“Os Ratos”: resumo do livro cobrado na Fuvest 2025, vestibular da USP
Leitura obrigatória da Fuvest 2025, "Os Ratos" faz crítica atemporal ao capitalismo
Quando escreveu “Os Ratos”, Dyonélio Machado falou sobre os desafios de ser um brasileiro pobre em 1935, mas poderia estar se referindo a qualquer trabalhador do país em 2024. Ao longo das 192 páginas, o leitor acompanha um endividado em angústia percorrendo Porto Alegre em busca de dinheiro para pagar seus credores. A crítica ao capitalismo é uma tônica do romance.
Neste texto, o GUIA DO ESTUDANTE traz o resumo e análise do livro do autor brasileiro, que entrou na lista de leitura de obras obrigatórias da Fuvest 2025.
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Resumo da obra
Escrito em 1935, “Os Ratos” faz parte da segunda fase do modernismo brasileiro, que aconteceu entre 1930 e 1945. A luta pela sobrevivência em uma sociedade dominada pela exploração era um tema muito presente nesta segunda geração do movimento literário.
É neste contexto que Dyonélio Machado faz uma crítica ao capitalismo em um romance regional, no qual seu personagem principal, Naziazeno, precisa pagar uma dívida ao leiteiro para que continue recebendo seus galões de leite. Durante sua tentativa em angariar recursos, acaba fazendo mais dívidas ao pegar empréstimos com amigos e agiotas, levando o personagem a uma catarse de angústias.
Todo o livro se passa em um intervalo de 24 horas, nas quais o protagonista recorre a banqueiros, ao patrão, a pessoas que encontra na rua. Atordoado, acaba em determinado momento perdendo o pouco dinheiro que tinha para almoçar em um jogo. Quando se deita na cama para dormir, ao final do dia, os sonhos refletem sua maior angústia: ratos roendo o dinheiro que ele usaria para pagar o leiteiro.
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Análise da obra
Seja em 1935 ou 2024, o livro representa o trabalhador brasileiro, já que é fácil ficar endividado no país. A narrativa é o reflexo de uma sociedade em crise: na ânsia por se livrar de dívidas, o personagem principal acaba entrando em outras ainda maiores. Vale lembrar que, em 1935, o Brasil passava pela Era Vargas, logo após a promulgação da nova Constituição de caráter liberal.
O livro é narrado em terceira pessoa, mas com o narrador colado ao personagem principal, é possível acompanhar o sofrimento do homem que caminha pelas ruas de Porto Alegre em busca de dinheiro para resolver seus problemas. Durante sua peregrinação, Nazianezo consegue o dinheiro do leiteiro, porém agora precisa pagar as pessoas com quem pegou dinheiro emprestado. Esses eventos fazem com que ele questione o sentido de sua existência.
O personagem se repete várias vezes devido a angústia de ter que pagar seus credores e o clima é reforçado por sua andança. Os ratos surgem no final do livro, quando Naziazeno deixa o dinheiro para pagar o leiteiro em cima da mesa da cozinha e começa a ter alucinações de que os animais estão roendo as cédulas que ele usaria para pagar o débito.
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OS RATOS
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