Melhores universidades públicas: UnB e USP
Alunos dos cursos de Comunicação e Informação da UnB e da USP aprendem produzindo revistas, jornais, filmes e programas de rádio e TV
UnB
O foco na prática é forte na Faculdade de Comunicação (FAC) da Universidade de Brasília (UnB). Além de ter o jornal-laboratório mais antigo em atividade no país, o Campus, a FAC também produz revistas e um portal de notícia online de atualização diária. Possui também uma emissora própria de TV, a UnBTV, que transmite telejornais, anúncios e filmes produzidos pelos próprios alunos nos seis estúdios de gravação, que contam com tecnologia de ponta. São os estudantes também os responsáveis por editar os conteúdos nos laboratórios especializados.
Um número significativo de projetos de pesquisa e extensão ligados à comunicação acontecem anualmente na UnB. O “SOS Imprensa” acompanha e avalia criticamente a forma e a maneira com que as notícias são veiculadas na grande mídia, por exemplo. Já o “Curtas na Sala de Aula” exibe filmes e curtas metragens realizados por alunos e professores da FAC em salas de aula da rede pública de ensino do Distrito Federal. Há ainda três empresas juniores: a Facto, de serviços de comunicação integrada, a Pupila, de produção de vídeos institucionais e animações, e a Doisnovemeia, esta última com vinte anos de atividades ininterruptos em planejamento e execução de campanhas publicitárias.
“Não há maneira melhor de construir conhecimento do que aliar ensino teórico, aulas práticas, pesquisa e extensão”, afirma Fernando Oliveira Paulino, diretor da FAC. Ele destaca ainda o fato de a universidade trabalhar permanentemente na atualização do corpo docente, promovendo cursos, palestras e discussões. Além disso, periodicamente ocorrem as reuniões do “Sempre FAC”, um grupo de egressos dos cursos que sugerem atividades e melhorias para a faculdade. “Não podemos negar que as pessoas são nosso maior patrimônio”, finaliza.
USP
Considerada pioneira na construção do pensamento comunicacional e artístico do Brasil, a a Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) comemorou 50 anos em 2016. “Formamos gerações de comunicadores, artistas e pensadores que atuaram e atuam ativamente na sociedade até hoje”, conta Margarida Maria Krohling Kunsch, diretora da ECA. Referência na América Latina, a Escola se destaca não só pela qualidade do corpo docente – todos os professores são no mínimo doutores –, mas também pela diversidade dos cursos oferecidos. São sete no total, dentre os quais a licenciatura em Educomunicação, a única do país. Os seus alunos também têm oportunidade de realizar pesquisas com bolsa de iniciação científica em um dos 53 grupos de pesquisa em atividade atualmente.
Em relação à extensão, a ECA possui dez projetos que envolvem a comunidade, como as disciplinas oferecidas a alunos da terceira idade que, ao mesmo tempo que aprofundam conhecimentos, têm a oportunidade de interagir e trocar experiências com os estudantes mais jovens.
Entretanto, o que mais caracteriza a ECA é o fato de os estudantes aprenderem na prática. Para isso, eles têm à disposição uma biblioteca com 270 mil volumes, além de uma editora de livros, uma empresa júnior de publicidade e relações públicas, um jornal quinzenal e a Agência Universitária de Notícias, órgão que pauta os assuntos da USP para os veículos de comunicação de todo o Brasil. Há ainda os novos laboratórios de cinema, rádio e televisão, que comportam até doze pessoas para trabalhos em grupo, além de três estúdios de imagem e som.
Melhor universidade privada: Universidade Metodista de São Paulo
Continua após a publicidadePor meio de atividades práticas que promovem a integração com a comunidade, a Metodista oferece aos alunos de comunicação vasto leque de experiências profissionais
Um projeto pedagógico que encara uma redação experimental como sala de aula. A descrição feita por Rodolfo Martino, coordenador do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo do Campo (SP), resume a forma como a instituição enxerga o ensino de comunicação e incentiva as produções dos alunos. Há mais de 40 anos oferecendo cursos de nível superior, a Metodista mantém laboratórios e projetos que estimulam a autonomia dos estudantes, integrando conhecimentos teóricos e práticos e estreitando a relação da universidade com a comunidade.
Os conhecimentos dos diferentes cursos – Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Rádio, TV e Internet – se unem na Agência Integrada de Comunicação (AGiCOM). Primeira experiência prática dos graduandos na área, a agência oferece estágios logo nos primeiros anos da graduação. Há funções em assessoria de imprensa, relações públicas, elaboração de peças publicitárias, produção gráfica e audiovisual. A criação de campanhas de comunicação mercadológica e marketing, envolvendo clientes externos, alia-se ao trabalho desenvolvido na Redação Multimídia, onde os alunos produzem conteúdos jornalísticos e institucionais para TV, rádio, veículos impresso e internet.
Conteúdos e plataformas
A ideia de recriar as condições do mercado de trabalho passa também pelas disciplinas e atividades obrigatórias. Por meio do periódico quinzenal Rudge Ramos, os alunos de Jornalismo se familiarizam com a dinâmica da redação de um jornal, ao apurar, redigir, editar e publicar notícias sobre o maior bairro de São Bernardo do Campo e a região do ABC paulista. A publicação, impressa desde 1980, é mantida também em sua versão on-line, com criação de conteúdo exclusivo em texto e vídeo.
Da Redação Multimídia surgiu a Rádio Sônica, mantida pelos alunos dos cursos Jornalismo e Rádio, TV e Internet. São eles que realizam, com a monitoria dos professores, quadros jornalísticos e de entretenimento, além da programação musical. Já na TAG TV, graduandos em Rádio, TV e Internet têm espaço para a criação de conteúdos audiovisuais, transmitidos via web.
Receita de sucesso
A boa integração entre os cursos também está relacionada ao envolvimento do corpo docente. Para Rodolfo Martino, a atuação dos professores nas atividades das carreiras de comunicação tem reflexo direto na qualidade das produções desenvolvidas pelos alunos. “Há professores que estão aqui desde sempre, cursaram suas graduações na universidade e agora dão aulas. Acaba-se criando essa relação de pertencimento”, explica. Tal relação, segundo Rodolfo, permite que os alunos se envolvam nos projetos e enxerguem suas produções de forma crítica, característica essencial aos novos profissionais da comunicação.