Todo dia me faço a mesma pergunta: devo fazer Medicina ou Psicologia? Porque quero estudar algo relacionado à Psicologia, mas daí todo mundo me fala para estudar psiquiatria porque dá mais dinheiro. Mas acho que não tenho capacidade para passar em Medicina. O que eu devo fazer?Enviado por Mariana Santos Pinto
A remuneração média em Medicina é realmente superior à remuneração média em Psicologia. No entanto, pode haver exceções em função do nível de especialização que o profissional alcança, a clientela a que atende e o reconhecimento e prestígio conquistados.
Outra informação necessária e apontada por você é que o vestibular em Medicina é o mais concorrido entre todas as carreiras, bem como altas são as mensalidades em faculdades privadas (em torno de R$ 4 mil a R$ 5 mil). O vestibulando nesta área precisa mais que outros focar suas ações em torno de sua preparação, com rígida disciplina de estudos. Boa parte dos que ingressam em Medicina só conseguem fazê-lo depois de dois ou três anos de preparação.
Cabe também você analisar as especificidades das duas profissões. A especialidade da Medicina que trata de questões relacionadas à mente humana é a psiquiatria. O psiquiatra orienta-se fundamentalmente ao diagnóstico e tratamento dos distúrbios mentais, quase sempre se apoiando em prescrição de medicamentos.
Pode também buscar formação complementar em teorias sobre o funcionamento mental, com a psicanálise ou teorias fenomenológicas, ampliando sua atuação em psicoterapia. Já a formação em Psicologia contempla o estudo e a intervenção em todos os processos mentais, como a aprendizagem, o desenvolvimento da inteligência, a construção e as características de personalidade dos seres humanos, a identificação de habilidades desenvolvidas e/ou obstáculos para a execução de atividades, entre outros.
Também pode trabalhar com o tratamento de distúrbios psicológicos por meio de diferentes modelos e estratégias de psicoterapias, sem a prescrição de medicamentos, pois esta é uma competência exclusiva de psiquiatras.
O psicólogo pode trabalhar em diferentes ambientes e também para a promoção de saúde e desenvolvimento de estudantes, nos ambientes de trabalho, em hospitais, no atendimento a portadores de necessidades físicas e mentais especiais, junto a equipes esportivas, em instituições destinadas ao acolhimento ou retenção de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social ou que agiram em conflito com a lei, na melhoria da qualidade de vida de idosos ou pacientes terminais, entre outras possibilidades.
Pesquise bem as duas formações e reflita sobre as questões apontadas. Lembre-se: só você pode realmente tomar a decisão final, o que envolve um "ato de coragem".
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