Tóquio 2020: 4 curiosidades sobre a abertura das Olimpíadas
A Zâmbia desfilou antes da Islândia que desfilou antes do Brasil. O motivo? A lógica do alfabeto japonês. Entenda também as razões dos anúncios em francês
Nesta sexta-feira (23), foram inaugurados oficialmente os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. O evento está sendo realizado em 2021, devido à crise sanitária da Covid-19, que impossibilitou a realização do evento em sua data original.
A cerimônia de abertura foi realizada no Estádio Olímpico de Tóquio, inaugurado em 2019. Apesar de ter capacidade para 68 mil pessoas, o estádio não recebeu o público, comportando apenas convidados e representantes das nações participantes. Ao todo, cerca de 11 mil atletas de 206 nações, incluindo a Equipe Olímpica de Refugiados, participam dos Jogos Olímpicos
GUIA separou algumas curiosidades sobre o evento. Vem ver:
Delegação de refugiados?
Em 2016, nas Olimpíadas do Rio, surgiu uma nova delegação competidora: a Equipe Olímpica de Refugiados do COI (Comitê Olímpico Internacional). Na estreia, foram apenas 10 jogadores, mas em 2021, os refugiados serão representado por 29 atletas, originários de dez países diferentes.
E como são selecionados? O COI tem um programa de bolsas, que beneficia 56 atletas refugiados em todo o mundo. Foram selecionados 25 entre eles utilizando critérios de desempenho esportivo e antecedentes pessoais. Outros 4 atletas entraram para o time por meio de um programa da Federação Internacional de Judô.
Eles treinam em diferentes partes do mundo, incluindo o Brasil. Popole Misenga, original da República Democrática do Congo, vive no Brasil desde 2013 e treina no Rio de Janeiro, sendo o único da equipe com base em terras tupiniquins.
Que ordem de países foi essa?
Você pode ter estranhado ver a equipe brasileira entrando bem depois da Zâmbia ou a Islândia ser um dos primeiros países da lista. O motivo para essa ordem inusitada é a lógica do alfabeto japonês, que separa a escrita por sílabas fonéticas.
O hiragana segue uma ordem que começa com as vogais, mas também em sequência diferente da ocidental. As primeiras “letras” são, a, i, u, e, o e, depois, vêm as consoantes. Estas se ordenam assim: k, g, s, z, t, d, n, h, b, p, m, y, r, w. Como o alfabeto funciona por sílabas, a ordem conta com a variação de cada consoante, ou seja: “ka, ki, ku, ke, ko”, o mesmo com a letra G e assim por diante.
Além disso, há exceções na ordem, baseado em fatos específicos dos Jogos Olímpicos. Por ter sido o berço das Olimpíadas, a Grécia é a primeira delegação a marchar. Este ano, ela é seguida pela Equipe de Refugiados, que carrega uma bandeira com o símbolo dos Jogos.
No fim da fila, ficaram os Estados Unidos e a França, que sediarão os próximos Jogos (Paris, em 2024, e Los Angeles, em 2028). Por último, seguindo a tradição de fechar o desfile com o país sede, entrou o Japão.
Ué, cadê os atletas brasileiros?
A delegação brasileira levou 302 atletas para os jogos deste ano. Mesmo assim, na cerimônia de abertura caminharam pelo estádio apenas quatro pessoas. Isso porque o Comitê Olímpico Brasileiro escolheu reduzir esse número ao máximo, para evitar aglomerações e assegurar o distanciamento social durante a abertura.
Quem levou a bandeira do Brasil desta vez foram os atletas Bruninho, do vôlei, e Ketleyn Quadros, do judô – a primeira mulher negra a desempenhar esse papel na história do nosso país. A princípio, só os dois atletas e Marco La Porta, o chefe da missão estariam no evento. Mas, como era necessária a presença de um interlocutor entre os brasileiros e os organizadores, foi incluído um oficial administrativo.
Por que houve anúncios em francês?
Na verdade, o francês é utilizado em todos os Jogos Olímpicos, não apenas em Tóquio. Trata-se de uma homenagem ao francês Pierre de Coubertin, que fundou o Comitê Olímpico Internacional, em 1915. Por isso, desde então, o COI considera a língua como universal, ao lado do inglês. Os anúncios devem ser feitos nas duas línguas e, depois, na língua oficial do país sede.
Por muito tempo, o francês foi considerado o idioma da diplomacia, usado como padrão até hoje em muitos órgãos internacionais, como a ONU. Todos os secretários-gerais falam a língua francesa fluentemente.