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Leia redações modelo do Encceja 2024 e inspire-se

Estes textos, escritos na edição passada, foram selecionados pelo Inep e avaliados como exemplares

Por Taís Ilhéu
30 jul 2025, 15h00 •
corretora de redação
 (Unsplash/Reprodução)
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  • No próximo domingo (3), além de responder a 120 questões de todas as áreas do conhecimento, os candidatos do Encceja 2025 (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adulto) também devem elaborar uma redação no gênero dissertativo-argumentativo acerca de um tema proposto pela banca. Parece assustador? Calma, muita gente é bem sucedido nessa missão! Exemplo disso são as redações modelo selecionadas todos os anos pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). 

    + Veja o que revisar a menos de uma semana do Encceja 2025

    Publicados na Cartilha de Redação, estes textos não necessariamente foram pontuados com a nota máxima, mas foram considerados muito bons pela banca avaliadora. Em 2024, os temas de redação do Encceja foram “Combate ao desperdício de alimentos” para o Ensino Fundamental e “Ações para combater as notícias falsas no Brasil” para o Ensino Médio.

    Confira abaixo das redações exemplares de cada um deles, acompanhadas de comentários do Inep.

    Ensino Fundamental

    Redação 1

    A alimentação é uma necessidade básica de todo ser-humano, mas o desperdício de alimentos é um problema. Por isso discute-se o tema do combate ao desperdício de alimentos. Essa problemática deve ser combatida com melhorias nos meios de transporte e com a implantação de cozinhas comunitárias.

    Primeiramente, é importante destacar que os meios de transporte são os maiores responsáveis pelo desperdício de alimentos no Brasil, segundo estudos da Universidade Federal de Goiás. Rodovias em más condicões, falta de ferrovias e portos sem manutenção são os maiores responsáveis por isso. Logo fica claro que para a resolução desse problema é preciso investir e diversificar os meios de transporte.

    Além disso, outra ação que teria um efeito significante contra o desperdício seria a implantação de cozinhas comunitárias que aproveitaria alimentos ainda próprios para o consumo. Em um país como o Brasil onde a fome é uma realidade, a distribuição de alimentos com baixo custo é urgente.

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    Portanto, para que as medidas supracitadas possam ser colocadas em prática cabe ao Governo Federal investir no desenvolvimento de uma malha viária. E aos governos municipais a implantação e gerenciamento das cozinhas comunitárias, com a arrecadação de alimentos junto aos supermercados e nas distribuidoras de alimentos, afim de preparar e distribuir refeicões com custo mais baixo ou mesmo de graça para a população mais carente, reduzindo assim o desperdício e a fome.

    Charles Fernando Jacon

    Análise

    Ao avaliarmos a Competência 1, observamos que o participante demonstrou bom domínio da modalidade formal escrita da língua portuguesa, usando a linguagem formal, sem gírias ou outras expressões da oralidade e apresentando a maior parte das orações e períodos bem construídos e com sentido completo. Quanto às regras de convenção da escrita, é possível observar os seguintes desvios: de grafia, no primeiro parágrafo (“ser-humano” com hífen), no segundo parágrafo (“condicões” sem cedilha) e no quarto parágrafo (“afim” deveria estar separado “a fim” e “refeicões” está sem cedilha); no terceiro parágrafo, há problema de concordância (no trecho “a implantação de cozinhas comunitárias que aproveitaria alimentos ainda próprios”, em que o verbo “aproveitaria” deveria estar flexionado no plural “aproveitariam”, concordando com “cozinhas comunitárias”). Ainda no terceiro parágrafo, há ausência de vírgula (na oração explicativa “Em um país como o Brasil onde a fome é uma realidade”). No segundo e no último parágrafos, há igualmente problemas de pontuação, já que não foram usadas vírgulas para isolar as expressões adverbiais deslocadas iniciadas com “para” (Logo fica claro que para a resolução desse problema é”; “Portanto, para que as medidas supracitadas possam ser colocadas em prática cabe”). Mesmo com tais desvios, esse texto, diante do conjunto textual apresentado, ainda se mantém acima da média.

