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Atlas – Brasil: As cinco regiões brasileiras em fatos e números

Atlas – Brasil: As cinco regiões brasileiras em fatos e números

PLANO-PILOTO Imagem de satélite mostra Brasília à noite: a iluminação permite observar o projeto urbanístico, que é comparado às formas de um avião

O Brasil em resumo

 Confira a seguir as principais características físicas, econômicas e sociais das cinco regiões brasileiras

 

Quinto maior país do mundo, o Brasil conta com um território de 8.515.767 quilômetros quadrados de extensão. Com todo esse tamanho, para efeitos administrativos, nosso território é dividido em cinco regiões: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul. Essa divisão regional, que fica a cargo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem como objetivo reunir estados com traços físicos, humanos, econômicos e sociais comuns, o que ajuda no planejamento de políticas voltadas para áreas com necessidades semelhantes.

Mas nem sempre o Brasil foi “repartido” da forma como é hoje, tendo sido estabelecidas muitas divisões regionais no decorrer da história. A atual está em vigor desde 1970, mas sofreu algumas alterações depois da Constituição de 1988. O estado do Tocantins foi criado com a divisão de Goiás e incorporado à Região Norte. Além disso, Roraima, Amapá e Rondônia deixaram de ser territórios para se tornar estados. Por fim, Fernando de Noronha foi incorporado ao estado de Pernambuco. Em 2017, o Brasil registra 5.570 municípios nos 26 estados mais o Distrito Federal.

A despeito do tipo de recorte, o fato é que as disparidades entre as regiões são muito grandes. Para ter uma ideia, a Região Sudeste, a segunda menor em área, possui o maior número de habitantes, o maior percentual de pessoas que vivem em cidades e é responsável por mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A Região Nordeste, por sua vez, apresenta alguns dos mais baixos indicadores sociais. A Região Norte, com o segundo menor número de habitantes, apresenta o maior contingente de população indígena e tem o mais alto índice de crescimento demográfico. A Região Sul, seguida de perto pela Sudeste, é a que apresenta os melhores indicadores: tem o menor índice de mortalidade infantil e a menor taxa de analfabetismo. A Região Centro-Oeste, embora conte com população menor, apresenta acelerado crescimento demográfico, atrás apenas da Região Norte.

Atlas – Brasil: As cinco regiões brasileiras em fatos e números

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Disparidades

Regionais Apesar de a Região Norte ocupar 45,2% do espaço territorial brasileiro, apenas 8,5% dos brasileiros habitam a região. O Sudeste, por sua vez, abrange apenas 10,9% da área brasileira, mas responde por 41,9% da população e mais da metade do total de bens e serviços produzidos no país – o Produto Interno Bruto (PIB). Já o Nordeste, com 27,7% da população brasileira, é a segunda região mais populosa do país, mas é responsável por apenas 13,6% do PIB nacional. Como consequência, a região apresenta o menor PIB per capita do Brasil: o trabalhador nordestino recebe em média 12.954 reais por ano. O valor representa menos da metade do que ganha anualmente os habitantes do Sudeste, donos do maior PIB per capita do país: 34.789 reais por ano.

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O cerne brasileiro

Formada pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e pelo Distrito Federal, a região localiza-se no extenso Planalto Central. Seu relevo se caracteriza por terrenos antigos e aplainados pela erosão, que originaram chapadões. O território também abriga a planície do Pantanal Mato-Grossense, cortada pelo rio Paraguai e sujeita a cheias durante parte do ano. O clima do Centro-Oeste é tropical semiúmido e úmido, com chuvas de verão. A vegetação é de cerrado nos planaltos. No Pantanal, considerado patrimônio da humanidade pela Unesco, os campos cerrados dividem o espaço com a floresta, que se torna mais fechada e úmida no norte do Mato Grosso.

