Seguindo uma proposta de reestruturação discutida desde o ano passado, o Conselho Universitário da Unesp decidiu, na última semana, extinguir o Departamento de Artes Cênicas, que será fundido ao Departamento de Artes Plásticas. Ambos ficam em São Paulo, SP.
Enquanto docentes e organizações estudantis se manifestam contra a medida — segundo eles um sinal de precarização que pode afetar a qualidade do curso — a universidade justifica que a mudança vai estimular a aproximação de docentes com diferentes expertises e a multidisciplinaridade.
O argumento técnico que acelerou a decisão de junção dos dois departamentos, com pouco diálogo, segundo professores e alunos, foi o fato do Estatuto da Unesp exigir ao menos 10 professores para compor um departamento. Hoje, o Departamento de Artes Cênicas, Educação e Fundamentos da Comunicação (DACEFC) e o Departamento de Artes Plásticas (DAP) têm, respectivamente, sete e nove professores. Em crise, a universidade não libera há anos a contratação de novos professores.
A reestruturação da Unesp não deve ficar restrita a esses departamentos, e até 15 de outubro outras unidades, assim como o Instituto de Artes, deverão apresentar propostas de novos modelos de organização. Ao todo, cerca de 50 departamentos da Unesp se encontram na mesma situação que a DACEFC e o DAP, com menos professores do que o exigido. Segundo a universidade, a maioria dos institutos já aderiu ao programa de reformulação.
No ano passado, quando o projeto de sustentabilidade financeira da Unesp começou a ser discutido, o texto do documento falava também em “avaliar a pertinência de manutenção de oferecimento de cursos com baixa procura e de altos índices históricos de evasão”. À época, o reitor justificou que não se tratava de extinguir cursos, mas repensar a maneira de oferta. Uma outra medida prevista era a extinção do vestibular de meio de ano, que já se concretizou.