    Com relação à Competência 2, devemos observar a abordagem do tema, o cumprimento do tipo textual e a presença de repertório que extrapola os textos motivadores. Primeiramente, verificamos que o participante desenvolveu muito bem o tema proposto ao tratar do combate ao desperdício de alimentos. O tipo textual dissertativo-argumentativo também foi plenamente atendido, uma vez que o participante apresentou seu ponto de vista sobre o tema — o desperdício de alimentos pode ser combatido com melhorias nos meios de transporte e com a implantação de cozinhas comunitárias — e argumentos para defendê-lo, respeitando a estrutura desse tipo textual: introdução, argumentação e conclusão. Há ainda repertório que extrapola os textos motivadores logo no início do texto, como na ideia de se combater o desperdício de alimentos por meio da implantação de cozinhas comunitárias.

    Já na Competência 3, notamos que o participante organizou e desenvolveu bem suas ideias, selecionando argumentos que fortaleceram seu ponto de vista sobre o tema. Essas características evidenciam a elaboração prévia de um projeto
    de texto. No primeiro parágrafo, o participante levanta duas formas de combater o problema do desperdício de alimentos: melhorias nos meios de transporte e implantação de cozinhas comunitárias. No segundo parágrafo, o primeiro ponto de melhoria é desenvolvido e, no terceiro, é a vez da questão das cozinhas comunitárias, seguindo uma linha bem tradicional de organização da argumentação.

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    Por fim, na conclusão, essas ideias são retomadas e arrematadas, uma vez que as formas de combater já haviam sido apresentadas anteriormente. Com relação à coesão, aspecto avaliado na Competência 4, o participante fez um bom uso de recursos coesivos e operadores argumentativos em seu texto, demonstrando possuir um repertório diversificado que contribuiu para o bom entendimento das relações entre ideias apresentadas. Alguns dos recursos coesivos utilizados são: “mas”, “Por isso” e “Essa problemática”, no primeiro parágrafo; “Primeiramente”, “segundo” e “Logo”, no segundo parágrafo; “Além disso”, “que” e “onde”, no terceiro parágrafo; “Portanto”, “para que” e “assim”, no quarto parágrafo. Portanto, essa redação é um exemplo de texto que alcançou boa avaliação em todas as competências.

    + Saiba como ver o local de prova do Encceja

    Redação 2

    É de conhecimento geral que desperdício alimentar não é um problema recente. Entretanto, essa situação tem se agravado muito no Brasil a cada ano que passa. Os dados nacionais são alarmantes e essa se tornou uma problemática crítica.

    E quando se reflete nas possíveis causas, pensa-se imediata e corretamente na falta de consciência da população e no inegável descuido com o transporte e armazenamento dos alimentos até os comércios. Dados apontam que o arroz, alimento comum nas mesas brasileiras, é o mais desperdiçado no país, tendo milhões de quilos jogados fora diariamente. Além disso, cerca de metade da carga alimentícia se perde no transporte até os locais de abastecimento.

    A verdade é que o acesso a alimentos se tornou muito fácil para a maior parte da sociedade, e é comum que haja negligência com as coisas cotidianas. Mas, considerando que, só no Brasil, a quantidade de alimentos desperdiçada é incrivelmente maior do que o índice de fome nacional, deveria ao menos haver uma reflexão e mudança de atitude por parte de todos os cidadãos.

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    Foi pensando nisso que, há alguns anos, a ONU determinou um dia dedicado ao incentivo do estabelecimento de regulações que diminuam o desperdício alimentar. Não somente a ONU, mas todos precisam fazer o que podem, desde colocar no prato apenas o que consegue comer à campanhas e movimentos informativos e conscientizadores. Ademais, uma maior rigidez no controle do transporte alimentício também seria útil para amenizar o problema. Essas e tantas outras ações podem colaborar no avanço global da redução do descarte alimentar.

