Neste domingo (14), primeiro dia da segunda fase do vestibular 2017 da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a prova foi de Redação e Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa.
Os candidatos tiveram de fazer dois textos, cada um sobre um tema discutido amplamente ao longo de 2017: a pós-verdade e a liberdade de expressão.
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A primeira proposta era a redação de um texto base para uma palestra sobre a pós-verdade; a segunda, um artigo de opinião sobre a existência ou não de limites para a liberdade de expressão. “Ambos são temas interessantes que podem ser inseridos no contexto político atual e na circulação de discursos de ódio”, diz Felipe Ribeiro, professor e editor do sistema COC by Pearson de ensino.
Embora fossem temas bastante presentes na mídia ao longo de 2017, a prova apresentava desafios aos candidatos. “Havia uma série de exigências para as redações, e quem se entusiasmou demais e bancou o repentista pode não ter se saído bem”, diz Célio Tasinafo, diretor pedagógico do cursinho Oficina do Estudante.
Além de ficar atento ao gênero textual pedido, o candidato precisava produzir um texto com a estrutura que a banca solicitava e com as informações presentes nos textos da coletânea – o que exigia, além de uma boa escrita, boa capacidade de síntese e compreensão.
No caso da liberdade de expressão, era preciso explicitar quais as duas principais posições vigentes após a leitura de oito opiniões diferentes. Como também era necessário assumir uma dessas posições, requeria-se boa capacidade de argumentação.
“No texto sobre a pós-verdade, a banca deve avaliar a capacidade de seleção de informações, clareza e concisão na exposição”, completa Felipe.
A prova trouxe ainda questões de interpretação de texto e de literatura, que exigiam a leitura das obras obrigatórias. “Foi basicamente uma prova de leitura. Mesmo sua única questão de gramática era fundamentada nisso”, afirma Sérgio Paganim, supervisor de Língua Portuguesa no Anglo Vestibulares.
De fato, o vestibular da Unicamp se destacou pela variedade de gêneros textuais usados para avaliar a capacidade leitora dos candidatos: além de verbete, houve entrevista, texto opinativo, narrativa, poema e sermão.
“Foi uma prova de média complexidade, que não exigia muitos conhecimentos específicos prévios”, opina Sérgio. Para os professores, as questões de literatura eram as mais trabalhosas, pois exigiam compreensão não somente dos excertos apresentados, mas do enredo dos livros cobrados.
Abstenção
Dos 15.461 convocados para esta etapa, 1.749 não compareceram – abstenção de 11,3%. No ano passado, o índice foi de 10%; em 2016, de 13,2%.
As provas vão até terça-feira (16), com início sempre às 13 horas (a orientação é que os candidatos cheguem com pelo menos uma hora de antecedência). Nesta segunda (15), será Geografia, História e Matemática. Na terça, as questões serão de Biologia, Química e Física.
Cada questão vale até quatro pontos, sendo até dois pontos por cada item. Cada texto da prova de Redação vale até 24 pontos. As provas de Habilidades Específicas, para os cursos que as exigem, valem 48 pontos.
As respostas esperadas das provas da segunda fase serão divulgadas a partir da próxima quarta-feira (17/1).
Calendário
A primeira chamada para matrícula será publicada em 8 de fevereiro.
1ª fase | 19/11/2017 |
Divulgação dos aprovados na 1ª fase e locais de prova da 2ª fase | 11/12/2017 |
Divulgação das notas da 1ª fase | 21/12/2017 |
2ª fase | 14, 15 e 16/1/2018 |
Provas de Habilidades Específicas (exceto para os cursos de Música) | 22 a 25/1/2018 |
Divulgação da 1ª chamada (para matrícula não presencial) | 8/2/2018 |
Matrícula não presencial | 9/2/2018 |
Divulgação das notas da 2ª fase | 15/2/2018 |
Divulgação da 2ª chamada para matrícula presencial | 15/2/2018 |
Matrícula da 2ª chamada (presencial) | 19/2/2018 |