 

População

Ainda no Brasil colônia, o povoamento do Centro-Oeste resulta de dois movimentos migratórios. Um vem do Sul e do Sudeste, em virtude do transporte de gado às fazendas que ali começaram a se instalar e da ação dos bandeirantes paulistas. O outro movimento vem do Nordeste, também ligado ao comércio de gado, que acaba criando, e fortalecendo, os primeiros povoados da região. No século XX, as maiores ondas migratórias vêm do Nordeste e ocorrem a partir dos anos 1950, com a construção da nova capital federal, Brasília. Segundo o IBGE, o Centro-Oeste é a região do país que proporcionalmente mais recebe imigrantes, com 30,2% de residentes vindos de outros estados em 2015.

 Economia

O crescimento econômico da região deve-se, sobretudo, ao bom desempenho do setor agropecuário. Com cerca de 72 milhões de cabeças de gado, o rebanho bovino do Centro-Oeste é o maior do país. Na agricultura, os produtos mais importantes são o algodão, o milho e, principalmente, a soja, cuja colheita responde por quase metade da produção nacional. Entre os recursos minerais que mais se destacam estão calcário, cobre, níquel e manganês. Por outro lado, a região enfrenta o desafio de aliar o crescimento econômico com a preservação ambiental. A adaptação da soja ao solo do cerrado devastou grande parte da vegetação local, e a cultura do grão avança para o norte de Mato Grosso, rumo à Floresta Amazônica.

 

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PRÉ-HISTÓRIA Pinturas rupestres no sítio arqueológico da Serra da Capivara, no Piauí

Além do sertão

Formada por nove estados – Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe e Bahia –, a maior parte da região é constituída por extensos planaltos, antigos e aplainados pela erosão. Os climas predominantes são o tropical e o semiárido, com grande parte do território coberta pela caatinga. O Nordeste reúne os mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, com altas taxas de mortalidade infantil e analfabetismo.

População

A história nordestina é marcada pelos movimentos migratórios. No fim do século XIX, o ciclo da borracha na Amazônia deu início à migração dos nordestinos, que aumentou no século XX para o Sudeste, com a industrialização, e para o Centro- -Oeste, com a construção de Brasília. Além da atração econômica de outras regiões, os fluxos migratórios são motivados pelos períodos de seca.

Economia

Nos últimos anos, a economia nordestina vem apresentando crescimento. Com a guerra fiscal (concessão de benefícios fiscais pelos governos estaduais com o objetivo de atrair empresas), uma série de indústrias se instalou nos estados nordestinos para fugir da carga tributária mais pesada no Sul e no Sudeste. Além disso, a região é a segunda produtora de petróleo do país – lá funciona um dos polos petroquímicos mais importantes: o de Camaçari (BA). Apesar dos longos períodos de seca, a pecuária e a agricultura vêm ganhando destaque. A boa adaptação das cabras ao clima local faz com que o Nordeste tenha o maior rebanho do país. A cana-de-açúcar é o produto agrícola de destaque, mas as lavouras irrigadas de frutas tropicais têm crescido em importância na produção nacional. Outro setor relevante na economia nordestina é o turismo.

 

 

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A FILA ANDA Duas famílias reunidas na cidade de Breves, na região do Marajó, no Pará

Gigante setentrional

Formada por sete estados (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), a região é banhada pelos grandes rios das bacias Amazônica e do Tocantins. Em todo o Norte predomina o clima equatorial. A Floresta Amazônica, a vegetação mais abundante, é uma das áreas de maior biodiversidade do planeta. Esse patrimônio, contudo, está ameaçado pelo desmatamento.

População   A maior concentração de índios está no Norte e, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a região abriga 342,8 mil índios de diversas etnias (38% do total). Amazonas, Pará e Roraima são os estados com a maior concentração indígena. No decorrer das décadas, os estados do Norte também receberam grandes levas de imigrantes de outras regiões, sobretudo do Nordeste.

