O Ministério da Educação anunciou nesta terça-feira (5) que as universidades públicas federais e instituições particulares de educação superior vão oferecer mais 2.415 vagas em cursos de Medicina a partir do segundo semestre deste ano. O crescimento representa 15% das vagas do País. Segundo o ministério, até o final de 2013 todas as vagas já devem estar implantadas.
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O Nordeste será a região que mais receberá novas vagas: 1.365. Para as universidades federais, a previsão de expansão é de 1.615 vagas, sendo 1.040 em 18 novos cursos. Outras 800 colocações serão abertas em nove instituições particulares. De acordo com o MEC, serão contratados 1.618 professores e 868 técnicos administrativos para dar suporte à expansão das vagas.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que a qualidade na expansão do número de vagas será acompanhada pelo governo federal. “Nosso esforço é ampliar com qualidade a quantidade de vagas em cursos de medicina. Não estamos com pressa, queremos fazer bem feito”, disse.
A justificativa para o crescimento da oferta é, segundo o MEC, aumentar a quantidade de médicos por habitante. No Brasil, atualmente, existem 1,8 médico para cada mil brasileiros. Proporcionamente, esse número é menor quando comparado às médias de outros países da América Latina. Na Argentina e no Uruguai são 3,1 e 3,7 médicos por mil habitantes, respectivamente.“Temos uma oferta de médicos insuficiente para atender a sociedade brasileira”, ressaltou Mercadante.
Sobre a concentração das novas vagas nas regiões Norte e Nordeste, o ministro destacou que este é um esforço que precisa ser complementado com ações que mantenham os médicos em suas localidades de formação. “Há uma dispersão muito grande quando analisamos médicos e vagas. Não basta apenas uma política de desconcentração, mas para fixação”, explicou.
Críticas do Conselho Federal de Medicina
O Conselho Federal de Medicina (CFM) criticou a decisão do governo. Em nota, a entidade afirma que a decisão desconsidera a qualidade da formação dos novos profissionais, expondo a população a uma situação de risco. Para o CFM, sucessivos estudos do próprio Ministério da Educação – onde foi feito o anuncio – comprovam a baixa qualidade e capacidade das escolas existentes de formar os médicos brasileiros.
“Não há dúvida que número importante escolas médicas em atividade está sem condições de funcionamento. Assim, a abertura de novas escolas ou o aumento no número de vagas nas existentes é uma atitude desprovida de conteúdo prático e de bom senso”, afirma na mensagem.
Para a entidade, no Brasil há médicos em número suficiente para atender a demanda. No entanto, essa população está mal distribuída e concentrada nas áreas mais desenvolvidas, onde os indicadores são próximos aos dos de países europeus.
“No entanto, em todos os estados há relatos de falta de profissionais na rede pública, o que decorre, essencialmente, da falta de estímulos para a fixação dos profissionais nas áreas remotas do interior e nas periferias dos grandes centros urbanos. Ou seja, se a questão fosse apenas numérica, em alguns estados não existiriam reclamações, como a imprensa apresenta cotidianamente”, explica o CFM.
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