    Sílvia Letícia Costa Reis da Silva

    Análise

     

    Ao avaliarmos a Competência 1, observamos que a participante demonstrou bom domínio da modalidade formal escrita da língua portuguesa, usando a linguagem formal, sem gírias ou outras expressões da oralidade e apresentando a maior parte das orações e períodos bem construídos e com sentido completo. Quanto às regras de convenção da escrita, é possível observar a presença de desvios, como: de pontuação, no segundo parágrafo (“E quando se reflete nas possíveis causas”, já que faltou a vírgula depois da conjunção “E” para isolar a expressão adverbial); de regência, no mesmo trecho (“e quando se reflete nas possíveis causas”, deveria ser “reflete sobre”); de concordância, no último parágrafo (no trecho “mas todos precisam fazer o que podem, desde colocar no prato apenas o que consegue comer”, o verbo destacado deveria estar no plural, já que concorda com “todos”); de crase, no último parágrafo (no trecho “mas todos precisam fazer o que podem, desde colocar no prato apenas o que consegue comer à campanhas e movimentos informativos” — a palavra “campanhas” está no plural, logo, não poderia haver acento indicativo de crase no “a” que a antecede). Mesmo com esses desvios, esse texto, em virtude do conjunto textual apresentado, ainda se mantém acima da média.

    Com relação à Competência 2, devemos observar a abordagem do tema, o cumprimento do tipo textual e a presença de repertório que extrapola os textos motivadores. Primeiramente, verificamos que a participante desenvolveu muito bem o tema proposto ao tratar do agravamento do desperdício de alimentos no Brasil e propor formas de combater esse problema. O tipo textual dissertativo-argumentativo também foi plenamente atendido, uma vez que a participante apresentou seu ponto de vista sobre o tema — o desperdício de alimentos é causado pela falta de consciência da população e pelo descuido no transporte e armazenamento dos alimentos — e argumentos para defendê-lo, respeitando a estrutura desse tipo textual: introdução, argumentação e conclusão. Esse texto está bastante amparado na coletânea de textos, mas, ainda assim, há repertório que extrapola os textos motivadores, como, por exemplo, no último parágrafo, quando se propõe como solução colocar no prato apenas aquilo que se consegue comer.

    Já na Competência 3, notamos que a participante organizou e desenvolveu bem suas ideias, selecionando argumentos que fortaleceram seu ponto de vista sobre o tema. No primeiro parágrafo, ela expõe o problema do desperdício de alimentos, alertando para o fato de que isso se tornou uma problemática crítica. Esse projeto de texto difere um pouco de outros que já analisamos nesta Cartilha, pois o primeiro parágrafo da argumentação já vai trabalhar os dois pontos colocados como causas para o desperdício de alimentos: a falta de consciência da população (que desperdiça muito arroz, como é exemplificado pela participante) e o descuido no transporte e armazenamento (em que cerca de metade da carga se perde — ainda que essa seja uma interpretação um pouco equivocada do Texto III da coletânea, consideramos ainda um problema pontual). No terceiro parágrafo, é trabalhado um dado que se encaixa no contexto, mas ele funciona apenas como um reforço para a gravidade do problema do desperdício de alimentos e prepara o(a) leitor(a) para a conclusão, em que são indicadas algumas soluções para os problemas do
    transporte e da falta de consciência do consumidor. Campanhas e movimentos informativos são soluções um pouco genéricas, que poderiam ser mais bem desenvolvidas, assim como a maior rigidez no controle do transporte. Porém, mesmo com esses problemas, esse ainda é um texto acima da média na Competência 3.

