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Leia avaliação de todas as provas do último dia da Fuvest

Humanas cobraram assuntos tradicionais, matemática teve questões de níveis diferentes e física lembrou fórmula de Einstein, comentam professores

Por Redação do Guia do Estudante
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h43 - Publicado em 5 jan 2010, 20h08

por Fábio Brandt

Terminaram as provas gerais da nova segunda fase da Fuvest. Agora, apenas candidatos aos cursos de Arquitetura, Artes Cênicas, Design e Audiovisual – que exigem exame de habilidade específica – farão, até sexta-feira, 8 de janeiro, novos exames. O GUIA DO ESTUDANTE conversou com professores de cursinhos de São Paulo, que comentaram a prova e falaram sobre a nota da primeira fase, que não será mais usada no resultado final dos candidatos.

O fato de a nota da primeira fase ser desconsiderada na formulação da nota final é elogiado por Constantino Carnelos, professor de biologia. "É uma maneira de valorizar mais a escrita do aluno, de diminuir o risco de ele ter acertado no chute. Agora não dá pra chutar, gostei dessa mudança", diz. Mas o coordenador do Anglo Vestibulares, Nicolau Marmo, discorda, argumentando que, ao não levar em consideração as notas da primeira fase, a Fuvest deixou de abranger na nota final uma avaliação sobre todo o conteúdo programático do vestibular.

Marmo também considera que o conteúdo foi menos abrangente porque as provas dissertativas com dez questões por disciplina foram substituídas por provas com 12 questões de duas ou três disciplinas. "Coisas importantes ficam fora do programa", avalia o coordenador. No entanto, Eduardo Miranda Leandro, professor do Objetivo, faz um contraponto: "nem todos os assuntos foram cobrados na segunda fase. Mas isso não era de se esperar. O padrão da Fuvest é que o conjunto das provas cobre o programa – e ele não fugiu disso".

Todos os professores, no entanto, concordam em um ponto: as provas foram muito bem elaboradas, sem enunciados dúbios ou pegadinhas que pudessem induzir os alunos ao erro. "O tempo de prova foi suficiente e uma coisa que aborrece a gente é que quando o tempo é exíguo, os mais bem preparados são prejudicados", acrescenta Marmo.

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Confira agora comentários dos professores do Objetivo sobre todas as provas do terceiro dia da segunda fase da Fuvest 2010:

BIOLOGIA
Embora não tenha tratado de todo o programa, a prova foi bem abrangente: citologia, genética, fisiologia humana, ecologia e botânica foram cobrados, destaca Constantino Carnelos, elogiando a abrangência do conteúdo da prova. No entanto, Carnelos chama a atenção para a quantidade de itens por questão. "Não que seja uma crítica, mas teve aluno que respondeu quatro questões, outros seis. E tinha questões com quatro itens para responder. Isso é muito", opina o professor.

QUÍMICA
Foi mais difícil que a prova de ontem, afirma o professor Alessandro Nery. "Quem fez prova com quatro questões, só uma não envolvia cálculo. Quem fez com seis, duas não envolviam. E o cálculo por si só já traz uma dificuldade maior", explica. A maior parte das questões, destaca Nery, envolveu o conceito de equilíbrio químico, às vezes misturado a outros temas, como cálculo estequiométrico e reações orgânicas. Para o professor, a prova foi justa com quem estudou. "Caiu o que sempre cai: titulação, oxidorredução. Para o aluno bem preparado, a prova foi justa. Não houve nenhuma questão que pudesse induzir o aluno ao erro", opina. "Quem leu com atenção conseguiu resolver."

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FÍSICA
"Uma prova adequada àquilo que se propôs", define o professor Caio Calçada. "Teve o mesmo nível da prova de ontem, mas foi mais bem aplicada, pois ontem estava bem difícil para o pessoal de humanas", comenta o professor – neste dia 5, somente vestibulandos de exatas e biológicas responderam a questões da matéria. Mecânica, ótica, termologia e eletromagnetismo foram alguns temas cobrados pela prova.

"Surpresa foi a questão de física moderna, que fala sobre o Cern [Centro Europeu de Pesquisas Nucleares]. Já tinha sido cobrado ontem numa questão de cinemática, mas hoje falaram sobre antimatéria. O aluno tinha que usar a equação de Einstein, o E = mc2". O exame de hoje cobrou conteúdo sem cobrar contas", elogia o professor. "As questões são claras, o examinador não deixa duvidas naquilo que quer", conclui.

MATEMÁTICA
A prova envolveu questões "fáceis, médias e difíceis", opina o professor Eduardo Miranda Leandro, que leciona a disciplina. A questão número três, segundo ele, foi a mais difícil porque "envolve contagem e probabilidade, um assunto delicado". No geral, cada enunciado apresentou mais de um item a ser resolvido, sendo que a resolução do item ‘c’ dependia das respostas dos itens anteriores, "como é o padrão da prova", comenta.

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HISTÓRIA
Mesmo quem caiu de paraquedas nessa prova se sentiu confortável, opina o professor Daily de Matos Oliveira. "Eram temas clássicos do conteúdo programático. Não tem como não saber nada, o aluno viu alguma coisa desses assuntos", justifica. Isso, no entanto, não significa que a prova estava fácil. "Teve nível médio e foi para quem sabe história. O diferencial vai ser quem soube redigir a resposta conforme pede o vestibular", acrescenta Oliveira.

Ele também destaca uma inovação no conteúdo cobrado: a questão que pedia características religiosas e culturais da passagem da Idade Média para a Idade Moderna mostrou que o exame deixou de cobrar apenas fatos ligados à ruptura, como crises e revoluções. "Perguntaram sobre a continuidade, sobre o que permanece", reforça Oliveira. Por fim o professor chama atenção para uma questão sobre transformações demográficas inclusa na prova: "Muita gente acha que população é assunto só da geografia. Mas as migrações, idas e vindas de pessoas também são história demográfica".

GEOGRAFIA
"Este ano, pediram assuntos tradicionais, que o aluno tem que saber ao sair do Ensino Médio", comenta a professora Vera Lúcia da Costa Antunes. "Foi uma prova excelente. A Fuvest realmente vai conseguir diferenciar o aluno preparado", acrescenta.

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Os temas cobrados no exame variaram de transportes a petróleo, passando por termos que poderiam ser estranhos aos vestibulandos, como "índice Gini". Mas, "mesmo se não soubesse o que era, a prova explicou. Essa questão será um diferencial", opina Vera Lúcia. Ela também destaca a questão que apresentou um texto de José Saramago e uma charge com representantes do FMI e do Banco Mundial para pedir relações entre democracia e neoliberalismo e uma caracterização da Nova Ordem Mundial. O aluno pode relacionar bastante coisa, foi muito bem bolada a questão".

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