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Unicamp: 42% dos matriculados em 2022 estudaram em escolas públicas

Índice é menor do que o registrado no ano anterior. Diretor da Comvest atribui queda à pandemia

Por Karolina Monte
11 abr 2022, 18h18
Candidatos durante a prova da segunda fase da Unicamp 2022
Candidatos durante a prova da segunda fase da Unicamp 2022 (Antonio Scarpinetti/SEC Unicamp/Reprodução)
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A Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares), responsável pela elaboração e organização dos vestibulares para a Unicamp, divulgou os resultados dos programas de inclusão social de 2022. Entre todos os matriculados, 42% são oriundos de escolas públicas, com 30% destes sendo autodeclarados pretos ou pardos. De acordo com a comissão, 13% dos novos ingressantes também contaram com isenção da taxa de inscrição no vestibular, o que indica serem pessoas em vulnerabilidade socioeconômica.

Para este levantamento, foram considerados os números registrados em três modalidades de ingresso: Vestibular Unicamp, Enem-Unicamp e Vagas Olímpicas. Com a adição das matrículas do Vestibular Indígena, aplicado em 27 de março, a porcentagem deve chegar aos 44%, visto que todos os participantes desta modalidade vêm do ensino público.

+ Cotas raciais: quem pode concorrer como preto, pardo e indígena

Em queda

Os números deste ano apontam para uma Unicamp menos democrática e inclusiva em comparação com o vestibular de 2021. Isso porque na edição anterior quase 46% dos matriculados eram provenientes da rede pública de ensino. Apenas o índice dos ingressantes que se autodeclararam pretos ou pardos apresentou um aumento de 1%.

O diretor da Comissão, o professor José Alves de Freitas Neto, afirma em nota que os números desta edição revelam a complexidade do sistema de cotas e indica a pandemia como um fator para a queda. “A queda de alunos de escolas públicas matriculados era, de certa forma, esperada, dado o número menor de inscritos registrado. Por outro lado, a meta em relação às pessoas autodeclaradas pretas e pardas foi atingida.”, ponderou.

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Para o diretor, as políticas de inclusão e diversidade são necessárias e devem ser aperfeiçoadas. “A oportunidade de retomar a aplicação de todas as modalidades de ingresso demonstra como a Unicamp fez excelentes alterações a partir de 2019. A partir desses dados, pensaremos no aperfeiçoamento dessas políticas”, afirmou.

Cursos destaque

Também foram divulgados os dados dos cursos que receberam número maior de ingressantes cotistas. Em Ciências Biológicas, o índice chegou a 62,8% entre os matriculados no período noturno. No curso de Arquitetura e Urbanismo, o percentual foi de 56,7%, o mesmo registrado em Comunicação Social-Midialogia. Em Enfermagem, o percentual foi de 50%.

No total, 82% de todos os cursos oferecidos pela Unicamp alcançaram um percentual superior a 25% dos matriculados que se encaixam dentro das políticas inclusivas.

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