Em sua 27ª edição, a tradicional avaliação de cursos superiores do GUIA DO ESTUDANTE mediu a qualidade de 16,7 mil graduações. A avaliação é uma pesquisa de opinião feita com professores e coordenadores de curso. Eles emitem conceitos que permitem classificar os cursos em bons (três estrelas), muito bons (quatro estrelas) e excelentes (cinco estrelas). Entenda como é feita a avaliação de cursos.
A partir da avaliação, são identificadas as melhores instituições de Ensino superior (IES) do Brasil – públicas e privadas – e aquelas que mais se destacam em oito áreas do conhecimento. Entenda os critérios do Prêmio Melhores Universidades 2017 aqui.
Veja a seguir as melhores da área de Artes e Design em 2017:
Melhor universidade pública: Udesc
Centro de Artes da Udesc investe em infraestrutura para se tornar referência nacional na área de Artes e Design
Com 32 anos de existência, o Centro de Artes (Ceart) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Florianópolis, já é considerado um centro de excelência em ensino. Um dos motivos é a qualidade de seu corpo docente: dos cerca de 100 professores em atividade, 80% deles têm titulação de doutor, e a perspectiva é que esse número chegue à totalidade nos próximos anos.
“Realizamos também constantes investimentos para nos tornarmos referência no campo das artes e dos estudos contemporâneos em moda e design”, afirma a diretora Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva.
A inauguração do Laboratório Experimental de Tecnologia Cênica (Labtec) é resultado desses investimentos. Seus equipamentos de ponta de iluminação cênica são utilizados pelos alunos da licenciatura em Teatro, que aprendem na prática sobre técnicas de iluminação, cenotécnica e sonoridade cênica.
Já os estudantes do bacharelado e da licenciatura em Artes Visuais contam com laboratórios de cerâmica e fotografia, além de oficinas de gravura, pintura, marcenaria, serigrafia e escultura.
A infraestrutura do curso de Música também merece destaque. Os alunos do bacharelado, que têm de escolher uma entre cinco opções de instrumento para se aprofundar – piano, violino, viola, violão e violoncelo – e os da licenciatura, focada em educação musical, têm à disposição dois auditórios que comportam 200 pessoas, além de um estúdio de gravação para performances ao vivo.
Há também cinco laboratórios, dentre eles um só de percepção musical, e a Orquestra Acadêmica da Udesc, que chega a fazer 15 apresentações por ano.
Inserção no mercado de trabalho e prestígio internacional
Outra preocupação do Ceart é com a preparação dos alunos para o mercado de trabalho. Por meio da Inventório, empresa júnior dos cursos de Moda, Design Gráfico e Design Industrial, são desenvolvidos projetos para empresas, entidades e a sociedade em geral.
Os formandos de Moda também têm a oportunidade de mostrar seus trabalhos no OCTA Fashion, o Observatório de Cultura e Tendências Antecipadas, evento anual que apresenta as criações desenvolvidas durante o curso.
Pouco a pouco, o Ceart também vem ganhando prestígio internacional. Pelo segundo ano consecutivo, a Udesc foi convidada a participar do Global Grad Show, exposição que ocorre durante a Semana de Design de Dubai, nos Emirados Árabes, e que reúne projetos das mais importantes escolas de design do mundo, como a Universidade de Cambridge e o Royal College of Art, por exemplo.
“Creio que esse evento também tende a colaborar com o aumento da internacionalização, uma de nossas metas para o futuro”, conta a diretora Maria Cristina. Em 2015, data do último censo da Udesc, 27 alunos do Ceart realizaram intercâmbio estudantil, enquanto 20 estrangeiros vieram estudar na escola.
Melhor universidade privada: PUC-Rio
Continua após a publicidadeAlunos de Artes e Design da PUC-Rio miram no compromisso socioambiental e desenvolvem projetos em parceria com comunidades e ongs
Os alunos de Artes e Design da PUC-Rio são instigados desde o início da graduação a aplicarem os conceitos que aprendem em sala e nos laboratórios a serviço do meio ambiente e da comunidade.
“Temos uma visão mais humanista e nossos projetos buscam atender as necessidades sociais, às vezes até de comunidades específicas”, conta a coordenadora do curso de Design, Maria Manuela Rupp Quaresma.
Preocupação socioambiental
O curso de Design da PUC-Rio e suas diversas habilitações – comunicação visual, mídia digital, projeto de produto e moda – é estruturado em projetos, um por semestre, abrangendo formações básicas, avançadas e específicas das habilitações.
Já no primeiro semestre, os alunos precisam procurar parcerias, seja com uma comunidade, uma organização não governamental ou grupo específico, para atenderem a uma necessidade específica desse parceiro de forma interdisciplinar entre todas as habilitações. Os estudantes, por exemplo, desenvolveram alguns equipamentos para uma escola de surf para crianças, que precisava melhorar o posicionamento dos alunos em cima da prancha.
Os alunos de Arquitetura e Urbanismo também trabalham em projetos desde o início, no ateliê integrado, onde cumprem 12 horas semanais, associando teoria e prática de maneira interdisciplinar.
A conscientização socioambiental é trabalhada com os graduandos nas disciplinas teóricas, mas também no Escritório Modelo, que reúne os alunos para criar projetos para o próprio campus da PUC-Rio.
Essas iniciativas envolvem planos de melhoria em acessibilidade e sustentabilidade, bem como ações para preservação e recuperação do patrimônio arquitetônico e histórico da instituição, incluindo aí o museu universitário, o Solar Grandjean de Montigny.
Para além do campus, o Escritório Modelo tem iniciado um trabalho de aproximação com organizações não governamentais, comunidades e órgãos do governo para os alunos realizarem projetos específicos.
Dois exemplos que resultaram dessas parcerias são o redesenho da Praça Santos Dumont, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, e o projeto para reconstrução da Estação Científica Comandante Ferraz, na Antártida, que recebeu menção honrosa no Concurso promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) em parceria com a Marinha brasileira.
Laboratórios bem equipados
Os departamentos que oferecem os cursos de Design e Arquitetura contam com laboratórios com tecnologia bastante atual. “Além daqueles de uso comum, cada habilitação de Design possui os seus específicos”, conta a professora Maria Manuela.
Faz parte dessa infraestrutura os laboratórios de Volume e Prototipagem, o de Experimentos Gráficos, Fotografia e Estúdio, Animação e Ilustração. Este último, além de ser usado por todas as habilitações, também é, em especial, utilizado por alunos que optam pelo Domínio Adicional em Animação.
O domínio adicional é um curso extra formado por um conjunto de disciplinas da graduação, originais de uma ou mais carreiras que são reunidas por temas afins e de interesse. Neste caso, são oferecidas História da Animação (disciplina da faculdade de Design), Design de Histórias (do departamento de Artes) e Edição em Cinema (da Comunicação). Cumprida a carga horária de 25 créditos, o aluno recebe um certificado. O objetivo é tornar o estudante apto para a realização de projetos nessa área.
Para manter-se sempre atualizado, o corpo docente tem perfil misto, entre doutores, mestres e especialistas. “Na nossa área, é muito importante ter professores que atuem em escritórios de Design para manter o curso sempre muito atualizado. Mesmo os docentes de dedicação exclusiva procuram realizar pesquisas que façam essa ponte da universidade com o mercado”, explica a coordenadora.