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Veja dicas de quem passou no vestibular estudando sozinho

Fazer simulados em cursinhos populares, assistir a aulas na internet e resolver provas antigas são algumas das sugestões dos estudantes que entraram na faculdade sem ajuda extra

Por por GABRIELA PORTILHO
Atualizado em 16 Maio 2017, 13h48 - Publicado em 28 fev 2012, 16h07

Alguns preferem o desafio de estudar por conta, outros acham que é um modo de se tornarem mais autoconfiantes, e muitos simplesmente não podem pagar pelas altas mensalidades que os cursinhos cobram. De qualquer forma, todos estes fazem parte do restrito grupo de alunos que ingressou no vestibular sem fazer um cursinho preparatório.

Restrito mesmo. Para se ter uma ideia, dos inscritos no curso de Medicina da Fuvest no vestibular de 2011, apenas 27% não se preparou por meio de cursinhos pré-vestibulares.

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Embora a proposta possa parecer desanimadora de início, está longe de ser uma missão impossível. A paulistana Mariana Ferraz Paulino, 19, é prova disso. Estudando sozinha em casa, Mariana foi aprovada no vestibular de 2011 na Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e teve sua redação eleita entre as 50 melhores da Fuvest. Por fim, acabou optando pelo curso de História na USP, onde cursa atualmente o segundo ano.

Por falta de grana, Mariana escolheu não fazer cursinho e tirar proveito máximo de tudo que era ensinado no colégio. Como tinha muita dificuldade em exatas, pediu ajuda para um professor de matemática que deu a ela a dica de ouro no vestibular: “Quem presta cursos das áreas de humanas, geralmente é bom nestas disciplinas. Concentre então todo o seu esforço nas disciplinas de exatas e faça delas o seu diferencial”, disse o professor. A tática deu certo, a estudante gabaritou a prova de física.

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Para o coordenador pedagógico do Cursinho da Poli, Elias Feitosa, o fundamental é que o aluno se sinta motivado. “Quanto mais motivado for o aluno, ou seja, quanto mais vontade ele tiver de ingressar em um curso, mais facilmente terá disciplina e organização para as longas horas de estudo que o vestibular exige”, diz.

“O cursinho é apenas um meio que fornece recursos para que o aluno se dê bem no vestibular. Quem não está dentro desse ambiente têm que se esforçar talvez um pouco mais, mas nem mesmo o cursinho faz a parte de quem não estuda em casa”, complementa Elias.

Vantagens
O estudante Guilherme Levy Rodrigues, 18, faz parte dos que decidiram não fazer cursinho por opção. Durante o terceiro ano de colégio, ele ainda não estava certo da carreira que pretendia seguir. Por isso, optou por estudar um pouco, mas deixar o cursinho para o ano seguinte.

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No entanto, no meio dos estudos descobriu que era Engenharia o curso que queria e decidiu levar a cabo os estudos, mesmo que sozinho. Foi aprovado em Engenharia Química na USP e na Unifesp. “O peso de não ter um cursinho por trás deixou tudo mais leve. Fui fazer a prova com muito mais tranquilidade. Via meus amigos que faziam cursinho e todos eles estavam ‘fritando’, enquanto eu me sentia relativamente tranquilo”, conta.

Dentre outras vantagens, os estudantes dizem que estudar sozinho traz mais autoconfiança, afinal, mesmo depois, durante a universidade, o sistema educacional de cobranças e recompensas não é mais o mesmo, e muito do seu sucesso na vida vai depender unicamente do esforço que fizer por conta própria. Aprender a estudar sozinho é um ganho que se tem para a vida.

Desvantagens
É verdade que estudar por conta exige ainda mais disciplina – já que não há a cobrança de simulados e exercícios feita pelos cursinhos. Mas existem diversas formas de driblar isso. Uma delas é se propor a fazer simulados em cursinhos populares – muitos deles abrem vagas para participação de alunos de fora. Outra é, durante alguns dias da semana, se reunir com um grupo de amigos e fazer estudos coletivos.

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“Além de diminuir a sensação de solidão, quando explicamos um assunto pra outra pessoa, chegamos a aprender até 30% mais. Isso porque, quando você explica acaba criando uma linha de raciocínio e mantendo um contato mais aprofundado com a informação”, explica Elias. Mas é claro, é fundamental que os outros alunos do grupo também tenham um grande compromisso com os estudos.

Se estudar em casa for um problema devido ao barulho e à grande quantidade de pessoas, a dica é procurar uma biblioteca onde se possa estudar com tranqüilidade, e, de preferência, longe da internet e redes sociais como forma de distração. “Estudar sozinho traz praticamente os mesmo problemas do que os alunos que estudam pelo cursinho. No fundo, sozinho ou guiado, é tudo uma questão de foco e disciplina”, diz Guilherme.

Confira a seguir algumas dicas para passar no vestibular sem cursinho
– Estude pelas apostilas antigas de seus colegas. O conteúdo sistematizado auxilia a organização dos estudos.
– Caso algum assunto não esteja muito claro, a internet é sempre um bom recurso. É possível, inclusive, assistir aulas de professores de cursinhos no Youtube.
– Descanso é fundamental. Estudar sozinho por muitas horas é ainda mais estressante, portanto, o tempo de descanso não pode ser desprezado.
– Se ainda estiver na escola, aproveite ao máximo seus professores do colégio para tirar dúvidas.
– Use ao máximo as provas antigas e resoluções comentadas para entender os exercícios que considera mais complicados e ver o conteúdo que costuma ser cobrado.
– Leia bem o edital das provas que vai fazer. Além de conhecer melhor o tipo de teste e as suas exigências, conhecer bem a prova deixa você mais seguro.
– Aproveite o tempo mais disponível para caprichar nas leituras paralelas. Textos críticos podem ser o diferencial na formação de opinião e no preparo das redações.
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