Provão Paulista: USP, Unesp e Unicamp aderem a vestibular seriado
Prova aplicada para estudantes da rede estadual de São Paulo é uma alternativa ao vestibular tradicional das universidades. Entenda aqui como vai funcionar
Nova modalidade de ingresso no trio paulista! As três grandes universidades estaduais de São Paulo anunciaram em 2023 uma nova modalidade de ingresso nos cursos de graduação. A USP (Universidade de São Paulo), Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) devem aderir ao projeto batizado como Provão Paulista, uma avaliação seriada aplicada aos estudantes dos três anos do Ensino Médio da rede pública estadual paulista.
O projeto é uma parceria com a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, e deve funcionar de maneira semelhante ao Saresp; isto é, com as provas aplicadas nas próprias escolas e sem necessidade de pagamento de taxa. A proposta já havia sido anunciada em março pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Na época, no entanto, se falava em utilizar o próprio Saresp como prova – prevendo alterações em seu formato, já que o exame é aplicado no 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e no 3º ano do Ensino Médio.
A criação do Provão Paulista surge como uma opção pensada especialmente para o ingresso nestas universidades, com um sistema de pontuação acumulativa. Ou seja, o estudante já vai “prestar vestibular” desde o 1º ano do Ensino Médio, com a nota sendo somada às avaliações dos dois anos seguintes. Ao fim do Ensino Médio, a média final será utilizada no processo seletivo das três universidades, como uma alternativa ao vestibular de cada uma.
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Segundo a previsão, o primeiro Provão Paulista deve ser aplicado já em novembro deste ano, exclusivamente para os 360 mil alunos matriculados no 3º ano da rede estadual. Eles já poderão utilizar essa nota para ingressar nas três universidades paulistas. Já a partir de 2024, passa a ser aplicado também para o 2º ano. E, por fim, a partir de 2025, passa a abranger as três séries do Ensino Médio, tornando-se, definitivamente, um vestibular seriado.
Inclusão e permanência
Ao Jornal da USP, o pró-reitor de Graduação da USP, Aluísio Segurado, destacou que a medida pode aumentar o interesse do estudantes da rede pública de ingressar em uma universidade, um dos maiores desafios do cenário atual. Segundo ele, apenas 16% dos 400 mil alunos que concluíram o ensino médio público fizeram o Enem em 2023 e uma média de apenas 8,7% destes concluintes se inscreveram no vestibular da Fuvest nos últimos cinco anos.
Para diminuir as altíssimas taxas de evasão das universidades, a parceria com a Secretaria de Educação prevê o pagamento de um auxílio de R$800 mensais a estudantes de baixa renda. E para os ingressantes em cursos de licenciatura da USP que estiverem fazendo um estágio não-remunerado, uma bolsa de R$2.100.
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Quem cuidará da avaliação é a Vunesp, banca responsável pelas provas da Unesp e outros grandes concursos públicos.
Vagas do Provão Paulista
Em relação ao número de vagas, a USP deverá oferecer 1.500 vagas, sendo 555 destinadas a estudantes pretos, pardos e indígenas. As vagas, porém, já fazem parte do número reservado a estudantes de escolas públicas nos processos da Fuvest e Enem-USP, obrigando, desta forma, uma redistribuição nas duas outras modalidades.
Já a Unesp reservará para o Provão Paulista 980 das 3.854 vagas destinadas a egressos de escolas públicas, o equivalente a 12,76% do total de vagas. Destas 980, 343 vagas serão destinadas a alunos pretos, pardos e indígenas.
A Unicamp ainda não informou o número de vagas reservadas à nova modalidade.
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