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Estudantes com deficiência correm maior risco de abandono escolar

Pesquisa indica que estes alunos não receberam o suporte necessário durante o período de ensino remoto

Por Karolina Monte
Atualizado em 13 jun 2022, 17h42 - Publicado em 9 jun 2022, 16h50
Crianças com deficiência correm maior risco de evasão escolar
 (Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)
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Uma análise feita pela Plano CDE, com base em dados de pesquisa Datafolha, mostrou que os estudantes com deficiência não receberam o apoio constante necessário para o ensino remoto durante a pandemia e, por isso, tiveram mais dificuldades no retorno presencial às escolas quando comparado aos estudantes sem deficiência.

Durante os dois anos de ensino remoto por conta da pandemia 13% dos alunos com deficiência não tiveram nenhuma aula que contasse com recursos de acessibilidade. Além disso, 59% deles raramente ou nunca passaram pelo Atendimento Especializado Educacional (AEE) no contraturno, que tem como objetivo identificar, organizar e preparar o acesso de recursos pedagógicos para estudantes com deficiência, transtornos do desenvolvimento ou superdotação, considerando as necessidades individuais de cada um.

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Gráfico sobre estudantes com deficiência e abandono escolar
(Plano CDE/Itaú Social/Reprodução)

A volta às aulas presenciais não amenizou estes impactos. A pesquisa indica que 59% das crianças e jovens com deficiência sentiram-se despreparadas para o retorno. Isso fez com que, no final do ano passado, 21% dos estudantes com deficiência não comparecessem às aulas mesmo com as escolas reabertas – entre os alunos sem deficiência, essa proporção foi de 12%.

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Por fim, a pesquisa indica que a falta de acessibilidade e apoio coloca os estudantes com deficiência em uma posição de maior risco de abandono escolar. Na percepção dos pais entrevistados, cerca de 28% deles têm chances de deixar de frequentar as aulas durante o ano letivo, contra 19% dos colegas sem deficiência.

Entre as possíveis razões para este abandono estão o receio destes alunos não conseguirem acompanhar as aulas (31%); o de perderem o interesse pelo estudo (17%); precisaram trabalhar (5%) e não se sentirem acolhidos nas escolas (25%).

A pesquisa foi realizada com pais e/ou responsáveis de alunos da rede pública de ensino, a pedido do Itaú Social, Fundação Lemann e BID, com apoio do Instituto Rodrigo Mendes.

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