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Uma diretora de escola pública do Rio de Janeiro recebeu socos de um estudante durante reunião com de pais de alunos envolvidos em uma briga. A mãe ajudou o aluno na agressão, conforme publicou a Agência Brasil nesta segunda-feira (3), gritando palavrões para ofender a diretora e arrancando a fiação do telefone da secretaria para impedir que a polícia fosse chamada.
Relatório com esse e outros casos de violência escolar foi encaminhado ao Ministério Público pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino (Sepe) do Rio. A categoria reclama da insegurança nas escolas fluminenses.
“Procuramos também a Câmara de Vereadores e a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] para cobrar do governo medidas que garantam a segurança das pessoas”, disse a professora Edna Félix, diretora do sindicato.
O relatório também traz o caso de um professor ameaçado depois de repreender um estudante em sala. “Depois da aula, encontrei meu carro pichado, com referências a uma facção criminosa, a frase ‘vai morrer’ e palavras obscenas”, disse. O professor trabalha em uma escola em Campo Grande, na zona oeste do Rio, e relatou que tem medo de trabalhar, pois o aluno continua frequentando as aulas.
DROGAS E DESVALORIZAÇÃO
A antropóloga Alba Zaluar, coordenadora do Núcleo de Pesquisas das Violências da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), avalia que o comportamento violento é consequência da desvalorização da profissão.
“Estamos vivendo uma crise das figuras de autoridades”, define a antropóloga. Para ela, ironia, desacato, agressões verbais e às vezes físicas seriam reflexo da postura cada vez mais desafiadora dos jovens.
Para a pesquisadora, o problema também tem a ver com a aproximação do tráfico de drogas na vida dos alunos. Os conflitos de quadrilhas são levados para dentro dos colégios, e os professores, diante disso, ficam de mãos atadas.
“Não temos como acompanhar se está realmente havendo um aumento dos casos de violência nas escolas porque o poder público não oferece dados oficiais”, disse a pesquisadora.
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