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7 autores contemporâneos de 7 países diferentes para você conhecer

Com esta lista, prepare-se para expandir seus horizontes literários

Por Letícia Albuquerque
Atualizado em 19 Maio 2020, 18h02 - Publicado em 19 Maio 2020, 18h02
 (Unsplash/Reprodução)
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A diversidade é importante por várias questões. Além de nos aproximar de experiências e opiniões diferentes, ela ajuda a ampliar o olhar sobre temas que estão próximos de nós. Que tal aproveitar a quarentena para conhecer escritores de outras partes do mundo que ganharam destaque por trazer temas necessários com uma literatura original?

Scholastique Mukasonga (Ruanda)

Scholastique é uma guardiã da memória da vida em Ruanda, seu país natal. Os livros da premiada escritora tutsi, grupo étnico ruandês e de regiões próximas, são quase biográficos, contando a vida da família antes e depois do genocídio de Ruanda que matou mais de 800 mil pessoas, incluindo sua família, e a fez fugir para a Normandia, na França, onde vive hoje. Entre os livros publicados no Brasil estão Baratas, A Mulher de Pés Descalços e Nossa Senhora do Nilo ((livros sempre em itálico!)). Com narrativas que retratam o cotidiano ruandês pelo olhar feminino e as privações que o povo tutsi sofreu durante o exílio, as narrativas de Scholastique são fortes, tristes e nos ajudam entender uma realidade muito distante da nossa.

Juan Pablo Villalobos (México)

O escritor mexicano dedicou grande parte de sua formação ao estudo da literatura, mas demorou um tempo até descobrir que poderia ser romancista. Com o primeiro livro lançado, Festa no Covil tornou-se referência para um gênero pouco explorado, a “narcoliteratura”, e seguiu para se tornar uma trilogia de histórias independentes. Usando o olhar de um menino, filho de um grande traficante de drogas, para condenar o machismo e a violência no ambiente do narcotráfico, o escritor usa o humor ácido, o sarcasmo e o nonsense (apesar de basear-se na realidade), além de traços autobiográficos para falar sobre a cultura e a sociedade mexicanas.

Svetlana Alexievich (Belarus)

Diferentemente dos outros autores que navegam entre as linhas do real e fictício, Svetlana traz a mais pura realidade para suas páginas. A escritora e jornalista bielorrussa, nascida na Ucrânia, recebeu o Nobel de Literatura, em 2015, por suas obras polifônicas. A partir de entrevistas realizadas pela própria autora, seus livros se encarregam de expor as trágicas memórias de quem viveu acontecimentos históricos, como as soviéticas que lutaram na Segunda Guerra Mundial, em A Guerra Não Tem Rosto de Mulher, e os relatos de quem viveu a abertura da URSS para o capitalismo, em O Fim do Homem Soviético.

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Kazuo Ishiguro (Japão)

Vencedor do Nobel de Literatura em 2017, o autor japonês que viveu desde os 5 anos na Inglaterra usa eventos da história como plano de fundo para as trajetórias de seus personagens. Em livros recheados de ironia, fantasia e dilemas, suas narrativas, muitas vezes, nos fazem questionar nossa posição sobre a história e como participamos dela. Os Vestígios Do Dia, seu livro mais celebrado, e Quando Éramos Órfãos são ótimos livros para conhecer o autor.

Samantha Schweblin (Argentina)

Apesar da curta carreira, a argentina já foi eleita uma das 22 melhores escritoras da língua espanhola da nova geração pela revista literária Granta. Considerada herdeira do realismo fantástico de escritores como Julio Cortázar, grande autor argentino, as relações familiares e suas dificuldades são os temas que mais a interessam. No livro premiado Pássaros na Boca, Samantha reúne 18 contos sobre situações cotidianas que assumem contornos aterrorizantes. Outra obra da autora, Distância de Resgate deve ser lançado como filme na Netflix.

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Elena Ferrante (Itália)

Ninguém sabe com certeza quem é Elena Ferrante. Apenas que é italiana, provavelmente de Nápoles, cenário de grande parte de suas histórias, e que alcançou o reconhecimento internacional com A Amiga Genial, o primeiro livro de sua Série Napolitana. Para além das polêmicas sobre quem estaria por trás do pseudônimo, a autora nos apresenta os subúrbios de Nápoles, conturbados, violentos e nada turísticos, muito diferente da romântica e bela Itália a que estamos acostumados. Parte do seu sucesso se deve a uma narrativa realista, honesta e imersiva.

 Chimamanda Ngozi Adichie (Nigéria)

Se você gosta da literatura contemporânea, já deve ter ouvido falar de Chimamanda. A escritora nigeriana tornou-se uma das autoras anglófonas de maior sucesso nos últimos anos por suas abordagens sobre o movimento feminista e a visão limitada que os países ocidentais têm sobre o continente africano, como conta em seu TED Talk sobre “o perigo da história única”. Entre seus livros mais conhecidos, Americanah conta a história de uma mulher nigeriana que deixa seu país para estudar nos EUA, onde, pela primeira vez, ela se enxerga negra e “africana” – como costumamos rotular as pessoas desse continente gigantesco, apesar da diversidade cultural, geográfica e política entre os países.

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