Qual é a diferença entre astronomia, engenharia astronômica e aeronáutica?
Há muitos caminhos que possibilitam uma carreira estudando o espaço. Conheça aqui algumas opções e escolha a sua
A pergunta desta semana foi enviada pela Malu Braga, pelo Instagram. Quem responde é Carlos Marmo, doutor em Engenharia Elétrica pela USP, e professor do cursinho Anglo e autor dos materiais didáticos do Sistema Anglo de Ensino.
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“Gosto de questões sobre o espaço. Devo fazer Engenharia astronômica (UFABC), astronomia (USP), ou engenharia aeronáutica (USP) e depois uma pós?”
“A Astronomia obriga a nossa alma a olhar para cima e a levar-nos do nosso mundo para outro”. A República, Platão (428 a.C. – 348 a.C).
Ao longo de milênios, seja pela paixão, razão ou espiritualidade, não foram poucas as pessoas que dedicaram suas vidas a estudar o Universo através dessa pequena janela que é uma linda noite estrelada. Nas últimas décadas, porém, a engenhosidade humana proporcionou novas e diferentes maneiras de explorar o Universo, sua origem e evolução, sua composição e seus fenômenos. E foi assim que realizamos diversas visitas tripuladas à Lua, enviamos robôs para explorar a superfície de Marte, lançamos sondas espaciais que já estão ultrapassando os limites do sistema solar, construímos diversos tipos de telescópios terrestres e pusemos milhares de satélites em órbita terrestre, incluindo estações e telescópios espaciais.
Tudo isso sem contar os inúmeros laboratórios terrestres que são utilizados para pesquisas científicas e tecnológicas de auxílio à pesquisa especial, como os famosos aceleradores de partículas.
Para contribuir com todos esses projetos, foram desenvolvidos, em todo o mundo, diversos cursos de graduação e pós-graduação em Ciências Espaciais, como, por exemplo, Astronomia, Astrofísica, Cosmologia, Engenharia Aeronaútica, Medicina Aeroespacial, Astrobiologia, Geofísica Planetária e Astronáutica. Aqui no Brasil, há diversas instituições públicas que oferecem cursos de qualidade nessas áreas, como, por exemplo, ITA, USP, Unicamp, Unesp, UFABC, UFRJ, UNB, UFMG, UFRGS, UFS e UFSC. Em alguns casos, o ingresso em um determinado curso pode ser bastante dificultado, já que os vestibulares de algumas dessas instituições podem ser muito concorridos, apresentando provas de elevado grau de complexidade, como é o caso do famoso Instituto Tecnológico Aeroespacial de São José dos Campos, o ITA.
No entanto, campo das Ciências Espaciais é bastante diversificado e multidisciplinar, oferecendo uma ampla gama de oportunidades de carreira. Desse modo, para quem realmente quer trabalhar nessa área, é perfeitamente possível, primeiramente, cursar uma graduação possivelmente menos concorrida, como Física, Química, Biologia, matemática ou mesmo Engenharia (Elétrica, Mecânica, Mecatrônica etc.) para depois, cursar uma pós-graduação específica em Ciências Espaciais.
Deixo, por fim, um conselho para os estudantes: se não der para fazer Engenharia Aeronáutica no ITA, não precisa se desesperar. Você pode fazer Engenharia Mecânica e depois uma pós-graduação em Aerodinâmica, por exemplo. Quando se trata de Ciências Espaciais, as opções são diversas. É algo tão amplo que você pode ser médico (ou até biólogo ou fisioterapeuta) e fazer uma pós-graduação em Medicina Aeroespacial para estudar os efeitos da ausência de gravidade no corpo humano, para saber a hora de trazer um astronauta de volta sem danificar demais a estrutura óssea muscular. Você também pode se dedicar à pesquisa física de partículas – aí, não necessariamente precisa ser um engenheiro aeronáutico. Você pode se formar em Física mesmo e estudar coisas do espaço, analisando, por exemplo, sinais de radiotelescópios, como um gigante que existe na China, de 500 metros.
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