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Confira dicas para os jovens sobreviverem a crise em 2017

Em tempos de crise, muitos universitários que estão entrando no mercado de trabalho sentem medo de não conseguir um emprego e construir a carreira sonhada

Por Ana Pinho, do Na Prática
Atualizado em 4 jan 2017, 14h08 - Publicado em 4 jan 2017, 14h06

Sessenta emails, trinta inscrições e dezenas de testes online rendem meia dúzia de respostas que não dão em nada – essa é a experiência frustrante de muitos jovens brasileiros à procura de emprego atualmente. A gente sabe: não está fácil para ninguém.

Para o LinkedIn, no entanto, o cenário para esse ano promete mais oportunidades. Embora governo e economistas estejam receosos em relação à melhora da situação econômica do país e ao crescimento do emprego, de acordo com a pesquisa da empresa sobre tendências de recrutamento – feita com líderes brasileiros especializados em atração de talentos – 2017 trará um bem vindo aumento no volume de contratações.

E há outros insights. “Cada vez se torna mais importante encontrar candidatos que estejam em sincronia com a cultura e os valores da empresa”, fala Fernanda Brunsizian, gerente de comunicação do LinkedIn. Em tempos de recursos escassos, como o atual, o investimento em talentos fica mais em qualidade do que quantidade – assim, a preocupação em contratar o candidato certo fica maior ainda. Por isso mesmo, os jovens devem procurar empresas em que acreditam; “cujo propósito combine com a sua forma de ver o mundo”, nas palavras de Fernanda.

Para isso, é preciso investir em autoconhecimento e também pesquisar bem o mercado e as oportunidades profissionais, indo além das informações básicas como salário e job description.

Por um lado, um indivíduo que conhece seus valores e seu estilo de trabalho tem mais insumos para tomar boas decisões profissionais, e este conhecimento também muda seu jeito de procurar emprego.

Da mesma forma, ao considerar a cultura e os valores da empresa pela qual se interessa, o candidato faz escolhas mais conscientes e aumenta suas chances de se apresentar bem para recrutadores, e de se dar bem a longo prazo no local de trabalho.

“Não é o volume de aplicações e processos seletivos que vai te levar a conseguir um emprego”, reforça Anamaíra Spaggiari, coordenadora de educação da Fundação Estudar. “É mais importante ser assertivo buscando para que haja um match, uma combinação entre o que você sabe fazer bem e a função daquela vaga e empresa.”

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Ela também sugere aprofundar a pesquisa para aumentar o leque de possibilidades. “Procure empresas que estão crescendo mesmo na crise ou que acabaram de realizar fusões e aquisições”, fala. Caso você combine com um estilo de trabalho mais despojado, considere startups, presença crescente no país – e que seguem expandindo e contratando.

Desafios de um mercado em crise

Esses são – e continuarão sendo – os primeiros passos para criar uma carreira que alinhe impacto e propósito, com ou sem crise. No entanto, diante de um mercado de trabalho desfavorável e com menos vagas, a busca por propósito e alinhamento de valores pode parecer um luxo para poucos diante da urgência de conseguir um emprego que pague as contas e agregue experiência profissional ao currículo.

As oportunidades de trabalho estão, de fato, menores, com demissões em massa e congelamento de vagas em diversas empresas, reflexo da preocupação em cortar custos. “A crise econômica tem criado um cenário que coloca em xeque, para muitos, esta nova forma de fazer carreira. A escassez de oportunidades representa uma força contrária, que pode levar o jovem a abdicar de motivações pessoais para escolher seu emprego somente com base nas primeiras oportunidades que aparecerem”, explica Anamaíra.

Jovem falando

Muitos universitários que estão entrando no mercado de trabalho sentem medo de não conseguir um emprego e construir a carreira sonhada. Só piora essa situação emocional delicada receber muitos ‘nãos’, ou sequer receber uma resposta depois de enviar um currículo ou fazer uma entrevista.

“O pior cenário é ficar sem emprego e sem experiência”, fala Anamaíra. Com um currículo pouco desenvolvido, o jovem corre o risco de concorrer com recém-formados quando a economia melhorar, algo previsto para idos de 2018. “Isto tudo pode acarretar em um desenvolvimento profissional tardio e mais lento”, continua ela.

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Há saídas!

No final das contas, o que está em questão é como cada jovem irá enfrentar esse cenário desfavorável.

Se está complicado conseguir uma vaga, o que fazer no meio tempo para ganhar experiência? Envolver-se com trabalhos voluntários e projetos paralelos é uma boa ideia, já que ambos desenvolvem competências e habilidades e ainda rendem assunto na hora de uma entrevista de emprego.

