Internet das Coisas (IoT) é um termo criado em setembro de 1999 pelo cientista da computação britânico Kevin Ashton. Ele usou o conceito ao defender a ideia de colocar tags de identificação de radiofrequência e outros sensores em embalagens de produtos. Eles gerariam dados sobre a localização dos itens quando fossem escaneados em um armazém, em prateleiras e até mesmo após a venda.
Com a evolução rápida da tecnologia nos últimos anos, essa ideia de conectar objetos físicos do dia a dia com uma rede, tornando-os capazes de reunir e transmitir dados, foi virando realidade em diversos âmbitos. A proliferação da internet com custos menores popularizou o conceito de IoT.
O resultado disso presenciamos facilmente, e cada vez mais, no nosso cotidiano. Um exemplo é o smartwatch, que otimiza as funções do celular, além de monitorar em tempo real de batimentos cardíacos e auxiliar no desempenho durante atividades físicas. Outro acessório “inteligente” é o termostato, que mede a temperatura de um ambiente, regulando ar-condicionado ou aquecedores. Na área da saúde e da agricultura também encontramos diversos dispositivos conectados.
Mercado de trabalho
Segundo estimativas da Fundação Getulio Vargas, o setor de tecnologia cresce cerca de 40% ao ano, o que deve se traduzir em um mercado de 11 trilhões de dólares até 2025. O crescimento também gera oportunidades bacanas de trabalho. Eduardo Conejo, gerente sênior de Inovação da Samsung, é um dos profissionais que atuam na área e fala um pouco do perfil de quem quer trabalhar na era em que tudo está conectado à rede.
São vários os caminhos para chegar até a área de IoT, que ainda é bastante recente. Conejo, por exemplo, é formado em Engenharia Mecânica. Em sua graduação, além de ter contato com conhecimentos de eletrônica e elétrica, ele conheceu a mecânica computacional: a junção de equipamentos e softwares para desenvolver soluções e dar suporte à engenharia mecânica. “Sempre gostei de programar, então usei o conhecimento da engenharia combinado com essa vertente da computação”, conta.
Além dos campos de Engenharia que dão conhecimentos de tecnologia, e graduações como Ciência da Computação, cursos técnicos ou tecnólogos em computação, informática e eletrônica oferecem uma boa base para quem quer começar na área. Vamos dar exemplos de cursos ao longo dessa matéria.
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Perfil do profissional
Para trabalhar com IoT, Conejo aponta que, além de ter afinidade com Matemática, é importante que o estudante tenha um perfil generalista. Ou seja, seja flexível para entender um pouco de áreas que não são da sua formação básica mas com as quais, durante o trabalho, precisaráo dialogar.
Ele exemplifica com a relação bastante frequente da tecnologia com a saúde: “Quando pensamos em soluções como um relógio que monitora parâmetros da saúde de um paciente, é necessário um bom diálogo com médicos. Não vai ser especialista, mas vai mapear informações necessárias. É preciso entender, mesmo genericamente, algum ponto específico da área da medicina, no qual o relógio vai ser utilizado. Assim facilita para desenvolver ou adaptar para alcançar um resultado melhor”, explica.
Habilidades e conhecimentos
Se você se interessa por tecnologia e pensa em trabalhar com Internet das Coisas, confira conhecimentos importantes para entrar na área, segundo o especialista de inovação da Samsumg.
Telecomunicação
Conhecer as redes de telecomunicações é necessário em algumas soluções de IoT para definir qual rede utilizar em cada caso. “Um dos exemplos disso é o carro autônomo, que está o tempo inteiro ligado à internet. Nesse caso o 5G é mandatório, porque essa rede permite um volume gigantesco de dados trafegando”, explica Conejo.
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Eletrônica
Conejo aponta a importância de interessados pela área terem noções básicas de corrente contínua e alternada, e entender por que alguns equipamentos usam bateria e outros são ligados à tomada. “Mesmo que você não vá trabalhar nessa área, é um conhecimento útil, já que todos nós usamos aparelhos eletrônicos”.
Empreendedorismo
Visão de negócio é muito útil para quem quer ter sua própria empresa de tecnologia, mas também para quem é funcionário. “Hoje é esperado que você seja um empreendedor dentro da empresa: tenha iniciativas, ideias e proponha soluções”, diz Conejo.
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Programação
Se você pensa em atuar na área de Internet das Coisas, programação é uma das habilidades que você precisa ter, em menor ou maior grau, dependendo da sua função. “Mesmo que você não vá implementar o código, precisa entender o mínimo do que é esse mundo do desenvolvimento de código”, afirma Conejo. O especialista destaca a linguagem Python, que pode ser utilizada nas mais diversas aplicações, como desktop, web, servidores e ciência de dados.
O programa de capacitação Samsung Ocean terá uma abordagem completa sobre Python na agenda de cursos online e gratuitos de março. #Ficaadica 🙂