Consultor de águas é o profissional que ensina empresa a economizar recurso
Última reportagem da série especial Semana da Água mostra mercado de trabalho que abriga engenheiros, tecnólogos ambientais e até advogados
por Bruno Aragaki
Quanto menos você gasta, mais ele ganha. É essa a lógica do trabalho do “consultor de águas”, quarta profissão apresentada pela série especial de reportagens preparadas pelo GUIA para celebrar a Semana da Água.
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Filão de mercado explorado há pouco no Brasil, os consultores são contratados por empresas que querem reduzir o uso de água. “Algo obviamente bom para as contas e bom para o meio ambiente. Mas nas empresas, os funcionários costumam não ter tempo, ou disposição para pensar nisso”, explica Paulo Costa, consultor de águas há dez anos.
Engana-se quem pensa que a tarefa se resume a orientar funcionários a fechar as torneiras enquanto escovam os dentes. Os consultores de água desenvolvem projetos, por exemplo, de reaproveitamento de água, substituição de louças sanitárias e redesenho de tubulações. Além, é claro, de dar os puxões de orelha em quem desperdiça o recurso.
É campo de trabalho, portanto, para profissionais com formações diversas. É a famosa “interdisciplinaridade”. “Trabalhamos com arquitetos, tecnólogos ambientais e engenheiros”, diz Costa, advogado.
Advogado? Exatamente. “O trabalho do consultor implica também questões jurídicas. Muitas vezes, o objetivo das empresas preocupadas em economizar água é conseguir licenças ambientais ou certificações internacionais”, explica Costa. Segundo o consultor, o salário inicial da carreira costuma girar em torno de R$ 3.000.
Segundo professores de diversas áreas ouvidos pelo GUIA durante a Semana da Água, o mercado das consultorias em recursos hídricos é um dos que mais cresceu (e contratou) nos últimos anos.
“Percebemos que aumenta a demanda de profissionais por parte das consultorias. Dá uma perspectiva bastante animadora para nossos futuros engenheiros”, diz Gilberto Collares, coordenador de Engenharia Hídrica da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O curso, implantado no ano passado, terá a primeira turma formada em 2013.
“Agora já está faltando gente para trabalhar. Nos próximos anos a tendência é que essa demanda continue crescendo. Parece que a preocupação ambiental veio para ficar”, diz o professor.
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