A Universidade Federal do Rio de Janeiro, uma das mais tradicionais do país, precisará interromper algumas de suas atividades ainda esse mês. Quem diz é a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho. Em entrevista à TV Globo no começo da semana, ela pontuou que as áreas mais ameaçadas, de imediato, são a limpeza e a segurança, que afetam indiretamente as atividades acadêmicas e o atendimento no Hospital Universitário. Por conta disso, as cirurgias, por exemplo, podem ser paralisadas ainda em agosto.
Os impactos são resultado do corte da verba discricionária sofrido por todas as universidades federais no começo de maio. As despesas discricionárias envolvem gastos com energia, água, limpeza, segurança e outras não obrigatórias (como pagamento de funcionários). Segundo Denise, na UFRJ o corte chegou a 40% da verba que antes era direcionada para esses custos.
Ainda que o corte não recaia imediatamente sobre as atividades pedagógicas ou a permanência estudantil, os estudantes acabam prejudicados com a falta de energia para assistir às aulas, como aconteceu na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) ou o fechamento de restaurantes universitários. O da Universidade Federal do Paraná (UFPR) ficou paralisado no mês passado e o da Universidade Federal do Acre (Ufac) corre risco de ser extinto.
Segundo a reitora da UFRJ, a universidade negocia com o MEC a liberação de R$ 10 milhões para custear o pagamento de contas que já estão atrasadas há dois meses. Segundo o MEC, no início desta semana foram liberados R$ 16 milhões para a universidade, mas a pasta não reconhece que o contingenciamento afete de imediato as atividades das universidades federais.