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    Com relação à coesão, aspecto avaliado na Competência 4, a participante fez um bom uso de recursos coesivos em seu texto, demonstrando possuir um repertório que contribuiu para o bom entendimento das relações entre ideias apresentadas, porém sem apresentar ainda a variedade e a constância necessárias para a nota máxima na Competência 4. Alguns dos recursos coesivos e operadores argumentativos utilizados são: “entretanto” e “essa”, no primeiro parágrafo; “Além disso”, no segundo parágrafo; “para” e “mas”, no terceiro parágrafo; “nisso”, “Ademais”, “também” e “essas”, no quarto parágrafo. Portanto, essa redação é um exemplo de texto que alcançou boa avaliação em todas as competências.

    Ensino Médio

    Redação 3

    A terceira Revolução Industrial, consolidada por volta de 1950, representou um grande progresso para a humanidade ao inserir na sociedade inúmeras ferramentas tecnológicas, como a internet. Entretanto, observa-se que esse avanço não se instalou no tecido civil isento de desdobramentos problemáticos, já que essas tecnologias facilitaram a disseminação de notícias falsas, as famosas “Fake News”. Dessa forma, é pertinente investigar os principais sustentáculos do panorama controverso: o falho sistema educacional brasileiro e a escassez de ética entre os cidadãos.

    Em primeiro lugar, é fulcral destacar que o fato de o modelo de ensino atual ser ineficiente fundamenta a questão. Diante dessa perspectiva, cabe citar que Paulo Freire — patrono da educação no Brasil — defende, em sua obra “Pedagogia da Autonomia”, que as escolas devem, além de transmitir aos alunos um conhecimento de ordem técnica e científica, fornecer o auxílio necessário para o desenvolvimento do pensamento crítico. No entanto, constata se que o que é defendido pelo pedagogo não se aplica ao contexto nacional, já que a maior parte dos cidadãos compartilham notícias falsas em suas redes sociais por não saberem diferenciar um fato de uma desinformação, ou seja, possuem uma criticidade pouco desenvolvida. Isso acontece, porque, lamentavelmente, as instituições de ensino limitam o aprendizado dos estudantes a repetir fórmulas e decorar informações ao invés de estimular a capacidade desses indivíduos de analisar e questionar a realidade que os cerca. Assim, é evidente que, enquanto o sistema educacional permanecer ineficiente, as notícias falsas circularão no país.

    Ademais, é indispensável pontuar que a falta de ética por parte dos criadores de “fake news” sustenta o entrave. Isso ocorre, pois os responsáveis pela disseminação desse tipo de notícia banalizam as consequências negativas dessa ação no corpo social, a exemplo de, no caso de notícias falsas em relação à saúde, o risco que a desinformação pode oferecer à vida das pessoas. Essa indiferença se dá em virtude do individualismo que caracteriza a sociedade hodierna, uma vez que, assim como o ilustre sociólogo polonês Zygmund Bauman aponta em “Modernidade Líquida”, na contemporaneidade, os interesses privados se sobrepõem até mesmo aos valores éticos e morais. Um exemplo disso é a grande quantidade de influenciadores digitais que, com o fito de maximizar seus rendimentos, promovem produtos de origem duvidosa na internet, tais quais cosméticos e suplementos alimentares, mesmo que possam prejudicar o bem-estar dos compradores. Logo, é evidente a necessidade de combater a falta de ética para reduzir a circulação de notícias falsas.

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    Portanto, medidas devem ser implementadas para mitigar o óbice. Urge, pois, que as Escolas — agentes da transformação social — por intermédio da promoção de debates entre os alunos, incentivem que eles desenvolvam o senso crítico e uma forte habilidade de pensar de maneira autônoma, a fim de formar cidadãos capazes de identificar uma notícia falsa. Além disso, é preciso que a mídia, a partir da disseminação de campanhas publicitárias em sites na internet, a exemplo do “Instagram”, combata a escassez de ética entre os brasileiros. Posto isso, a circulação de Fake News será drasticamente reduzida e a terceira Revolução Industrial desempenhará sua função original de promover o progresso da nação.

