Confira os motivos para fazer vestibular no meio de ano
Estudantes contam às razões que os levaram a querer entrar na faculdade no meio do semestre
Para Luan Guerra, fazer vestibular no meio do |
O estudante Ali Husni Najm estava entrando no terceiro ano do cursinho quando se colocou um limite: se não entrasse na faculdade de Medicina dali a seis meses, iria desistir do curso. A pressão deu resultado. Em agosto de 2009, ele começou a graduação no curso de Medicina da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Minas Gerais.
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Ali Husni não tinha como prioridade os vestibulares de meio de ano, mas eles passaram a ser uma opção válida para alcançar o sonho de fazer uma faculdade. “Na minha sala do cursinho ninguém pensava em fazer faculdade no meio do ano. Quando prestavam a prova, era mais como um simulado. O meu foco também não era o vestibular do meio do ano, acabei prestando como uma válvula de escape”, diz.
Apesar de ainda não ser a primeira opção de muitos estudantes, como é o caso de Ali Husni, a procura por processos seletivos no meio do ano tem se tornado uma realidade cada vez mais frequente na vida dos jovens. O vestibular da Universidade Estadual Paulista (Unesp) é um exemplo dessa mudança. Neste ano, o processo seletivo de inverno da Unesp terá o maior número de candidatos por vaga da história de seus vestibulares, com 24,3 pessoas disputando cada uma das 510 vagas disponíveis.
A baixa concorrência motivou a estudante |
Diferentemente do estudante de medicina, para Luan Guerra, estudante de Administração na Universidade Mackenzie, fazer vestibular no meio do ano era a melhor opção. Para ele, a prova era uma garantia de ingresso rápido no ensino superior. Como já trabalhava, o estudante sentia uma certa pressão para entrar logo na faculdade. “O vestibular de meio de ano foi uma solução para o meu ingresso rápido no ensino superior, além disso, fiz essa opção porque a concorrência é menor”, comenta Luan.
A menor concorrência também foi o chamariz para Paula Bustamante Guilherme de Sousa, estudante de Design, no Mackenzie. Ao terminar o ensino médio, Paula ficou seis meses estudando sozinha para as provas de meio de ano e conseguiu passar na faculdade. “Achei que seria mais fácil de entrar no meio do ano, pensei que era uma boa oportunidade. Além disso, não queria ter que estudar mais um ano inteiro, estava ansiosa para entrar na faculdade”, explica.
Provas não são mais fáceis no meio do ano
“O vestibular de meio de ano não é mais fácil do que o de fim de ano. O que faz com que pareça mais fácil, no fundo, é a concorrência, que geralmente é menor”, explica o professor Reinaldo Scalzaretto, do cursinho Anglo.
A professora Vera Lúcia Antunes, coordenadora pedagógica do cursinho Objetivo, concorda que a relação candidato/vaga é a responsável pela sensação de facilidade dos processos seletivos de meio de ano. Mas, ela deixa um alerta para os estudantes. “Nem sempre é mais fácil entrar no meio do ano. Neste período as universidades não oferecem todos os cursos e dependendo da carreira, não é fácil de passar”, diz.
O estudante Ali sentiu na pele as dificuldades de entrar no meio do ano na universidade. É que o curso de Medicina na UFTM é um desses que é mais concorrido no meio do ano. Para se ter uma ideia, no vestibular de 2010 a concorrência foi 89,5 candidato/vaga e no vestibular de inverno de 2010 a concorrência subiu para 115,5 (nos dois processos seletivos a instituição disponibilizou 40 vagas).
“Passar em Medicina no meio do ano já é mais difícil, por ter poucas faculdades que oferecem o curso e, na UFTM é pior ainda, pois o vestibular de inverno tem uma concorrência maior. Por isso, dizem que os estudantes que passam no vestibular no meio do ano são mais nerds. Não é regra, mas de um modo geral, quem entra no meio do ano é mais estudioso mesmo”, comenta Ali Husni Najm.
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