Os professores sabem bem: há poucas tarefas tão complicadas quanto explicar algo para uma pessoa e realmente ser compreendido, ainda mais quando o assunto é difícil. Nestes momentos vale apelar para tudo, desde desenhos até figuras de linguagem – e uma das mais úteis pode ser a famosa analogia.
Lançando mão dela, você consegue criar uma imagem na cabeça de quem ouve, permitir que a pessoa crie uma associação entre algo que já conhece e aquilo que você está explicando ou defendendo. Ainda não entendeu muito bem? Neste texto o GUIA DO ESTUDANTE explica.
O que é analogia
Antes de ser compreendida como uma figura de linguagem, que nada mais é do que um recurso expressivo usado no discurso, a analogia é sobretudo um conceito. Usado em diferentes campos e áreas do conhecimento, como na Física, Biologia, Filosofia e até no Direito, a analogia estabelece semelhanças entre fatos e coisas que, à primeira vista, não têm muita relação.
Na biologia, por exemplo, é usada para se referir a órgãos diferentes mas que executam funções semelhantes – como o pulmão humano e as brânquias de um peixe. Já no Direito é usado para determinar a decisão em casos que não estão previstos em lei, mas que são comparáveis a outros que tiveram algum encaminhamento.
Mas e na comunicação? Como a analogia aparece?
Dê só uma olhada neste trecho do Sermão da Sexagésima, escrito pelo Padre Antônio Vieira:
“Uma árvore tem raízes, tem tronco, tem ramos, tem folhas, tem varas, tem flores, tem frutos. Assim há-de ser o sermão: há-de ter raízes fortes e sólidas, porque há-de ser fundado no Evangelho; há-de ter um tronco, porque há-de ter um só assunto e tratar uma só matéria; deste tronco hão-de nascer diversos ramos, que são diversos discursos, mas nascidos da mesma matéria e continuados nela; estes ramos hão-de ser secos, senão cobertos de folhas, porque os discursos hão-de ser vestidos e ornados de palavras.”
Percebeu? À primeira vista, uma árvore e um sermão não têm nada em comum, mas por meio da analogia o autor consegue aproximar estes dois elementos, fortalecendo sua argumentação sobre como deve ser um sermão e sua importância. Na fala e na literatura, a analogia é usada justamente com o propósito de facilitar a compreensão de determinado assunto, ou até de persuadir quem recebe a mensagem a respeito de algo.
É comum o uso de conectivos de comparação para fazer analogias, como “assim”, “da mesma maneira”, “como”, “tal qual”, etc.
+ Coesão: revise conectivos essenciais para a sua redação
Exemplos de analogia
- “Há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada”. (Rubem Alves)
- “A caligrafia está para a escrita como a voz está para a fala.” (Arnaldo Antunes)
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