Se eu fizer um curso de Comércio Exterior posso fazer uma pós em Relações Internacionais, ou as duas áreas não têm nada a ver uma com a outra?
Enviado por Cleonice
As formações são bastante diversas. Não há impedimento formal para a realização de pós em Relações Internacionais por um profissional de Comércio Exterior, inclusive porque as universidades são livres para estabelecerem quem aceitam ou não como ingressantes em curso de especialização e mestrado ou doutorado. No entanto, as diferenças de foco são relativamente grandes, o que colocaria em dúvida tal caminho. Se seu interesse é grande por Relações Internacionais ou se de fato existe dúvida entre uma carreira ou outra, melhor seria buscar informações detalhadas e optar por uma das duas carreiras antes de pensar em complementações.
Basicamente, o profissional de Comércio Exterior trabalha com a operacionalização do comércio, ou seja, como o desembaraço alfandegário de cargas, tramitação de documentos referentes às operações comerciais, recolhimento de taxas, contratação de estocagem, logística de transporte e entrega. A formação do Internacionalista é mais voltada para a análise dos processos culturais e de economia de escala nas relações entre países diferentes.
A formação em Comércio Exterior oferece as duas modalidades de curso superior: tecnológica e bacharelado. Entre as diferenças, pode-se apontar a maior duração do bacharelado (em média 4 anos em relação a dois anos no curso tecnológico), bem como maior presença de matérias de teor teórico (consulte as grades curriculares para perceber melhor as diferenças). A formação dirige-se especificamente para o gerenciamento e a aplicação de técnicas para a viabilização de transações comerciais de produtos e serviços entre empresas ou órgãos governamentais do Brasil com os de outros países. Isso implica avaliar custos, analisar contratos considerando as legislações diferentes dos países, estudar os mercados e promover o marketing dos produtos, contratar fretes e analisar como se dará o transporte das mercadorias.
Com a intensificação das relações comerciais entre os países, bem como pelo forte desenvolvimento de algumas áreas da economia nacional, como o setor da agropecuária, tem crescido a procura por este profissional. A demanda por este profissional varia de acordo com o fortalecimento da economia, o que gera maior troca (exportação e importação) entre países e empresas.
A formação do profissional de Relações Internacionais – chamado de internacionalista – contempla elementos de direito internacional, teorias econômicas, sociologia (antropologia e política inclusive), e outros conteúdos ligados às humanidades. Ele é formado para ser um negociador em qualquer campo da atividade humana, como o político, cultural, para assuntos militares, educacionais, e não apenas o econômico. Visa otimizar as relações entre empresas, órgãos governamentais, entidades internacionais em várias áreas: política, militar, cultural, comercial, legais, de direitos civis. Quando trata de assuntos econômicos o faz de forma a contemplar determinações jurídicas, estratégias de negociação, considerações sobre as culturas dos países envolvidos, sem ocupar-se com questões operacionais e administrativas (como o desembaraço aduaneiro).
Desde que há cerca de duas décadas houve a intensificação do comércio internacional (a que muitos estudiosos chamam de “globalização” ou “mundialização do capital”) carreiras ligadas ao trato de questões econômicas, jurídicas, militares e de direitos civis que pudessem promover negociações entre países e culturas, diversas profissões ganharam destaque, entre elas a de Relações Internacionais.
Pesquise as grades curriculares dos cursos em diferentes Universidades, pois há ênfases maiores nos aspectos econômicos em algumas delas e nos políticos em outras. Considere que o domínio de uma ou mais línguas que a nativa é um requisito quase indispensável nesta profissão, mas tal domínio pode ser desenvolvido paralelamente à formação, não sendo pré-requisito para ela.
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