Estresse, desgaste emocional, cansaço excessivo e a sensação de estar no seu limite. Esses são alguns sintomas da Síndrome de Burnout, também chamada Síndrome do Esgotamento Profissional. O distúrbio é caracterizado por produzir essas sensações a partir de condições de trabalho físicas, emocionais ou psicológicas desgastantes.
Mas será que é possível desenvolver a síndrome mesmo sem estar trabalhando? Uma rotina intensa de preparação para o vestibular pode desencadear sintomas semelhantes?
Assim como em outros transtornos, como ansiedade, depressão e bipolaridade, é importante não se limitar à pesquisa de sintomas na internet. “Pessoas acometidas por essa síndrome relatam esgotamento físico e mental, desânimo, falta de motivação, dentre outros, mas é importante lembrarmos que um diagnóstico só pode ser realizado por profissionais da saúde mental”, alerta Mayra Temperine, psicóloga do Curso Anglo.
Confira abaixo como o transtorno pode se manifestar em jovens antes mesmo de entrar no mercado de trabalho:
A Síndrome de Burnout em estudantes
Embora seja um distúrbio muito associado ao mundo do trabalho, especialistas apontam que é possível encontrar os mesmos sintomas em estudantes que estão sob muita pressão, por um período de tempo prolongado e com sobrecarga de atividades.
“Nos estudantes, a síndrome pode estar relacionada a uma carga horária excessiva de estudos e gerar sintomas como: insônia, irritabilidade, apatia, desânimo, isolamento social e baixa autoestima, entre outros da síndrome”, explica a psicóloga e orientadora educacional do Curso Poliedro de São Paulo, Elaine Cristina Asano.
Yvete Vitorazzo Abiuzi, Orientadora Educacional do Colégio Mater Amabilis, aponta que a síndrome pode afetar a vida do estudante emocional e fisicamente, comprometendo o desempenho individual nos estudos. Além disso, é comum que o jovem se distancie de pessoas e se sinta sozinho.
Pandemia
Muitos vestibulandos puderam ficar em casa durante a pandemia e manter os estudos online, mas isso trouxe diversos desafios de adaptação da rotina. Segundo Temperine, entre eles o fato de que, ao permanecer no mesmo ambiente para os estudos, as atividades de lazer e as atividades do dia a dia, é comum estender o horário de dedicação para além do que faria, caso estivesse indo para a escola ou para o cursinho.
“Além disso, as interrupções e distrações podem ser mais frequentes, exigindo um esforço maior por parte do estudante para retomar a concentração, gerando maior desgaste”, completa a psicóloga.
A orientadora do Poliedro concorda. “Embora não tenhamos relatos de alunos com a afirmação de que a pandemia agravou ou originou o ‘esgotamento escolar’, acreditamos que, para alguns alunos, o isolamento social pode ter contribuído para o excesso nos estudos, enquanto que para outros tenha gerado sentimentos e sensações como desesperança, desânimo, baixa produtividade ou tristeza”, diz Asano.
O que pode ajudar?
“A principal recomendação é mudar a maneira de gerenciar o tempo e cuidar da saúde mental e física”, diz Abiuzi. Além disso, dependendo da gravidade, é importante buscar ajuda profissional para definir o diagnóstico e receber o tratamento mais adequado, que pode ser feito por meio de medicamentos e terapia.
“Dependendo da gravidade, pode ser necessário um tratamento mais específico, mas atividade física regular, exercícios de relaxamento e atividades de lazer são recomendados como formas de aliviar os sintomas psíquicos e físicos”, explica Temperine.
Outras dicas são:
- Respeitar e conhecer seus limites;
- Manter uma rotina de estudos equilibrada e organizada, pois isso dará tranquilidade para manter um ritmo de estudos saudável;
- Respeitar o período de sono;
- Boa alimentação;
- Exercícios físicos e atividades, como meditação e relaxamento;
- Utilizar, se houver, o suporte pedagógico e emocional oferecido pela instituição de ensino;
Ajuda de amigos e familiares
Se você conhece alguém que possa estar enfrentando essa situação, o ideal é orientar a pessoa a procurar ajuda profissional. Quanto mais cedo for definido o diagnóstico, mais rápido o tratamento correto será iniciado.
Observe se houve uma mudança no comportamento habitual, se a pessoa apresenta muito cansaço, perda de apetite ou insônia. “Converse a respeito, pergunte como o colega se sente, deixando-o tranquilo para falar a respeito”, diz a orientadora do Mater Amabilis.
As especialistas destacam a importância de estar disponível para escutar o outro e acolher sem julgamentos. Saiba ouvir, mesmo que a pessoa pareça estar repetitiva; incentive também pausas curtas ao longo do dia e intervalos claros para almoço e fim do dia de estudos; encoraje atividades físicas e de lazer; e não diminua ou relativize o sofrimento.
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