Há algumas décadas, era comum que a tecnologia ocupasse um lugar meio sombrio no imaginário do trabalhador: sem entender muito bem o papel dela, todos temiam o dia em que os robôs roubariam os empregos e humanos ficariam a ver navios. Mas os últimos anos mostraram que o cenário não é exatamente esse. Embora algumas profissões estejam de fato se tornando obsoletas, novas áreas despontam justamente impulsionadas pela tecnologia, como indica o relatório Futuro do Trabalho 2023, do Fórum Econômico Mundial. São as “profissões do futuro” – que, na verdade, já são uma realidade no presente!
Para te ajudar a se preparar para este novo mundo e usar a tecnologia a seu favor, o GUIA DO ESTUDANTE separou os cursos para quem não está nem um pouco disposto a perder a vaga de emprego para um robô – mas que trabalharia de bom grado junto com ele.
1. Especialistas em IA e aprendizagem de máquina
O famoso ChatGPT é apenas uma das aplicações da inteligência artificial (IA), o campo da computação que busca fazer com que máquinas repitam padrões comportamentais humanos. Se você quer se tornar um especialista em IA, pode começar estudando ciência da computação, um curso voltado para o desenvolvimento de softwares e pesquisas sobre as novas tecnologias. Sistemas de informação é uma outra opção de curso, já que traz noções de programação e desenvolvimento de novos sistemas. Nele, você também vai aprender sobre algoritmos e sua construção, além do desenvolvimento para dispositivos, como celulares, e plataformas, como a internet. Algumas instituições oferecem ainda MBAs exclusivos dedicados à área, como a USP (Universidade de São Paulo) ou a FMU.
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2. Especialista em sustentabilidade
A emergência climática faz com que profissionais voltados para a preservação do meio ambiente sejam cada vez mais necessários. Cursos como engenharia ambiental e gestão ambiental proporcionam ferramentas para gestão de projetos, como obras e empresas, mais sustentáveis. Se você optar por um desses cursos, vai ter disciplinas diversas, envolvendo biologia, química e ecologia, mas também administração e projetos.
3. Analista em Inteligência de negócios
Também conhecido como analista de business intelligence, esse profissional reúne e analisa dados digitais para entender melhor um mercado. Não entendeu muito bem? Imagine que todos os caminhos que você faz na internet deixa rastros. Em uma loja online, por exemplo, o site armazena informações como quanto tempo você demora para escolher um produto, por quantas horas deixa suas compras no carrinho, qual é o seu método de pagamento favorito… Tudo isso é informação valiosa para o analista de business intelligence! A partir delas, ele é capaz de prever comportamentos de consumidores e, assim, criar novas estratégias que supram melhor as suas necessidades – além, é claro, de serem lucrativas para a empresa. Por isso, este profissional trabalha próximo de áreas como o marketing e produtos.
Tanto graduações da área de tecnologia, como análise de dados, quanto as mais “tradicionais”, como administração e economia, podem ser opções para quem quer seguir essa carreira. Além disso, há graduações como gestão da inovação e empreendedorismo digital que podem oferecer ferramentas úteis. Para os já formados, há os MBAs e cursos de educação executiva específicos para área, bem como cursos livres.
4. Analista de Segurança da Informação
Você já ouviu falar que os dados são o novo petróleo? As informações coletadas no mundo digital são, hoje, consideradas tão preciosas quanto o óleo era cobiçado no século passado. Da mesma forma que um vazamento de petróleo era visto como um desperdício de capital (e um problemão para o meio ambiente), nenhuma instituição hoje quer que seus dados vazem e elas percam vantagens competitivas Para isso, elas contam com especialistas em segurança da informação, que se mantém sempre atualizados para identificar e neutralizar possíveis riscos para os sistemas. Há graduações específicas para segurança da informação, mas outros cursos mais tradicionais na área de tecnologia, como ciência da computação, gestão da tecnologia da informação, redes de computadores e sistemas para internet, também costumam formar bons profissionais nesta área.
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5. Engenharia de Fintechs
As fintechs são empresas que usam tecnologias inovadoras, como inteligência artificial e blockchain, para oferecer serviços financeiros – um exemplo de fintech são os bancos digitais. Diversos profissionais são requisitados para criar e manter as operações dessas organizações, como engenheiros de softwares, programadores e analistas de sistemas. Para ocupar um destes cargos é possível se formar em ciência da computação, análise e desenvolvimento de sistemas, sistemas de informação e blockchain e criptografia digital.
6. Cientistas e analistas de dados
Esses profissionais reúnem tanto conhecimentos de negócios como de tecnologia da informação: são eles os responsáveis por usar matemática, estatística, visualização de dados e mais para resolver problemas e desenvolver novas ideias e produtos. Cursos de graduação em ciência de dados têm em sua grade disciplinas úteis para quem pretende atuar na área, como mineração de dados, cálculo e redes de computadores, por exemplo.
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7. Engenharia de robótica
Esse profissional se dedica a projetar máquinas automatizadas em geral (sim, robôs também) para uso industrial e doméstico. Imagine só trabalhar desenvolvendo aspiradores de pó de última geração ou máquinas usadas em fábricas de chocolate? Tudo isso pode estar na alçada deste engenheiro! Para isso, ele estuda física, materiais, circuitos eletrônicos e matemática. Existem cursos específicos de engenharia robótica no Brasil, mas graduações como engenharia mecatrônica e engenharia industrial também trazem noções da área.
8. Especialista em Big Data
“Big Data“, como o próprio nome sugere, é a área que lida com um grande volume de dados – que costumam ser variados e gerados muito rapidamente. Os aplicativos de geolocalização via GPS, por exemplo, envolvem Big Data, assim como as redes sociais, que reúnem dados de milhões de usuários. Os profissionais especialistas nestes “grandes dados” têm como objetivo analisar todo esse contingente, para chegar a ideias que vão melhorar o serviço oferecido – além, é claro, de vender produtos. Para trabalhar na área, você pode fazer um curso de Big Data e inteligência analítica ou ciência de dados, que dá aos alunos conhecimentos em programação, aprendizagem de máquina (o campo da tecnologia que programa máquinas para que repliquem padrões humanos) e de internet das coisas (a área que busca conectar objetos entre si ou a redes). Há também especializações e cursos livres na área.
9. Especialistas em transformação digital
A chamada transformação digital é o processo de digitalização operacional das empresas, algo que muitas delas foram forçadas a acelerar por conta da pandemia. Trocando em miúdos, a digitalização envolve levar tudo o que ocorre no mundo físico, para o ambiente digital. Isso abarca diversas etapas, tanto tecnológicas como administrativas, como a chamada migração para a nuvem (a transferência de operações de servidores privados para a nuvem, que pode ser provida por empresas como a Amazon) e até a automatização de vendas pela internet.
Mas ao contrário do que muitos podem imaginar, o especialista em transformação digital não é aquele que vai trabalhar com programação ou números. Esse especialista é geralmente um profissional de recursos humanos, já que todas essas mudanças envolvem modificar a cultura da organização, exigindo boa comunicação e acompanhamento das mudanças. Para adentrar nessa área, você pode estudar recursos humanos, psicologia ou administração, por exemplo. E aqui vai uma dica: os profissionais de recursos humanos estão entre os mais bem remunerados na área de humanidades!
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