Como usar seu repertório na redação da melhor maneira possível?
Simplesmente escrever uma série de referências sobre variados assuntos não garante uma boa nota na hora da prova
Você passa o ano inteiro acompanhando o noticiário, assistindo a filmes elogiados pela crítica, construindo relações entre os conteúdos de sala de aula e pensamentos filosóficos consagrados e até se programa para visitar museus e exposições. Além de aumentar seu repertório cultural para o dia a dia, a ideia é se sentir mais preparado para os vestibulares e, principalmente, para a redação.
Muitos estudantes investem no quesito “repertório”, mas não necessariamente sabem como aplicá-lo na hora da prova. “Utilizar o repertório científico, histórico, filosófico, cultural e artístico acumulado em sua vida escolar e social certamente é um modo de enriquecer o texto e impressionar a banca avaliadora. No entanto, não deve ser feito de modo aleatório, desconexo ou caótico”, explica Andréia Silveira Tavares, professora de redação do Maximize, de São Paulo.
Por isso, é necessário organizar uma coleta de dados, autores, obras que reforcem e validem a análise que você decidiu fazer. Também é importante montar a sequência em que tais dados serão oferecidos, para que se crie o que a professora chama de uma progressão argumentativa.
Thiago Braga, professor e autor do Sistema de Ensino pH, destaca também a importância do repertório que será utilizado ter relação com o tema da proposta. “Muitos alunos memorizam ideias ou frases e querem forçar o uso na prova, mas isso, obviamente, não funciona”, diz.
Outra dica é pensar em como articular a referência no texto. Ele vai ser usado para contextualizar a introdução? Para aprofundar ou dar base a um argumento? Aquele repertório precisa ter uma função clara no texto.
E, segundo o professor, precisa ser algo objetivo. “Ele não pode ser o cerne da argumentação, mas um instrumento em prol da contextualização”. Com isso em mente, não se esqueça também de dar os créditos de maneira correta.
Vale ressaltar que o Enem especificamente costuma exigir temas relacionados a atualidades, então uma orientação da especialista é que o candidato fique atento aos noticiários locais e nacionais. E como o exame adora a questão da interdisciplinaridade, é válido conectar disciplinas e temas já presentes na avaliação, como a Filosofia, a Sociologia e a Literatura.