Estudante universitária reclama de bullying e sofre agressão
Faculdade abriu sindicância para apurar o caso; aluna diz ter medo de voltar e sofrer nova violência
Ana Cláudia Karen Lauer, 20, estudante de enfermagem no Centro Universitário Barão de Mauá, em Ribeirão Preto, sofreu um espancamento nas mediações da faculdade após se queixar à coordenação do curso que estaria sofrendo bullying por parte dos colegas de sala.
A aluna disse que era discriminada por ser estudiosa e que, em uma das aulas, não a deixaram integrar um grupo de trabalho. No dia seguinte à reclamação, Ana Cláudia foi acompanhada por três colegas de curso até uma praça próxima à faculdade, e, em seguida, teria sido agredida com o próprio capacete por uma delas, enquanto as outras duas observavam. Uma colega que assistiu à cena levou a vítima para dentro da faculdade, onde a garota recebeu os primeiros socorros.
– Você pratica ou é vítima de bullying?
Depoimentos
A estudante chegou à Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher de Ribeirão Preto com hematomas espalhados pelo rosto e uma fratura no nariz. Em entrevista ao Guia do Estudante, a delegada de polícia assistente Lucia Bocardo Batista Pinto, que ouviu o depoimento de Ana Cláudia, não confirmou que a garota sofria bullying antes da briga que culminou na agressão do dia 1º.
De acordo com o boletim de ocorrência, Ana Cláudia seria vítima de exclusão e desprezo por parte dos colegas desde sua transferência para a instituição, três meses antes. A estudante será ouvida novamente amanhã (5/04) pela manhã. Esse é um procedimento normal, já que no dia em que foi atacada ela não conseguia dar muitos detalhes, muito provavelmente por causa do estado de choque. “Para nós, ela disse que apanhou apenas com o capacete na cabeça, mas para a imprensa, ela disse que foi agredida mais vezes”, diz a delegada.
Agressora esteve na delegacia antes da vítima
Ana Cláudia também passará por outro exame de corpo de delito, para saber exatamente quais danos sofreu. Na ocasião da agressão, o rosto da menina estava muito inchado, o que impossibilitou diagnósticos confiáveis sobre as fraturas e possíveis sequelas.
A delegada contou que a agressora de Ana Cláudia esteve na delegacia momentos antes da vítima, relatando envolvimento em uma briga da faculdade e reclamando de ferimentos nas mãos. “Quando Ana Cláudia chegou à delegacia, entendemos que a briga teve proporções muito maiores do que a colega havia relatado”, afirma Lucia Bocardo.
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As três garotas acusadas de agressão serão intimadas e devem prestar depoimento à delegada, mas a data ainda não foi confirmada. O Centro Universitário Barão de Mauá adotou o procedimento padrão para esse tipo de ocorrência: a abertura de uma sindicância para apurar os fatos. A faculdade ressalta que as medidas legais cabem exclusivamente às alunas e que, após o prazo de 30 dias de investigação, as envolvidas poderão receber advertência verbal e, na pior das hipóteses, serão desligadas da instituição.
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