A Polícia Federal (PF) divulgou um balanço sobre a "Operação Calouro" na tarde desta quinta-feira (13). Desde ontem, já foram presos 51 envolvidos em organizações criminosas especializadas em fraudar vestibulares de Medicina. Estão previstos o cumprimento de 70 mandatos de prisão e outros 73 mandatos de busca, expedidos pela Justiça Federal de Vitória, no Espírito Santo.
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A PF fez as prisões em 9 estados. Goiás lidera a lista com 18 presos. Minas Gerais aparece em segundo lugar, com 9 mandatos executados. Estes dois estados, segundo a polícia, são os principais locais de atuação dos criminosos, que vendiam vagas principalmente para faculdades particulares. De acordo com a assessoria de imprensa da PF, as universidades federais e públicas, em geral, não eram alvo das quadrilhas por ter segurança reforçada nos exames, além de representar um risco maior de repercussão caso as fraudes fossem descobertas.
Com esta estratégia, dois grupos, dos sete identificados pela PF, já atuavam há mais de 15 anos em vestibulares de Medicina. A primeira fase das investigações está concentrada apenas nos membros permanentes das quadrilhas. A polícia informa que, após a apuração do material apreendido, irá iniciar a segunda etapa, com foco nos alunos beneficiados pelo esquema. "Os identificados serão indiciados e posteriormente responderão pelo ato que cometeram. Tão logo os dados possam ser compartilhados com as instituições, os alunos poderão ser excluídos administrativamente ou judicialmente", explica a PF.
Como agiam as quadrilhas
Depois de quase um ano e meio acompanhando a ação das quadrilhas, a polícia descobriu que 40 instituições de ensino superior foram vítimas dos criminosos. Os grupos agiam de duas maneiras diferentes: ou por transmissão de gabaritos por meios eletrônicos ou com a substituição dos candidatos por um membro da quadrilha, que geralmente costumava ser estudante de Medicina, Engenharia ou até mesmo aluno de cursinho pré-vestibulares. No primeiro método, os chefes das grupos recebiam em média R$ 15 mil por alunos. Já com o uso de substitutos, os valores variavam entre R$ 45 mil e R$ 80 mil.
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