – Europa, América do Norte, Japão e China.

Os Estados Unidos são o segundo país do mundo com o maior gasto de eletricidade, atrás da China. Em seu território, vê-se uma forte concentração na costa leste e nas regiões de Chicago (ao norte, à beira do lago Michigan) e de Los Angeles, na costa oeste; a área mais escura corresponde à região das montanhas rochosas. A China, cuja região oriental aparece iluminada no mapa, lidera o gasto de energia global com a segunda população do planeta (agora superada pela Índia) e uma atividade econômica em crescimento constante há três décadas.

+ Entenda a recente disputa entre Estados Unidos e China

As partes com menos pontos de luz no mapa-múndi são regiões pouco povoadas (Amazônia, deserto do Saara, altas latitudes) ou nas quais vivem populações ainda sem acesso à eletricidade – cerca de 670 milhões de pessoas, 8% do total mundial, segundo a ONU –, que dependem basicamente de queimar lenha para obter luz e calor.

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Migrações

No mapa noturno da Terra, as regiões mais brilhantes são também as mais ricas. Nas últimas décadas, são elas que atraem os principais fluxos migratórios. As áreas mais escuras do mapa são, em geral, as mais pobres, de onde partem os migrantes em busca de uma vida melhor.

Ao sul do iluminado continente europeu, está a África. São dois polos de fluxos migratórios. Países na Europa, como França, Reino Unido, Alemanha, Itália e Espanha sofrem atualmente forte pressão imigratória, tanto legal quanto ilegal, com consequências demográficas, econômicas e políticas. Em cada um desses países, boa parte dos imigrantes vem de antigas colônias, atraídos pelos laços linguísticos e culturais.

+ Migrações: Jornadas de desespero pelo mundo

Um contingente importante vem da África Subsaariana (ao sul do deserto do Saara, bem marcado na imagem). Nas principais rotas, atravessam as regiões desérticas em condições dramáticas, muitas vezes à pé, e tentam cruzar de barco o mar Mediterrâneo, partindo principalmente da Líbia e do Marrocos.

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No mundo todo, os movimentos migratórios têm crescido nos últimos anos, tanto em pequenas quanto em grandes distâncias, como resultado da desigualdade econômica e da profusão de conflitos em regiões como o Oriente Médio e a África, entre outros motivos.

Os Estados Unidos são o principal destino mundial de imigrantes, vindos principalmente da América Latina via México, mas também do Sudeste Asiático e da Índia. Outros destinos fortes de movimentos migratórios são a Rússia e os países exportadores de petróleo da península arábica.

+ Crise de refugiados: a realidade de quem é forçado a deixar seu país

Urbanização

Há duas décadas, pela primeira na história, a população mundial vive em sua maioria em ambientes urbanos. Na imagem, podemos ver o intenso brilho das metrópoles concentradas no Hemisfério Norte. Essas são as regiões já urbanizadas do planeta. Atualmente, a urbanização cresce de modo rápido em pontos menos luminosos do planeta, na África e na Ásia.

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+ Urbanização: o crescimento desenfreado das cidades e os problemas sociais

A Ásia apresenta fortes contrastes neste quesito. Coreia do Sul e Japão registram altas taxas de urbanização, ao passo que a Índia, cujo norte é muito iluminado no mapa – o país tem duas entre as dez maiores metrópoles do mundo –, ainda mantém mais de 60% de sua população vivendo na zona rural. A China, cuja região próxima do litoral é bastante urbanizada, possui um grande interior no qual ainda predomina a população rural – o país tem maioria urbana há pouco mais de dez anos.

No Brasil, com seu imenso território, a população largamente urbana se concentra nos pontos luminosos do mapa. Pelo interior, com a concentração de terra em grandes fazendas, a população foi sendo empurrada para as milhares de pequenas cidades que se espalham pelo nosso país.

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