    Ana Amélia Chaves de Oliveira

    Análise

     

    Em relação à Competência 1, observamos que a participante demonstrou excelente domínio da modalidade formal escrita da língua portuguesa usando a linguagem formal, sem gírias ou outras expressões da oralidade. Observa-se que o texto apresenta orações e períodos bem construídos e com sentido completo e há poucos desvios de convenção de escrita, o que não descaracteriza o domínio excelente da modalidade escrita do idioma. Há, por exemplo, no segundo parágrafo, problema de pontuação no trecho “Isso acontece, porque, lamentavelmente, as instituições de ensino limitam o aprendizado”, já que não se usa vírgula antes de “porque” quando ele introduz uma oração causal, como é o caso aqui. O mesmo problema ocorre no último parágrafo. Há também a grafia de “escolas” com inicial maiúscula, quando deveria ser minúscula por se tratar de substantivo comum, e presença de vírgula separando sujeito e predicado em “as Escolas…, incentivem que…”. Nessa situação, caso a participante tivesse utilizado duas vírgulas para isolar o trecho “por intermédio da promoção de debates entre os alunos”, em vez de uma pontuação apenas, não teríamos um desvio.

    Com relação à Competência 2, na qual avaliamos a abordagem do tema, o cumprimento do tipo textual e a presença de repertório sociocultural, verificamos que a participante executa muito bem essas três tarefas. Há o desenvolvimento do tema proposto, uma vez que ela discute a facilidade de disseminação de conteúdo falso com as novas tecnologias e como essa prática pode ser combatida. O tipo textual dissertativo-argumentativo também foi plenamente atendido, uma vez que a participante apresentou seu ponto de vista — de que a problemática da disseminação de notícias falsas é agravada pela educação falha do país e pela falta de ética dos cidadãos — e argumentos para defendê-lo, respeitando a estrutura desse tipo textual: introdução, argumentação e conclusão. Há ainda repertório sociocultural relacionado ao tema em alguns momentos do texto, como no primeiro parágrafo, em que a participante faz um breve panorama histórico para apresentar a situação atual brasileira.

    Já na Competência 3, notamos que a participante organizou muito bem suas ideias, selecionando e desenvolvendo argumentos que fortaleceram seu ponto de vista sobre o tema. Essas características evidenciam a elaboração prévia de um projeto de texto. No primeiro parágrafo, ela apresenta o problema e suas causas, que serão discutidas nos parágrafos seguintes: o sistema educacional falho e a falta de ética. Com relação aos problemas no sistema educacional brasileiro, a participante argumenta, com base no pensamento de Paulo Freire, que a educação brasileira deveria promover o pensamento crítico, porém as instituições de ensino
    limitam o aprendizado a atividades mecânicas e repetitivas que são insuficientes para estimular a habilidade de análise das informações. Já para discutir a falta de ética dos criadores de notícias falsas, a participante se utilizada no pensamento do sociólogo Zygmunt Bauman para observar que influenciadores digitais não hesitam em promover informações e produtos enganosos se isso puder aumentar seus rendimentos. Na conclusão, como formas de combater os problemas discutidos, a participante propõe a promoção de debates nas escolas, para estimular o desenvolvimento do senso crítico, e a disseminação de campanhas digitais para gerar a reflexão sobre ética.

    Com relação à coesão, aspecto avaliado na Competência 4, a participante fez bom uso de recursos coesivos e operadores argumentativos em seu texto, demonstrando possuir um repertório diversificado que contribuiu para o bom entendimento das relações entre ideias apresentadas. Alguns dos recursos coesivos utilizados são: “Entretanto”, “esse avanço” e “já que”, no primeiro parágrafo; “além de”, “No entanto” e “ou seja”, no segundo parágrafo; “Ademais”, “a exemplo de” e “uma vez que”, no terceiro parágrafo; “Portanto”, “a fim de” e “Além disso”, no quarto parágrafo. A participante comete deslizes pontuais, que não afetaram sua avaliação nessa competência, a exemplo do que ocorreu no terceiro parágrafo, ao utilizar “tais quais” com o sentido de “tais como”.

