“Às vezes precisamos perder a concentração para pensarmos com mais clareza”. Pensou naquele papo motivacional de “é preciso se perder para se encontrar”? Pois saiba que não há nada de clichê na frase que abre este texto – na verdade, tem muito estudo científico por trás dela. A autora da afirmação é Barbara Oakley, professora de Engenharia na Oakland University e especialista em neurociência e psicologia cognitiva.
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Em seu famoso livro “Aprendendo a Aprender”, Oakley prova por A + B que, ao contrário do que crescemos ouvindo dos professores ou dos pais, a distração nem sempre é inimiga do aprendizado. Ela pode, na verdade, ser uma grande aliada.
Concentração demais atrapalha
Aí vai mais uma pérola do livro de Barbara Oakley: “às vezes e preciso ficar menos focado para se tornar um aprendiz melhor”. Calma, a neurociência explica. Os estudos desse campo dizem que o cérebro está sempre operando entre dois modos, que a autora chama de “difuso” e “focado“.
O modo focado é acionado, por exemplo, quando o aluno presta atenção à explicação do professor durante uma aula, ou então enquanto resolve um exercício de matemática. Outras atividades não escolares também acionam o modo focado, como jogar videogame ou montar um quebra-cabeças.
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O modo focado é importante, sem dúvidas, mas não resolve tudo sozinho. Já ouviu falar de um tal Efeito Einstellung? Ele ocorre quando, durante a resolução de um problema, só conseguimos enxergar um caminho para chegar até a resposta – e esse caminho está incorreto. O que está acontecendo?!
O problema é que, quando está operando no modo focado, nosso cérebro vai por rotas conhecidas, e recorre a conexões e conhecimentos já acumulados até ali. Não sobra muito espaço para a criatividade, e ela é essencial para encontrar outros caminhos de resolução.
É aqui que entra o modo difuso.
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Distração com hora marcada
Sabe quando você está assistindo a uma aula e de repente se distrai com um inseto que pousou na roupa do colega? Ou então quando está em uma reunião online e, de repente, se vê em outra aba do computador girando o feed de alguma rede social? Ou mesmo quando está dormindo, durante a noite? Pronto, este é o modo difuso.
Nele, o cérebro fica “relaxado e desocupado”, como descreve Oakley, sem pensar em nada especificamente. É quando a mente viaja e… fica mais criativa!
Além de concentração e foco, a criatividade e o relaxamento também são essenciais no processo de aprendizado. Para aprender de forma efetiva, sentencia a neurocientista, é preciso alternar entre o modo difuso e o modo focado.
“Dispersar de vez em quando (não sempre) pode ser útil quando estamos aprendendo ou solucionando um problema”, diz Oakley. O segredo é aprender a arte da distração com hora marcada. Não vale pegar o celular no meio dos estudos e passar horas nas redes sociais, e nem maratonar uma série durante a resolução de exercícios.
Qual seria, então, o equilíbrio perfeito? “Depende de você e de quanto conteúdo precisa estudar no dia. Cinco ou dez minutos é um bom tempo”, conclui a professora.
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10 jeitos de perder a concentração
Sim, essa lista pode ser dispensável para muita gente – especialmente para os que se distraem com facilidade. De toda forma, aí vai 10 jeitos (proveitosos) de perder a concentração durante os estudos, de acordo com o livro “Aprendendo a Aprender”.
Só não se esqueça de colocar um despertador para voltar logo ao modo focado!
- Praticar um esporte, como futebol ou basquete;
- Correr, caminhar ou nadar;
- Dançar;
- Dar uma volta de carro ou de ônibus;
- Andar de bicicleta;
- Desenhar ou pintar;
- Tomar banho;
- Ouvir música instrumental;
- Meditar;
- Dormir
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