Engenheiro hídrico é disputado ?a tapa? por empresas; USP planeja abrir graduação
Profissional projeta hidroelétricas, barragens e sistemas de abastecimento; veja segunda reportagem especial da Semana da Água
Por Bruno Aragaki
Para os formados em engenharia hídrica, o mar está, sim, para peixe. “As empresas disputam cada especialista a tapa”, diz Monica Porto, professora da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Na maior universidade pública do país, a especialidade entra na grade dos cursos de Engenharia Civil e Ambiental. E segundo o GUIA apurou, a instituição já planeja oferecê-lo como carreira de graduação nos próximos anos, no campus de São Carlos.
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“Seria um curso de cinco anos, como qualquer outro curso de engenharia. Os dois primeiros seriam dedicados a uma formação sólida de cálculo, matemática e física. E depois viriam as disciplinas específicas”, diz Edson Wendland, coordenador de Engenharia Hidráulica e de Saneamento em São Carlos.
O site da Escola de Engenharia de São Carlos (Eesc-USP), traz a lista de disciplinas do novo curso. Além das clássicas – e temidas – estatística e álgebra, o programa propõe matérias técnicas (como Hidrometria e Hidráulica), ambientais (Conservação do solo, Poluição das águas e Impactos ambientais), além de questões políticas (Sócio-economia dos Recursos hídricos e Legislação e gestão, por exemplo).
“O engenheiro hídrico precisa ter uma formação muito diversificada. É necessária base teórica muito sólida, como para qualquer engenheiro, mas também ter formação em legislação, questões ambientais e políticas”, explica Marcelo Barison, coordenador do curso na Universidade Federal de Itajubá (Unifei), primeiro oferecido no país. A universidade mineira tem sido consultada por equipe de professores da USP de São Carlos, que busca referências para montar o seu curso.
Na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), do Rio Grande do Sul, o Dia Mundial da Água, a última segunda-feira (22) coincidiu com o início das aulas da segunda turma de graduação de engenharia hídrica. “O curso dá uma formação muito abrangente, e o mercado de trabalho é bárbaro. A demanda por profissionais está longe de ser atendida, tanto na iniciativa pública, quanto em consultorias privadas”, diz Gilberto Collares, coordenador do curso.
Com demanda por profissionais muito maior que a oferta, os salários praticados pelo mercado são atraentes. “O recém-formado ganha em torno de R$ 4 000”, diz Collares.
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Para os já formados, uma opção para entrar na área é pela pós-graduação. “O assunto está entrando na moda agora, mas oferecemos mestrado em engenharia hidráulica e de saneamento há mais de 30 anos”, diz Wendland, da USP de São Carlos, cujo programa obteve nota máxima na avaliação da Capes.