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Professores brasileiros têm os piores salários entre 40 países, diz OCDE

Relatório também aponta que o Brasil precisa fazer mais investimentos para diminuir as desigualdades socioeconômicas entre os estudantes

Por Wender Starlles
Atualizado em 17 set 2021, 18h07 - Publicado em 16 set 2021, 21h11

Professores brasileiros recebem uma das piores remunerações entre os 40 países que foram objeto de uma pesquisa sobre o impacto da covid-19 na educação. O levantamento foi feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Em média anual, o salário de um docente brasileiro gira em torno de US$ 25 mil na educação infantil e no ensino fundamental 1 e 2; e pode chegar à faixa de US$ 26 mil no ensino médio. Isso é metade da média da OCDE, que varia entre US$ 40 mil na educação infantil a US$ 51 mil no ensino médio.

Os professores de nível universitário, apesar de receberem salários maiores no país, ganham 48% menos em relação à media das outras nações.


Fonte: OCDE.

Impacto da pandemia

Em decorrência da pandemia de coronavírus, aproximadamente 1,8 bilhão de estudantes ao redor do mundo tiveram as aulas interrompidas no ano passado. Em alguns casos, a situação se estendeu até 2021. O Brasil está entre os países que fecharam as escolas do ensino médio por mais tempo, foram 178 dias ao todo, de acordo com o relatório.

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Fonte: OCDE

Os dados demonstram que as instituições de ensino permaneceram por mais tempo fechadas em países com resultados escolares mais baixos no  Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2018, como é o caso do Brasil, México, Costa Rica e Colômbia.

Entre os 37 países analisados, cerca de dois terços aumentaram o orçamento destinado à educação fundamental em 2020 para combater as consequências da pandemia. Porém, o Brasil não seguiu essa tendência de investimento na área, de acordo com a OCDE.

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“Em meio ao fechamento das escolas e a falta de professores, manter a continuidade da aprendizagem exige recursos financeiros adicionais além daqueles orçados antes da covid-19”, aponta o relatório.

Mesmo em um ano de pandemia, os gastos do Ministério da Educação (MEC) na educação básica – etapa que vai do ensino infantil ao médio – em 2020 foram os menores da última década, segundo a organização Todos Pela Educação. Dos R$ 143,3 bilhões disponíveis, apenas 81% foram gastos.

Para Manon Costinot, analista de educação da ODCE, o fechamento das escolas provocou vários desafios para o país. Um deles foi assegurar a continuidade das aulas durante a quarentena e garantir a transição para o ensino remoto. “É importante ver a pandemia como uma oportunidade de enfrentar as desigualdades que já existiam no Brasil, para repensar o modo de ensinar em termos de pedagogia e uso da tecnologia”, comenta.

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Ela ressalta que as instituições governamentais precisam encontrar maneiras de auxiliar os estudantes em dificuldade socioeconômica. “Deve-se evitar que ensino à distância amplifique as desigualdades porque pessoas menos favorecidas têm menos acesso a lugares adequados para estudar ou até mesmo à internet”, avalia.

O relatório aponta também a necessidade de mais investimentos per capita na educação. Apesar de o Brasil gastar 5% do seu PIB em instituições públicas de ensino (dos anos iniciais do ensino fundamental ao superior), o valor gasto por aluno, cerca de US$ 3,2 mil, está muito abaixo da média de US$ 10 mil de outros países da OCDE.

Desemprego entre os jovens

Durante a pandemia, a taxa de desemprego no Brasil entre jovens de 25 a 34 anos que não completaram o ensino médio atingiu o índice de 17,8%. Isso representa um aumento de três pontos percentuais em relação ao ano anterior e dois acima da média da OCDE. Porém, em países como a África do Sul, a taxa superou os 40%. Na França e na Itália, o desemprego chegou a aproximadamente 20%.

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Relatório também aponta que o Brasil precisa fazer mais investimentos para diminuir as desigualdades socioeconômicas entre os estudantes

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