Da mesma forma, também vale aproveitar o tempo livre para investir em pós-graduações, cursos online (frequentemente gratuitos!) ou programas de curta duração que estimulem habilidades comportamentais, como os oferecidos pela Fundação Estudar e supervisionados por Anamaíra – os conceitos trabalhados em cursos como Laboratório, Catálise, Imersão e Trilha funcionam como diferenciais competitivos na hora da contratação.

Se resolver a crise está fora do alcance dos jovens recém-formados, buscar enxergar as oportunidades dentro dessa situação adversa é algo que pode (e deve!) ser feito. Trata-se de um exercício comum no coaching: identificar o que está dentro da sua zona de controle, e atuar ali.

Para Anamaíra, tanto quem está empregado quanto quem está à procura também pode valer-se da crise para desenvolver resiliência e outras habilidades. Por exemplo: com o orçamento mais enxuto, as empresas tendem a demitir funcionários e, quem fica, acaba acumulando funções. Aprender a trabalhar sob pressão, acumular responsabilidades, ser mais flexível e ter foco em resultados, por exemplo, vão ajudar todos a se ajustarem melhor ao mercado de trabalho que se delineia num futuro próximo.

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Quem já conquistou um emprego – mesmo que não seja o emprego dos sonhos – também não pode se acomodar, ficando sempre de olho nas possibilidades de desenvolvimento, entregando os melhores resultados possíveis e não esquecendo de se preparar e de buscar seu objetivo (seja uma futura promoção, uma mudança de área ou a vaga em outra empresa, etc).

Nesse contexto, um ponto positivo para os profissionais mais novos, por exemplo, é que diversas empresas e indústrias optam por trocar profissionais mais experientes e caros por estagiários e recém-formados, que representam um custo de folha menor para as organizações.

“Com funções que seriam exercidas por pessoas com mais tempo de carreira, isso pode se configurar numa aceleração do seu desenvolvimento e uma ótima oportunidade de crescimento”, explica Anamaíra.

As promoções podem não vir imediatamente, já que o cenário ainda não é de bonança, porém os profissionais que demonstrarem disposição para sobreviver junto a empresa a momentos difíceis muito provavelmente serão reconhecidos no futuro.

O futuro

É preciso lembrar, afinal de contas, que a crise deve ser passageira, e há um futuro depois dela que também vai demandar preparação e planejamento de carreira. Sobre esse futuro, o Fórum Econômico Mundial já consegue vislumbrar, por exemplo, quais serão as dez habilidades mais buscadas em 2020.

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“A mudança não vai esperar por nós: líderes empresariais, educadores e governos precisam ser proativos e investir em novos treinamentos para que todos possam se beneficiar da Quarta Revolução Industrial”, escreve o órgão, referindo-se ao mundo transformado pelas mudanças tecnológicas. E por que não aproveitar para ser individualmente proativo também?

As habilidades são as seguintes: resolução de problemas complexos, pensamento crítico, criatividade, gestão de pessoas, coordenação com outros, inteligência emocional, tomada de decisões, orientação de serviços, negociação e flexibilidade cognitiva.

Se estiver à procura de algo mais concreto e a curto prazo, o LinkedIn também divulgou recentemente quais devem ser as habilidades profissionais mais buscadas no Brasil em 2017.

Em sintonia com o momento atual, muitas delas são bastante tecnológicas, como desenvolvimento mobile e software de integração e middleware. Mas há demanda por habilidades um pouco mais offline, como análise estatística de dados aplicada à área de recursos humanos, desenvolvimento de negócios e gerenciamento de relacionamentos.

Manter-se atualizado com as tendências do mercado faz com que alguns saiam à frente dos outros, algo ainda mais interessante durante uma crise ou logo depois dela. São aquelas pessoas que parecem ter previsto o futuro, como designers que se especializaram há anos em interfaces ou experiência do usuário e profissionais de marketing que dominaram SEO antes desse termo viralizar.

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Assim, refletir sobre o futuro do seu campo de interesse profissional nunca foi tão importante. Afinal, os avanços trazem consigo novas profissões – e novas oportunidades. “A característica mais importante para qualquer profissional hoje é a flexibilidade em todas as suas direções: disponibilidade para aprender novos sistemas, para trabalhar com equipes multidisciplinares, para mudar de área e de cidade”, conclui Fernanda. Um novo mundo, de fato.

Este artigo foi originalmente publicado por Na Prática, portal da Fundação Estudar

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