Após escândalo sobre repasse de verbas que culminou na saída de Milton Ribeiro do Ministério da Educação, o engenheiro Victor Godoy Veiga foi nomeado, nesta terça-feira (29), para ocupar o cargo interinamente. Ele é servidor de carreira da Controladoria-Geral da União e atuava como secretário executivo do MEC desde julho de 2020, quando Ribeiro assumiu a pasta.
Segundo o currículo divulgado pelo MEC, Veiga é formado em engenharia de redes de comunicação de dados pela UnB (Universidade de Brasília) e fez duas pós-graduações. A primeira, em 2018, de Altos Estudos em Defesa Nacional pela Escola Superior de Guerra, e, depois, uma segunda em Globalização, Justiça e Segurança Humana pela Escola Superior do Ministério Público.
Na Controladoria-Geral da União (CGU), onde atuou de 2004 a 2020, Veiga trabalhou como auditor federal, chefe de divisão, coordenador-geral e diretor-substituto de auditoria e diretor de auditoria da área social e de acordos de leniência.
No MEC, Veiga, que era o segundo na hierarquia da pasta, sempre foi influente nas decisões do ministério. Segundo fontes ouvidas pelo UOL, o novo ministro interino deve conduzir a pasta pelo mesmo caminho do seu antecessor, Ribeiro.
Ele é o quinto nome a assumir a chefia do Ministério da Educação durante o governo Bolsonaro. Antes de Ribeiro, que teve maior tempo de atuação na pasta neste período, passaram pelo comando do MEC Carlos Alberto Decotelli – que pediu demissão do cargo antes mesmo de tomar posse -, Abraham Weintraub e Ricardo Vélez Rodriguez.
A saída de Milton Ribeiro
A exoneração de Milton Ribeiro, na segunda-feira (28), ocorreu na esteira de diversas denúncias envolvendo o repasse de verbas na pasta. Em menos de uma semana, o ministro virou alvo de um inquérito da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal por suspeitas de envolvimento em um esquema que favorecia pastores evangélicos dentro do ministério.
Em áudio obtido pela Folha de S. Paulo, Ribeiro afirma estar tratando de “um pedido especial do presidente da República”. A solicitação de Bolsonaro seria o direcionamento de verbas do ministério para prefeituras específicas, previamente negociadas por dois pastores: Gilmar Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos (Conimadb), e Arilton Moura, ligado à Assembleia de Deus. Ambos sem nenhuma relação oficial com o governo federal.
“Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, disse o ministro na conversa gravada. De acordo com reportagem d’O Estado de S. Paulo, os pastores integravam um “gabinete paralelo” dentro de MEC, controlando as verbas e a agenda do ministério.
Na carta de exoneração de Ribeiro entregue ao presidente Jair Bolsonaro, ele afirma não ser é uma despedida da pasta, e sim um “até breve”, e que voltará para ajudar seu país e o presidente após provar sua inocência.
Milton Ribeiro estava no cargo desde julho de 2021 e foi alvo de polêmicas após defender que o acesso à universidade deveria ser “para poucos”.
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