A técnica cientificamente comprovada que ajuda a ser mais criativo
A escritora Agatha Christie já dizia que uma pequena dose de preguiça não faz mal a ninguém! Entenda a ciência por trás da ideia

A satisfação de memorizar uma frase famosa ou aplicar uma fórmula complexa não tem preço. No entanto, há uma sensação ainda mais especial: descobrir a solução para um problema que ninguém mais conseguia resolver. Ser criativo tem um apelo especial, muitas vezes visto como um talento inato, quase mágico. Mas, na verdade, a criatividade pode ser desenvolvida, assim como qualquer outra habilidade. E o que é mais fascinante: existem técnicas cientificamente comprovadas para isso.
É possível fazer parte do clube dos criativos, mas antes é preciso primeiro abrir mão de um certo pilar da sociedade super produtiva em que vivemos: o foco. Ué, ser uma pessoa focada não é positivo?! Calma que a gente explica melhor.
Nos anos 1950, o psicólogo e pesquisador J. P. Guilford conduziu os estudos pioneiros sobre a criatividade, e compreendeu que nosso raciocínio opera em dois modos.
O convergente é aquele focado, no qual seguimos um único caminho lógico para solucionar um impasse. Já o divergente é bagunçado, faz conexões malucas e explora vários caminhos ao mesmo tempo. É neste último que mora a criatividade (você pode ler mais sobre a pesquisa nesta matéria da SUPERINTERESSANTE).
O fato é que bem antes de Guilford ou de outros pesquisadores começarem a engatinhar pelos estudos da criatividade, uma das mentes mais brilhantes da literatura já tinha, intuitivamente, chegado à mesma conclusão. “Não acho que a necessidade seja a mãe da invenção”, afirmou Agatha Christie em sua autobiografia. “A invenção, na minha opinião, surge diretamente do ócio, possivelmente também da preguiça”.
+ A outra profissão (bem comum) de Agatha Cristhie antes de se tornar uma lenda da literatura
Preguiça moderada
Pois é, Agatha Christie, autora de mais de 80 livros repletos de reviravoltas brilhantes, não dependia de longas horas sentada à mesa para criar suas histórias. Pelo contrário: suas ideias mais geniais surgiam durante atividades cotidianas simples, como tomar banho ou mudar constantemente de ambiente enquanto escrevia. Para ela, o ócio era essencial para inventar. Mais tarde, no entanto, os cientistas foram mais precisos ao delimitar os limites desse ócio.
Em 2012, o pesquisador em psicologia e neurociência Benjamin Baird, da Universidade do Texas, resolveu fazer um experimento. Ele aplicou um dos mais famosos testes de criatividade para um grupo de participantes, que deveriam analisar um objeto e dar o maior número de sugestões de uso para ele.
Depois de alguns minutos, dividiu o grupo em três e submeteu todos a um período de incubação.
Durante 12 minutos, uma parte deles pôde descansar livremente, sem fazer nada. O outro terço foi submetido a uma tarefa repetitiva e que exigia pouco esforço mental, que era classificar números entre par e ímpar. Por fim, o último grupo passou por uma tarefa mais complicada em que deveria memorizar alguns números.
+ O cientista que inventou uma técnica para aprender qualquer coisa
Depois dessa incubação, todos voltaram para a tarefa inicial de dar uma função para o objeto aleatório. Adivinha quem obteve o melhor desempenho? O grupo do meio! Eles tiveram um aumento de até 40% na sua criatividade, muito provavelmente porque suas mentes puderam operar em um modo difuso – ou seja, sem muito foco e vagando livremente.
O problema do primeiro grupo, que ficou ocioso demais, é aquele velho ditado que você já deve ter ouvido por aí: mente vazia, oficina do diabo. Quando não estamos fazendo absolutamente nada, a tendência é que nossa mente foque em um único tema, de forma detalhada e quase obsessiva.
Já o terceiro grupo passou a trabalhar em modo convergente, mas com outro tema, sem deixar espaço para refletir sobre o desafio inicial.
Não é à toa que Agatha Christie teve suas melhores ideias enquanto fazia atividades cotidianas: de acordo com a ciência, essa parece ser a medida exata da criatividade.
E como aplicar tudo isso?
Você pode não ter a intenção de escrever o romance do século ou pintar uma obra de arte, mas exercitar a criatividade ajuda com inúmeras tarefas cotidianas. Quer um exemplo? Pense naquele desafio de Matemática que o professor passou na última aula e você não consegue resolver de maneira alguma.
Uma possível explicação para isso – se você já entendeu e dominou o conteúdo, é claro – pode ser o seu modo de resolvê-lo, com a mente no modo convergente. Nesta chave, quase sempre enxergamos apenas um caminho para a resolução, e quando ele dá errado, não restam alternativas.
Para ativar o modo difuso da mente, experimente fazer uma pausa estratégica e realizar tarefas simples e repetitivas que permitam à sua mente divagar livremente. Pode ser lavar uma louça, organizar uma gaveta ou qualquer outra tarefa manual. Provavelmente, você voltará mais leve e criativo para a Matemática!
+ Como estudar matemática do zero
Com esses ajustes, o texto pode ganhar maior clareza, impacto e profissionalismo sem perder sua essência envolvente!
Se este ‘branco’ ocorrer no momento de uma prova, como o Enem, a dica de professores é mudar para disciplinas e questões que você tem mais facilidade, em que a mente possa trabalhar quase no automático. Mais tarde, volte para a pergunta difícil e veja se novas possibilidades de resolução surgiram!
Entre no canal do GUIA no WhatsApp e receba conteúdos de estudo, redação e atualidades no seu celular!
Prepare-se para o Enem sem sair de casa. Assine o Curso GUIA DO ESTUDANTE ENEM e tenha acesso a todas as provas do Enem para fazer online e mais de 180 videoaulas com professores do Poliedro, recordista de aprovação nas universidades mais concorridas do país.