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Redação do Encceja: corretora revela segredos para garantir uma boa nota

O Manual do Candidato pode não trazer essa informação, mas a aparência do texto influencia, sim, na nota atribuída pelo corretor. Veja outras dicas

Por Taís Ilhéu
18 abr 2023, 17h01
corretora de redação
 (Unsplash/Reprodução)
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A redação do Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos) pede que os candidatos escrevam um texto dissertativo-argumentativo. Além disso, também é necessário seguir a frase-tema proposta pela banca – sob o risco de perder pontos por fuga ao tema. Os candidatos podem ou não colocar um título na redação, já que ele não é obrigatório. E os corretores devem analisar o texto obedecendo às mesmas quatro ou cinco competências do Enem, dependendo do nível de certificação – Ensino Fundamental ou Médio. 

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Mas todas estas informações sobre a redação do Encceja, o exame que confere certificado a pessoas que não terminaram os estudos no tempo adequado, você encontra no Manual do Candidato, na Cartilha do Participante ou mesmo em outros textos publicados aqui no GUIA DO ESTUDANTE

O que você provavelmente não vai encontrar em outros lugares é que os corretores de redação do Encceja muitas vezes são os mesmos que corrigem o Enem – apesar do grau de rigidez no processo ser diferente. Ou que eles reparam, sim, se a sua letra está bonita e seu texto está bem organizado no papel. São segredos que só quem está nos bastidores da prova sabe, e é por isso que o GUIA ouviu uma corretora de redação do Encceja e elencou dicas para quem vai fazer o exame. 

Anota aí e comece a se preparar:

Você não precisa de mais de um repertório – e nem de uma proposta de intervenção complexa

Antes de tudo, é preciso lembrar que o Encceja nasceu como um desdobramento do Enem, já que, até 2016, o exame do Ensino Médio servia não só como porta de entrada para as universidades, mas também para obter o certificado de nível de ensino. Por isso, você verá ao longo deste texto que as duas provas têm muito em comum. 

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Uma destas similaridades é que em ambas você precisa mobilizar algum repertório sociocultural – podendo ser filmes, livros, pensadores e outros – para fortalecer seu argumento. Acontece que nestes exames, ao contrário da Fuvest, por exemplo, você não precisa trazer várias referências: apenas uma basta para garantir a pontuação máxima na competência 2, que avalia este aspecto. 

Gostou da regalia?

Fica ainda melhor. Uma colher de chá que os candidatos de Encceja ganham e os de Enem, não, está na competência 5. Ela avalia a proposta de intervenção do aluno para solucionar o problema apresentado no tema, que envolve, idealmente, cinco elementos: 

  1. A ação, que é a medida em si;
  2. O agente que vai executá-la; 
  3. O meio de execução;
  4. O efeito pretendido;
  5. E um detalhamento maior de um dos elementos anteriores.

No caso do Enem, o candidato só alcança a nota máxima nesta competência se, necessariamente, mobilizar estes cinco itens na sua proposta. Já no caso do Encceja, os corretores são orientados a serem mais flexíveis: apresentando três elementos você já garante seus 200 pontos. 

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Infringir os Direitos Humanos afeta sua nota – às vezes mais do que o Manual do Candidato diz

Até o Enem 2017, ferir os Direitos Humanos significava zerar a redação na certa. Ofendeu minorias sociais ou defendeu a supressão de direitos previstos na Constituição, a nota toda ia pelo ralo. 

Uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), no entanto, mudou este entendimento e desde então os editais do Enem, assim como os do Encceja, consideram que desrespeitar os Direitos Humanos pode tirar nota do candidato, mas não zera o texto todo. 

No geral, essa nota sai justamente da competência 5. Isso, explica a corretora do Encceja, se deve ao fato de que alguns problemas sociais suscitam “paixões” e fazem com que os candidatos, ao invés de apresentarem uma proposta para solucionar o problema, criem outro. Como sugerir linchamentos, pena de morte ou algo nesta linha. 

Com isso, é muito mais comum que a infração ocorra no último parágrafo do texto, mas tem uma parte que os manuais não te contam: se o candidato comete algum desvio deste tipo em outros momentos da redação, ele pode não passar ileso

“A orientação que nós temos é que se aparecer em outra parte do texto a gente encaminha para as dúvidas pedagógicas que são instâncias superiores do Inep [instituto que organiza o Encceja]. São eles quem vão tomar essa decisão em conjunto. Nós, avaliadores, desconhecemos se este texto será zerado ou não”, afirma a corretora. 

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A aparência do texto importa 

Já tomou bronca de um professor, amigo ou familiar por escrever de forma ilegível – os famosos garranchos? Pois saiba que se o corretor do Encceja soubesse de quem é o texto que ele está corrigindo e pudesse conversar com este candidato, talvez ele fizesse o mesmo. 

A letra da redação importa, sim, no momento da correção, já que ela precisa ser ao menos legível. Mas mais do que isso, os corretores prestam atenção na aparência do texto de modo geral. A introdução, desenvolvimento e conclusão estão bem distribuídos? Há uma linha de raciocínio e as ideias não são simplesmente um fluxo de pensamento? O candidato deu aquele recuo – um espacinho – no início do parágrafo? 

Tudo isso importa, apesar de não serem critérios previstos no edital ou manual do Encceja. Eles são o que a corretora chama de “critério virtual” de avaliação e ocorrem porque, no final das contas, não é possível que a correção seja completamente isenta. Os corretores são gente de carne e osso, assim como os candidatos. Ao longo do processo, eles vão imprimindo um pouco de subjetividade, seja por terem visto muitas redações antes de finalmente chegarem naquela ou pela própria bagagem que carregam. 

Então não custa ser caprichoso e organizar bem seu texto no papel: você não tem nada a perder com isso!

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Textos autorais são mais valorizados – e ler redações nota mil pode te ajudar a exercitar isso

Uma recomendação que a corretora faz aos seus próprios alunos é que eles busquem redações nota máxima em vestibulares e as leiam atentamente. No caso do Encceja, vale se inspirar em redações nota mil do Enem, já que o formato e os critérios de avaliação são bem parecidos. 

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Sabe quando uma criança desmonta um brinquedo para ver como ele funciona por dentro? Faça esse exercício inverso com a redação! Tente localizar ali a tese do autor, os argumentos mobilizados, os recursos que ele usa para conectar um parágrafo ao outro. Tudo isso vai te dar uma dimensão de como aplicar na prática aquilo que você já sabe na teoria. 

Além disso, a avaliadora do Encceja também recomenda que o estudante compare uma redação nota máxima a outra. Neste processo, explica, ele vai perceber que o que todas elas têm em comum é que são textos autorais. Isso significa que apesar de não trazerem fatos inéditos, todas elas imprimem a leitura de mundo do candidato que as escreveu, a leitura e reflexão própria deles sobre o assunto.

“Seja nota 1000 ou 900, é uma redação que você vê que teve um trabalho com o pensamento, um projeto de texto anterior que vai transparecer de forma autoral”, finaliza.

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