Este texto foi originalmente publicado no portal Estudar Fora, da Fundação Estudar, parceira do GUIA DO ESTUDANTE.
A revista norte-americana Time divulgou, em 30 de março, a lista com as 100 corporações mais influentes do mundo. A seleção considera empresas que que estão “moldando nosso futuro” e realizando um “impacto extraordinário” no planeta. Dentro de cada uma delas, a publicação destacou os líderes que têm um papel central nas tomadas de decisões, estratégias e gestões de sucesso de cada uma.
Os perfis dessas lideranças são bastante diferentes dos rostos que estampavam listas como estas há alguns anos. Das cinco corporações destacadas, duas são lideradas por mulheres – incluindo uma descendente de família indiana – e uma é comandada por um sul-coreano.
A formação desses líderes também é relativamente diferente do que costumávamos ver em anos anteriores. Apenas 3 deles passaram por uma das universidades da Ivy League e apenas 2 tem graduação em uma delas.
A seleção da Time classifica as 100 empresas em 5 tipos diferentes: empresas pioneiras (pioneers), titãs (titans), líderes (leaders), inovadoras (innovators) e disruptoras (disruptors). A seguir, confira por quais universidades e escolas passaram cada uma das lideranças responsáveis por transformar essas empresas em referências mundiais.
Empresa pioneira: Mindy Kaling, da Funny Business
Na primeira posição da categoria de corporações pioneiras está a pequena empresa chefiada pela atriz, diretora e roteirista, Mindy Kaling. Quem já assistiu à série The Office se lembrará do rosto dela, que interpretou a personagem Kelly Kapoor. Na série, além de atuar, ela também foi coprodutora executiva e a roteirista que escreveu o maior número de episódios.
Kaling é formada pela Faculdade Dartmouth e possui um bacharelado em dramaturgia. Durante os estudos, ela foi estagiária do programa Late Night with Conan O’Obrien, da National Broadcasting Company (NBC). Diferentemente dos outros líderes que encabeçam a lista, a atriz não possui curso de pós-graduação mas sim um longo currículo na indústria audiovisual norte-americana.
Ela entrou para a equipe de roteiristas de The Office através de um programa de incentivo à diversidade dentro da emissora NBC. Ela também está por traz de outras séries famosas, entre elas Never Have I Ever, da Netflix, e The Sex Lives of College Girls, da HBO, cuja primeira temporada foi assistida em 40 milhões de lares.
A linha de continuidade da trajetória de Mindy é o debate sobre diversidade dentro dos vários ambientes do dia a dia. Descendente de indianos, no artigo perfil da revista Time ela conta que a preocupação com o tema da diversidade vai além de questões relacionadas aos descendentes de indianos, mas também abrangem outras populações imigrantes vindas do leste-asiático, além da comunidade negra norte-americana e das questões feministas.
Titãs: Andy Jassy, da Amazon
Jassy assumiu o cargo de CEO da Amazon no fim de 2021, substituindo o criador da empresa e homem mais rico do mundo, Jeff Bezos. Além de chefiar a Amazon, ele é dono de uma parte minoritária do time de hockey dos EUA Seattle Kraken. Filho de advogados influentes de Nova York, Jasse é formado em governança em Harvard e possui um MBA na Harvard Business School.
Com valor de mercado de US$ 1.7 trilhão e força de trabalho de US$ 1.6 milhão, a Amazon Corporation dispensa apresentações. A empresa opera em diversas áreas, está presente na indústria audiovisual, comércio digital, serviços de nuvem e armazenamento de dados, serviço de streaming, entre outros. De acordo com a Time, é essa variedade de áreas e tamanho os maiores desafios de Jassy, ao assumir a Amazon, uma vez que agora tem a responsabilidade de manter a empresa no topo e seguir inovando.
Líderes: Bang Si-hyuk, da Hybe
O K-pop e a crescente indústria do entretenimento coreana aparecem na lista através da figura do letrista, compositor, produtor e fundador da HYBE, Bang Si-hyuk. Anteriormente chamada de Big Hit Entertainment, a HYBE é a empresa que criou o grupo coreano BTS. A banda é a primeira não falante de inglês que atinge uma audiência e público tão grande no mundo, inclusive dentro do próprio mercado dos Estados Unidos.
Bang iniciou a carreira na música já no Ensino Médio, enquanto cursava um tradicional colégio coreano, chamado Kyunggi. Em seguida, se formou em Estética pela Universidade Nacional de Seul, considerada a melhor do país em rankings internacionais, como o QS.
Além de aparecer na capa da revista Time representando a HYBE, no último mês Bang também recebeu um Doutorado Honorário da sua universidade, a Nacional de Seul. O título é concedido para cidadãos “que fizeram contribuições para o desenvolvimento da cultura humana ou avanço acadêmico”.
Para a revista Time, Bang afirma que, ao traçar as estratégias de crescimento para a empresa “a visão da HYBE sempre foi ambiciosa – a ponto de ser presunçosa” e cujo objetivo foi, desde o início, se tornar “a principal plataforma de estilo de vida de entretenimento do mundo, com a música como nossa base”. Até o momento, as estratégias de Bang estão dando certo.
Inovadores: Robert “RJ” Scaringe, da Rivian
Na categoria inovadores, está Robert “RJ” Scaringe, engenheiro, empreendedor, CEO e fundador da Rivian, uma montadora e desenvolvedora de carros elétricos fundada em 2009. O norte-americano possui graduação em engenharia mecânica pelo Instituto Politécnico Rensselaer, de Nova York, um mestrado e um doutorado na mesma área pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT).
De acordo com a Time, o trabalho de Robert com o desenvolvimento e promoção dos carros elétricos na Rivian tem bastante potencial de “cumprir as enormes expectativas que enfrenta. Ou talvez não”.
A inovação na trajetória do engenheiro está presente na forma como promove e tenta expandir o mercado de carros elétricos e por ser, ainda, uma empresa que está dando os primeiros passos na expansão de novas fábricas dentro dos Estados Unidos.
Disruptores: Jennifer Grancio, da Engine No.
Na categoria Disruptores está Jennifer Grancio, CEO da Engine No. 1, uma empresa ativista de investimento com foco em impacto social. Graduada em Economia e Relações Internacionais por Stanford, ela também possui um MBA pela Columbia Business School.
Jennifer chamou a atenção do mercado em maio de 2021, quando chefiou uma campanha da Engine No. 1, uma pequena empresa de investimentos de São Francisco que conseguiu assumir a liderança da ExxonMobil Corporation, uma gigante multinacional de petróleo e gás dos Estados Unidos.
Durante o processo, a campanha da CEO gastou cerca de US$ 12.5 milhões promovendo ações climáticas de sucesso na Exxon, que renderam 3 assentos no conselho de administração da empresa. De acordo com a Time, o feito foi “uma vitória que surpreendeu o setor financeiro e abalou as grandes petroleiras”.
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