    Na avaliação da Competência 5, observamos que a participante apresenta proposta de intervenção muito bem elaborada, uma vez que, em sua proposta mais completa, propõe que a mídia [agente], a partir de divulgação de campanhas publicitárias em sites [modo], como o Instagram [detalhamento], combata a escassez de ética entre os brasileiros [ação] para que, assim, a circulação de notícias falsas seja reduzida [efeito]. Com isso, esse texto foi avaliado no nível máximo da Competência 5, já que, para tal, é necessária uma proposta de intervenção constituída por, no mínimo, 3 elementos. Essa redação, portanto, é um exemplo de texto que alcançou boa avaliação em todas as competências.

    + 4 possíveis temas de redação do Encceja 2025

    Redação 4

    Na atualidade, com a evolução das redes sociais e dos canais midiáticos, há uma grande diversidade de conteúdos disponíveis a qualquer momento. No entanto, por mais que muitos destes sejam educativos e coerentes, ainda existe uma parcela de informações falsas, que acarretam a promoção da desinformação. Fatores como a demasiada quantidade de informações no meio digital e a falta de preparo da população para a identificação de conteúdos enganadores são entraves no combate de notícias falsas no Brasíl.

    Em primeiro plano, é válido destacar a quantidade exagerada de informações encontradas nas redes sociais. Ao acessar aplicativos como Instagram, Twitter e entre outros, são expostos ao usuário diversas opiniões e pontos de vista, que são, muitas vezes, mal fundamentados e errôneos. Desta forma, o indivíduo, recebendo inúmeras informações, acaba por absorver falsas notícias. Portanto, a quantidade de conteúdos presentes nas mídias sociais prejudica a identificação de notícias falsas.

    Em segundo plano, é importante discutir a falta de uma educação midiática. O meio midiático tem sido cada vez mais presente na educação de jovens e adolescentes. Entretanto, nem sempre as informações disponíveis são confiáveis, e por não existir um ensino de orientação midiática, os estudantes não desenvolvem a capacidade de filtrá-las. Assim, a população jovem do país torna-se mais vulnerável a acreditar em conteúdos falsos, visto que não recebe auxílio em como identificá-los.

    Destarte, é inegável que notícias falsas fazem parte da realidade brasileira. Logo, cabe ao Governo Federal, órgão de autoridade máxima no país, promover uma educação midiática nas escolas — por meio de palestras com especialistas — e anúncios para conscientização da sociedade, a fim de que todos brasileiros saibam identificar conteúdos enganadores. Se tomadas tais medidas, serão combatidas as notícias falsas no Brasil.

    Manuela Beck

    Análise

    Em relação à Competência 1, observamos que a participante demonstrou bom domínio da modalidade formal escrita da língua portuguesa usando a linguagem formal, sem gírias ou outras expressões da oralidade. A redação apresenta poucos desvios linguísticos, considerando o conjunto textual apresentado, como a presença de acentuação indevida em “Brasíl”, no primeiro parágrafo; e o uso incorreto de preposição em “… não recebe auxílio em [sobre] como identificá-los”. Com relação à estrutura sintática, observa-se que o texto apresenta orações e períodos bem construídos e com sentido completo, com falhas pontuais. No segundo parágrafo, no trecho “Ao acessar aplicativos como Instagram, Twitter e entre outros, são expostos ao usuário”, a expressão “como Instagram, Twitter” já indica exemplos. Ao usar “e entre outros” depois disso, a participante repete a ideia de maneira incorreta. Ademais, para mantê-lo, mesmo com a observação já feita, o correto seria usar “entre outros” sem o “e” — e mesmo assim, com moderação. No terceiro parágrafo, no quarto parágrafo, observa-se a ausência de elemento sintático em “a fim de que todos [os] brasileiros”.