Economia  Além do intenso extrativismo vegetal, de produtos como látex e madeira, a região é rica em minérios. Lá estão a Serra dos Carajás (PA), a mais importante área de mineração do país, rica em manganês, ferro e ouro, e a serra do Navio (AP). A economia foi bastante beneficiada com a instalação, no fim da década de 1960, da Zona Franca de Manaus, baseada em políticas de incentivo fiscal. Com quase 600 indústrias, o Polo Industrial de Manaus responde por cerca de metade do PIB do Amazonas. Os principais setores do polo são o eletroeletrônico, de informática, motos e bicicletas, químico e de refrigerante. Nos últimos anos, contudo, o crescimento econômico tem ocorrido à custa de atividades de grande impacto ambiental: o aumento da pecuária extensiva – um terço do rebanho do país está na Amazônia –, o avanço da agricultura, sobretudo das lavouras de soja e, por fim, a extração de madeira.

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CARTÃO POSTAL  Vista aérea da cidade do Rio de Janeiro, com o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar ao fundo

 

Multidão urbana

Formada por quatro estados – Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro –, a região situa-se na parte mais elevada do Planalto Atlântico, onde estão as serras da Mantiqueira, do Mar e do Espinhaço. Os climas predominantes são tropical úmido, semiúmido e de altitude. A mata tropical nativa foi praticamente devastada durante o povoamento. O relevo planáltico do Sudeste confere grande potencial hidrelétrico à região. Em Minas Gerais ocorre o encontro da nascente de duas importantes bacias hidrográficas: a do rio Paraná, que se forma próximo à região conhecida como Triângulo Mineiro, e a do rio São Francisco, que nasce na serra da Canastra.

População

A região é a que concentra a maior população do país, com cerca de 86,3 milhões de habitantes em 2016, mais de 40% do total brasileiro. É também a que tem a maior densidade demográfica e o mais alto índice de urbanização: 93,1%. Abriga as duas mais importantes metrópoles nacionais – São Paulo e Rio de Janeiro. Com Belo Horizonte, as três formam as maiores regiões metropolitanas do país, reunindo 19% da população.

Se, por um lado, o Sudeste responde pela maior parcela da riqueza do Brasil, por outro é a região que mais sofre com o desemprego e o crescimento da violência. Ainda assim, seus indicadores sociais estão entre os melhores do país.

Economia

O Sudeste responde por mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Com as maiores montadoras e siderúrgicas do país, a região possui uma produção industrial de ponta. Os serviços e o comércio são os principais ramos de atividade. Além disso, a faixa litorânea da região abriga a maior parte das jazidas de petróleo do país, como a Bacia de Santos (SP) e a Bacia de Campos (RJ) – esta última responde por cerca de 80% da produção nacional.

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FLORESTA NATIVA A Mata de Araucária é uma cobertura vegetal típica da Região Sul

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Temperatura em queda

Formada por três estados – Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul –, a região vive sob a influência do clima subtropical, responsável pelas temperaturas mais baixas registradas no Brasil durante o inverno. A vegetação acompanha a variação da temperatura: nos locais mais frios predominam as matas de araucárias (pinhais) – que estão reduzidas a apenas 2% da área original – e, nos pampas, os campos de gramíneas.

População

A região é marcada pela chegada dos imigrantes europeus, a partir da primeira metade do século XIX, que contribuíram para o desenvolvimento da economia, baseada na pequena propriedade rural de policultura. A localidade apresenta os melhores indicadores de mortalidade infantil, educação e saúde do país.

Economia

O setor de serviços responde pela maior parte das riquezas da região. Depois vem a indústria – com destaque para os setores metalúrgico, automobilístico e têxtil. A agropecuária também é importante: o Sul detém 36% da produção nacional de grãos e, nos pampas gaúchos, a principal atividade é a criação de rebanhos bovinos. Existe, ainda, grande potencial hidrelétrico, com destaque para a Usina de Itaipu, localizada no rio Paraná, na fronteira do Brasil, no estado do Paraná, com o Paraguai.

 

 

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