A Fuvest é a principal porta de entrada para a Universidade de São Paulo (USP). Anualmente, o vestibular recebe milhares de estudantes que sonham em conquistar uma vaga na melhor universidade da América Latina. Além das disciplinas cobradas no Ensino Médio, a prova exige do candidato a leitura de uma lista de livros obrigatórios. A seleção muda a cada ano, e a recomendação é começar as leituras cedo. Por isso, confira já as obras obrigatórias que serão cobrados na prova da Fuvest 2025.
Neste ano, as novidades são “Os ratos“, de Dyonélio Machado, “A Ilustre Casa de Ramires“, de Eça de Queirós, e “Água Funda“, de Ruth Guimarães. A primeira fase do vestibular acontece no dia 15 de novembro. Os aprovados encaram a segunda fase, agendada para os dias 15 e 16 de dezembro.
+ Como revisar as obras obrigatórias para o vestibular
Veja a lista completa e, em seguida, uma breve descrição de cada obra.
- “Marília de Dirceu“, de Tomás Antônio Gonzaga
- “Quincas Borba“, de Machado de Assis
- “Os ratos“, de Dyonélio Machado
- “Alguma Poesia“, de Carlos Drummond de Andrade
- “A Ilustre Casa de Ramires“, de Eça de Queirós
- “Nós matamos o cão tinhoso!“, de Luís Bernardo Honwana
- “Água Funda“, de Ruth Guimarães
- “Romanceiro da Inconfidência“, de Cecília Meireles
- “Dois irmãos“, de Milton Hatoum
1. “Marília de Dirceu”, de Tomás Antônio Gonzaga
Marília de Dirceu
Durante os tumultos da Inconfidência Mineira, com Ouro Preto em chamas, Tomás Antônio Gonzaga, um dos supostos rebeldes, fez uma pausa para escrever poesias românticas. Em “Marília de Dirceu”, ele narra a história de um pastor apaixonado que é separado de sua amada. A obra se tornou um fenômeno por décadas, com especulações sobre a biografia do autor, sugerindo que ele próprio seria Dirceu, e sua amada, Maria Doroteia Joaquina, imortalizada como Marília.
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2. “Quincas Borba”, de Machado de Assis
Quincas Borba
Em “Quincas Borba”, romance publicado em folhetins ao longo de anos, Machado de Assis explora triângulos amorosos, jogos de aparência, riqueza e pobreza. Descubra os segredos do narrador intruso e as conexões entre Rubião e os vencedores da Mega Sena. Esta obra, juntamente com “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Dom Casmurro”, completa a renomada trilogia realista de Machado.
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3. “Os ratos”, de Dyonelio Machado
Os ratos
Em uma Porto Alegre provinciana, somos levados a acompanhar a jornada de Naziazeno. Ele percorre as ruas, de bonde ou a pé, imerso em uma profunda angústia existencial. Ao longo da história, descrita em vinte e oito capítulos e com uma escrita direta, somos apresentados a uma série de desencontros e rejeições que evidenciam as vulnerabilidades sociais e emocionais do protagonista. “Os Ratos”, publicado originalmente em 1935, só ganhou destaque crítico algumas décadas depois de sua publicação.
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4. “Alguma Poesia”, de Carlos Drummond de Andrade
Alguma Poesia
Em seu livro de estreia, publicado em 1930, Carlos Drummond de Andrade não apresenta o lado político e melancólico que alguns procuram, mas sim uma inspiração nos primeiros modernistas como Oswald e Mário de Andrade, inaugurando esse movimento literário em Minas Gerais. Os poemas tratam de temas cotidianos, em que o detalhe e o pequeno ganha relevância: a rotina pacata de uma pequena cidade mineira, os amores da juventude e as lembranças da infância.
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5. “A Ilustre Casa de Ramires”, de Eça de Queirós
A ilustre casa de Ramires
Gonçalo Mendes Ramires, um aristocrata rural português do final do século XIX, está determinado a ascender socialmente. Por sugestão de um antigo colega, decide escrever um livro exaltando os feitos de sua família, narrando as dificuldades enfrentadas por um antepassado distante. Mas não garante que tudo seja totalmente verdade… “A ilustre Casa de Ramires”, publicado originalmente em 1900, foi lançado postumamente e é interpretado de maneira ambígua pela crítica literária: uma homenagem a Portugal, mas também uma crítica aos costumes da época.
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6. “Nós matamos o cão tinhoso!”, de Luís Bernardo Honwana
Nós matamos o cão tinhoso!
No livro “Nós Matamos o Cão Tinhoso!”, de Luis Bernardo Honwana, o leitor é convidado a refletir sobre o racismo em uma nação de maioria negra e suas justificativas. Sem mencionar explicitamente os temas centrais, a abordagem é sutil e diluída ao longo de oito contos. Em um deles, um grupo de meninos é obrigado a matar um cão doente próximo à escola. Em outro, um menino questiona por que a palma da mão dos pretos é branca. Cada história oferece reflexões sobre a sociedade moçambicana sob o domínio português às vésperas da revolução.
+ Podcast analisa ‘Nós Matamos o Cão Tinhoso!’, de Luis Bernardo Honwana
7. “Água Funda”, de Ruth Guimarães
Água funda
“Água Funda”, o romance de estreia de Ruth Guimarães, e lançado em 1946, oferece uma visão única da vida na Serra da Mantiqueira. A obra, que reflete a experiência da autora com a linguagem caipira desde sua infância, entrelaça histórias e personagens em uma prosa ágil e repleta de ditados populares, explorando temas como superstição e fatalismo. O livro abrange um amplo período, desde os tempos da escravidão até os anos 1930.
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8. “Romanceiro da Inconfidência”, de Cecília Meireles
Romanceiro da Inconfidência
Considerada por muitos como a obra-prima de Cecília Meireles, o “Romanceiro da Inconfidência” é fruto de uma extensa pesquisa histórica. Neste livro, a autora apresenta uma habilidosa síntese entre o dramático, o épico e o lírico, proporcionando um retrato vívido da sociedade mineira do século 18, especialmente dos personagens envolvidos na Inconfidência Mineira.
+ Marca Texto analisa ‘Romanceiro da Inconfidência’, de Cecília Meireles
9. “Dois irmãos”, de Milton Hatoum
Dois Irmãos
Em uma festa em Manaus, a tensão entre os irmãos gêmeos Omar e Yaqub atinge seu ápice quando o primeiro fere o rosto do segundo com um caco de vidro. A partir deste momento, a distância entre eles só cresce, até o momento em que, no leito de morte, a mãe Zana questiona se seus filhos fizeram as pazes. Em “Dois Irmãos”, Milton Hatoum explora conflitos familiares e políticos em uma narrativa inspirada pela prosa de Machado de Assis.
+ Podcast Marca Texto analisa “Dois Irmãos”, de Milton Hatoum
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