    Com relação à Competência 2, na qual avaliamos a abordagem do tema, o cumprimento do tipo textual e a presença de repertório sociocultural, verificamos que a participante executa muito bem duas dessas três tarefas, mas deixa de apresentar repertório sociocultural legitimado por uma das áreas do conhecimento, embora tenha trazido informações que extrapolaram aquelas apresentadas pelos textos motivadores da proposta. Com relação às outras duas tarefas, há o desenvolvimento do tema proposto, uma vez que ela discute a presença de conteúdos falsos no meio digital e propõe formas de combater o problema. O tipo textual dissertativo-argumentativo também foi plenamente atendido, uma vez que a participante apresentou seu ponto de vista — de que a grande quantidade de informações circulando no meio digital e a falta de preparo da população em reconhecer os conteúdos falsos são os principais entraves para a solução do problema — e argumentos para defendê-lo, respeitando a estrutura desse tipo
    textual: introdução, argumentação e conclusão.

    Já na Competência 3, notamos que a participante organizou muito bem suas ideias, selecionando e desenvolvendo argumentos que fortaleceram seu ponto de vista sobre o tema. Essas características evidenciam a elaboração prévia de um projeto de texto. No primeiro parágrafo, a participante inicia sua discussão apresentando o problema da grande diversidade de informações presentes nas redes sociais, destacando que nem todos os conteúdos são confiáveis. Ela apresenta também dois empecilhos para que esse problema seja resolvido: o primeiro é a própria quantidade de informações e o segundo é a falta de preparo da população para identificar os conteúdos falsos. No segundo parágrafo, ela explica que os usuários das redes sociais, ao acessar uma dessas redes, recebem uma quantidade grande de informações, opiniões e pontos de vista que nem sempre são bem fundamentados ou verdadeiros e, assim, acabam absorvendo notícias falsas sem perceber. Percebe-se uma falha pontual nesse segundo parágrafo, uma vez que faltou um maior aprofundamento da questão, para que o(a) leitor(a) pudesse perceber de forma mais explícita porque a grande quantidade de informações não permite que o usuário separe as notícias falsas das verdadeiras. Já o terceiro parágrafo, ao tratar da falta de uma educação midiática que permita aos jovens distinguirem conteúdos confiáveis dos demais, a participante desenvolve bem sua argumentação, concluindo que, em razão disso, a população jovem é a mais vulnerável às notícias falsas. Por fim, em sua conclusão, a participante apresenta proposta que retoma a discussão do texto, detalhando como a educação midiática deveria ser oferecida nas escolas e para toda a sociedade.

    Com relação à coesão, aspecto avaliado na Competência 4, a participante fez bom uso de recursos coesivos e operadores argumentativos em seu texto, demonstrando possuir um repertório diversificado que contribuiu para o bom entendimento das relações entre ideias apresentadas. Alguns dos recursos coesivos utilizados são: “Na atualidade”, “No entanto” e “destes”, no primeiro parágrafo; “como” e “Portanto”, no segundo parágrafo; “Entretanto”, “Assim” e “visto que”, no terceiro parágrafo; “Destarte”, “Logo” e “a fim de que”, no quarto parágrafo.

    Na avaliação da Competência 5, observamos que a participante apresenta proposta de intervenção muito bem elaborada, uma vez que, em sua proposta mais completa, propõe que o Governo Federal [agente], autoridade máxima do país [detalhamento], promova educação midiática nas escolas, [ação] por meio de palestras com especialistas [modo], a fim de que todos os brasileiros saibam identificar conteúdos falsos [efeito]. Com isso, esse texto foi avaliado no nível máximo da Competência 5, já que, para tal, é necessária uma proposta de intervenção constituída por, no mínimo, 3 elementos. Portanto, essa redação é um exemplo de texto que alcançou boa avaliação em todas as competências.

     

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