Podcast Marca Texto analisa ‘O Ateneu’, de Raul Pompeia
A obra é cobrada no vestibular da Unicamp. Perdeu algum episódio? Confira a lista completa
Parceria do Guia do Estudante com o curso Anglo, o podcast Marca Texto traz análises descomplicadas sobre obras que são cobradas nos vestibulares da Fuvest, Unicamp e outras universidades.
Neste episódio, o professor Fernando Marcílio, do curso Anglo, analisa ‘O Ateneu’, de Raul Pompeia. A obra é cobrada no vestibular da Unicamp.
Contexto
Para alguns estudiosos, o livro é um romance autobiográfico inspirado na vida do escritor Raul Pompeia que também esteve em um colégio interno. “A gente não pode dizer que é autobiográfico porque não sabemos se Raul Pompeia viveu aquelas experiências em seu período em colégio interno”, explica o professor Fernando Marcílio
‘O Ateneu’ é um dos livros mais importantes do movimento realista no Brasil e foi publicado em folhetins no ano de 1888. O escritor critica o moralismo e à perversão das instituições de ensino do século 19.
Sérgio é o narrador e protagonista que revela suas experiências quando era interno do colégio Ateneu. A obra é dividida em 12 capítulos. Uma de suas principais características é a descrição física e psicológica. A linguagem é rebuscada e utiliza de muitas figuras de linguagem: comparação, metáforas, hipérboles.
“O subtítulo crônica de saudade tem boa dose de ironia. Sergio rememora o período difícil no colégio interno. Transformar a leitura árdua e rebuscada é proposital para dar forma a dificuldade que Sergio enfrenta nos relacionamentos”, explica o professor do Anglo.
O Ateneu apresenta características do realismo como linguagem objetiva e descrições cuidadosas, no entanto, ainda é possível observar aspectos da estética naturalista na obra: determinismo e aspectos animalescos das personagens.
“Não é errado compreender como uma obra naturalista porque temos a influência do meio sobre o indivíduo, a temática da sexualidade e a animalização dos personagens. No entanto, o mais correto é não limitar a obra. Ela tem muito de realismo porque faz crítica à sociedade e ao sistema de ensino da época. Tem muito de expressionismo pela maneira caricata e grotesca que descreve as personagens, muito de impressionismo pelo excesso de subjetividade na narração. Grandes autores não se prendem aos modelos”, diz Marcílio.
Rau Pompeia deixou outras obras ligadas ao Naturalismo brasileiro, estilo de época caracterizado pelo antirromantismo, objetividade e determinismos da realidade: raça e o ambiente e o momento histórico influenciam o destino.
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Sobre Raul Pompeia
Raul Pompeia (1863-1895) nasceu em Angra dos reis (RJ) e aos 11 anos de idade estudou em regime de internato, no Colégio Abílio, no Rio de Janeiro. Em seguida, estudou no Colégio Pedro II. Por fim, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo.
Estudante de Direito, abolicionista e republicano, teve diversas ocupações: jornalista, professor na Escola de Belas Artes e diretor da Biblioteca Nacional. No entanto, ao apoiar o presidente Floriano Peixoto (1839-1895), entrou em conflito com alguns importantes intelectuais. O escritor se matou em 25 de dezembro de 1895, no Rio de Janeiro.
Raul Pompeia publicou os seguintes livros: Uma tragédia no Amazonas (1880); Um réu perante o futuro (1880); Canções sem metro (1881);As joias da Coroa (1882); O Ateneu (1888); Alma morta (1888); Agonia (1895).
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CRONOGRAMA 2ª TEMPORADA MARCA TEXTO 2021
Estreia 29/06 – Cecília Meireles – Romanceiro da Inconfidência
06/07 – Guimarães Rosa – Campo Geral
13/07 – Bernardo Carvalho – Nove Noites
20/07 – Racionais Mc’s – Sobrevivendo no Inferno
27/07 – Luís de Camões – Sonetos escolhidos
03/08 – Fernando Pessoa – O Marinheiro
10/08 – Júlia Lopes de Almeida – A Falência
17/08 – Raul Pompeia – O Ateneu
Na primeira temporada, o Marca Texto trabalhou os livros cobrados na Fuvest 2020. Cada obra tem um episódio específico, dividido em blocos de resumo, interpretação, contexto histórico e análise de personagem.
CONFIRA E OUÇA OS EPISÓDIOS DA PRIMEIRA TEMPORADA:
João Guimarães Rosa – Sagarana
Gregório de Matos – Poemas Escolhidos
Helena Morley – Minha Vida de Menina
Carlos Drummond de Andrade – Claro Enigma
Machado de Assis – Quincas Borba