Unicamp 2021: segundo dia é mais exigente e surpreende; confira análise
Professores comentam cada disciplina cobrada na prova desta terça-feira (9)
Assim como o primeiro dia, a segunda prova da segunda fase da Unicamp 2021 trouxe temas bem atuais em diversas áreas do conhecimento, como as queimadas no Pantanal e a covid-19, que apareceu em Matemática e Biologia.
Por outro lado, a equipe de professores da Oficina do Estudante diz que a prova desta terça-feira foi surpreendente em relação ao dia anterior. “Estávamos esperando uma prova mais tranquila por conta do ano pandêmico, como a Unicamp fez no primeiro dia”, explica Daniel Cecílio, diretor pedagógico da Oficina. De acordo com os especialistas, a avaliação foi mais trabalhosa e exigente.
Confira a análise e comentários da segunda prova da Unicamp por disciplina.
Matemática
Segundo Cecílio, Matemática foi a maior exceção dessa prova de segunda fase, por ter sido mais conteudista do que a Unicamp costuma cobrar.
Madson Molina, coordenador do Curso Anglo, concorda que o nível de dificuldade foi acima do tradicional, mas elogia a abrangência da prova.
Amanda Ribeiro, coordenadora no Curso Poliedro Campinas, destaca uma questão que acordou média móvel em relação à covid-19. O enunciado explicava como o valor é calculado e pedia que o candidato achasse alguns dados a partir da tabela disponibilizada.
Física
Entre todas as disciplinas, a prova de física foi considerada a mais interpretativa. Ela apresentou enunciados com informações que poderiam ajudar os candidatos na resolução dos problemas. “Praticamente em todas as questões ou na letra ‘a’ ou ‘b’, elas narravam as fórmulas”, afirma Ribeiro. Cecílio também concorda com a avaliação. “Foi bem elaborada e condizente com o que esperamos da Unicamp”
Segundo Molina, ela estava mais difícil em comparação com as questões da primeira fase. “Ela exigia do aluno uma imersão maior na leitura de gráficos e textos”, explica.
Química
Molina explica que é tradição da prova de Química da Unicamp não se apegar apenas ao conteúdo, mas à habilidade de compreensão de textos, gráficos e tabelas. “O aluno precisa ser hábil para fazer o cruzamento de todas essas informações para chegar na resposta correta”, afirma.
“Justamente por essa exigência de uma boa formação de leitura que a prova pode ser considerada mais difícil”, observa Cecílio.
Biologia
Nas questões, o uso de termos muito específicos chamou a atenção de professores da matéria. “A equipe de biologia ficou bastante surpresa. Esse não é o perfil da Unicamp”, avalia Cecílio. De acordo com ele, a prova estava mais difícil e trabalhosa para o aluno resolver. “Apesar disso, ela estava bem contextualizada e atual”. Temas como vacinas e vírus foram abordados.
Os professores do Curso Anglo também concordam com o nível de dificuldade da disciplina. “Ela foi desafiante e exigiu muita concentração dos alunos”, comenta Molina.
História
A matéria se destacou pelo uso de imagens e foi considerada mais bem elaborada do que a edição do ano passado. Segundo Cecílio, ela exigiu dos participantes uma grande capacidade de fazer análises. “Não foi uma avaliação trivial. O aluno teve que produzir conhecimento em vez de simplesmente reproduzi-lo”, afirma.
Para Molina, as questões estavam em um nível de dificuldade alto. “Envolvia obras de arte e textos historiográficos. Porém, elas abordavam temas que já apareceram em edições anteriores”, comenta.
Geografia
Cecílio analisa a parte de Geografia como uma prova bastante trabalhosa, “que exigia dos candidatos um conhecimento refinado e aprofundado de alguns conceitos”. As questões foram bem distribuídas entre Geografia Física e Geografia Humana, além disso apresentavam boa contextualização.
Molina chama a atenção para a ausência de mapas, mas elogia a atualidade da prova, que abordou temas recentes como as queimadas no Pantanal.