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O que faz um cientista de dados e como se tornar um

Mercado de trabalho vasto, bons salários... Não é a toa que os cientistas de dados lideram o ranking de profissionais mais felizes!

Por Taís Ilhéu
Atualizado em 6 Maio 2020, 17h35 - Publicado em 6 Maio 2020, 17h35
 (Getty Images/Reprodução)
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Engenheiro é quem estudou Engenharia, médico é quem fez Medicina… e cientista de dados? É quem cursou ciência de dados? Bom, às vezes sim, mas nem sempre. Ainda é difícil colocar em caixinhas o cientista de dados. Trata-se de uma profissão nova e, embora o mercado seja vasto, a demanda por esses profissionais ainda é “desorganizada”, como explicou Hedibert Freitas Lopes, Ph.D. em estatística pela Universidade Duke, em entrevista à Exame

Mas as motivações para seguir na área provavelmente valem o esforço em explorar esse campo ainda meio confuso. Em 2019, os cientistas de dados apareceram em primeiro lugar no ranking elaborado pelo site de recrutamento americano Glassdoor, que elenca os melhores empregos dos Estados Unidos. O salário médio, o índice de satisfação no trabalho e o número de vagas disponíveis os coloca no topo da lista, figurando como os profissionais mais felizes. No Brasil, pelo menos no quesito salário, também não estão nada mal: ainda de acordo com o Glassdoor, um cientista de dados no Brasil ganha de R$ 9 mil a R$ 20 mil. 

Interessou-se pela área? Neste texto te contaremos melhor quais as possíveis formações para atuar como cientista de dados e as oportunidades no mercado de trabalho.

O que estudar?

A demanda por cientistas de dados no Brasil é, sem dúvidas, anterior a uma estruturação acadêmica da área – o primeiro bacharelado em Estatística e Ciência de Dados só foi aberto no ano passado pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Até então só existiam alguns poucos cursos tecnólogos na área. Com a pouca oferta de profissionais com formação específica, matemáticos, físicos, analistas de sistemas e até engenheiros ocupam, com êxito, esse mercado nos últimos anos.

O mestrando em Física na Unesp Vítor Sudbrack, que faz parte de um observatório criado para monitorar a evolução do novo coronavírus no país, explica que os físicos, por exemplo, reúnem um forte instrumental para atuar como cientistas de dados: “a graduação em Física dá um bom conhecimento sobre programação e utilização de dados. Hoje em dia não se faz mais Física com papel e caneta, é feita a partir de simulação, programação de computador”. 

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O trabalho realizado por ele e outros cientistas no Observatório Covid-19 BR é essencialmente com coleta, organização e análise de dados. Por vezes, com dados de alta complexidade, como no trabalho envolvendo a análise de sentimentos no Twitter em relação ao isolamento social nas últimas semanas. “Se você pega a hashtag “quarentena”, por dia, tem 70 mil tuítes. Um programa que vai ler esses 70 mil e analisá-los é um superprograma, que requer uma técnica muito diferente”. Esse grande volume de dados é o que chamamos de “Big Data” e trabalhar com eles é uma das atribuições do cientista de dados. 

Mas a Física, é claro, é apenas um caminho. Quem se interessa por Biologia também pode encontrar uma intersecção interessante com ciências de dados em especializações como biologia molecular – que exige o trabalho com grande número de dados de sequenciamentos genéticos – ou mesmo ecologia. 

As especializações, inclusive, são um bom caminho de aperfeiçoamento mesmo para profissionais com outras graduações que trabalham na área. Entre as faculdades particulares, a PUC (MG, SP e RJ) e o Insper são algumas que oferecem pós-graduação em Ciências de Dados. 

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Mercado de trabalho

“Bancos, agências de publicidade, empresas de pesquisa de mercado, indústrias”, esses são alguns setores que podem empregar um cientista de dados, explica a professora Cibele Russo, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP em entrevista ao Jornal da USP. Segundo ela, “existe um mercado enorme, demandando até mais do que as universidades conseguem oferecer”. 

Não é difícil perceber como a ciências de dados está mais presente em nossas vidas do que podemos imaginar. Sabe as propagandas de compras que aparecem para você na internet relacionadas às suas últimas buscas? Ou mesmo as sugestões de séries que a Netflix te faz baseado em seus gostos? Tudo isso envolve uma técnica da ciências de dados chamada Machine Learning, ou aprendizado de máquina, que consiste em ensinar o computador a ler sentimentos ou a personalidade dos usuários. Ou seja, provavelmente um (ou vários) cientista de dados, por trás dos computadores dessa empresa, foi responsável pela criação do código, organização da base de dados, programação e todos os processos que ensinaram aquela máquina a pensar! 

Além disso, é claro, sempre existe a possibilidade de atuar com pesquisa científica nas universidades ou outras instituições de pesquisa!

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