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Ensino à distância: os cursos mais procurados e os maiores desafios

Saiba quantas universidades públicas oferecem a modalidade e como o Sisu encara o EAD

Por Julia Di Spagna
Atualizado em 15 fev 2022, 11h07 - Publicado em 15 fev 2022, 10h00

Entre 2020 e 2021, tanto a procura quanto a oferta de cursos EAD (Ensino à Distância) tiveram um aumento expressivo. Apesar da modalidade ter sido impulsionada pela pandemia, que impossibilitou as aulas presenciais, um levantamento feito pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) mostra que ela veio para ficar. A tendência, segundo o estudo, é que o EAD continue a se expandir e consolidar mesmo com o fim das restrições sanitárias. 

+ Faculdade a distância: vantagens e desvantagens do EAD

O que é Ensino à Distância

O Ensino à Distância, como o próprio nome diz, é a modalidade de educação em que professores e alunos não precisam encontrar-se presencialmente para que as aulas ocorram. Neste formato, o aluno pode assistir ao curso de onde quiser e nos horários que preferir. O que intermedia o contato entre a faculdade e o estudante é a tecnologia, já que as aulas são disponibilizadas em um portal da instituição na internet.

A flexibilidade, no entanto, não significa que o EAD é uma modalidade sem regras. O Ministério da Educação (MEC) regulamentou o Ensino à Distância no Brasil em um decreto publicado em 2017. Entre as diversas regras estabelecidas, ficou estipulado que as instituições de Ensino Superior precisam ser licenciadas pelo MEC para oferecer aulas EAD e que precisam contar com uma estrutura física para algumas atividades presenciais, como a realização de provas ou de aulas laboratoriais. Normalmente, esses locais são chamados de “polos”.

Expansão

Nos últimos anos, muitas faculdades passaram a oferecer cursos dentro da modalidade, possibilitando que pessoas de todo o Brasil conseguissem estudar remotamente de qualquer canto do país. O interesse dos estudantes foi crescendo e o EAD ganhou espaço em grande parte das faculdades. De acordo com os dados do Censo da Educação Superior, entre 2009 e 2019, o número de matrículas em cursos a distância aumentou 378,9%.

Ainda segundo o Censo, o país já oferta atualmente 10.395.600 vagas na modalidade EAD, contra 6.029.702 milhões em cursos presenciais.

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O Censo da Educação Superior é um estudo realizado anualmente pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) com base nas informações do E-MEC, onde são mantidos os registros de todas as Instituições de Ensino Superior (IES ), seus cursos e locais de oferta. 

Cursos 

No total, existem 4.529 cursos de graduação EAD no Brasil. Apesar das vastas possibilidades, o Censo da Educação Superior aponta que há uma concentração de matrículas em determinados cursos, seja nas instituições de ensino público ou privado. 

Confira abaixo quais são os cursos EAD em instituições da rede pública e privada, respectivamente, com o maior número de matrículas:

Rede pública

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Rede privada

Sisu

Em 2019, o número de vagas ofertadas na modalidade à distância em instituições públicas foi de 103.584. Já na rede privada foram 10.292.016 vagas.

Mesmo com uma predominância das instituições particulares no setor, 140 instituições de ensino superior públicas oferecem cursos EAD, entre instituições municipais, estaduais e federais.

Vale lembrar que, em 2020, o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) passou a oferecer vagas para os cursos na modalidade. Com isso, os estudantes podem usar  o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para ingressar no Ensino Superior à distância.

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Desafios do Ensino à Distância

Apesar da ascensão meteórica, vale pontuar que o Ensino à Distância ainda enfrenta dois grandes desafios: o aumento da inadimplência e a evasão escolar. Os dados levantados pela ABED mostram que, para 21,6% dos cursos EAD oferecidos no Brasil atualmente, a inadimplência cresceu em até 50%. A evasão escolar também tornou-se um problema: para 27,5% dos cursos analisados, ela aumentou em até 50%.

Por trás dos dois problemas, está principalmente a crise econômica aprofundada pela pandemia. Pelo menos 70% dos alunos inadimplentes ouvidos pela pesquisa apontaram a crise como o motivo para suspender o pagamento do curso. Outros 47,1% dos estudantes entrevistados afirmaram ter dificuldades para se adaptar ao ensino remoto.

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