No final de janeiro, o Ministério da Educação realizou as inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do primeiro semestre de 2016. Mais de 400 mil estudantes se inscreveram no programa, que ofereceu 250.279 vagas em 1.337 instituições de educação superior – a prioridade das vagas ficou para os cursos de engenharias, com 34.557 vagas; formação de professores, com 47.115 vagas, e áreas de saúde, com 76.092 vagas.
– Aprovados no Fies já podem contratar financiamento
Apesar da ajuda do governo federal, muitos estudantes não conseguiram uma vaga e terão que procurar uma alternativa para continuar pagando os estudos. O problema é: nenhum outro financiamento tem taxas de juros anuais tão baixas como a do Fies (6,5% ao ano).
Por isso, para não se enterrar em dívidas, é preciso tomar alguns cuidados. Para ajudar você a saber qual a melhor forma de pagar os seus estudos, o GUIA DO ESTUDANTE conversou com um consultor financeiro que dá dicas de como agir de forma segura.
1 – O primeiro passo
A primeira coisa que você deve fazer é avaliar se o financiamento é a melhor solução para o seu problema. O consultor financeiro Erasmo Vieira orienta que o crédito privado deve ser uma das últimas alternativas a se buscar. “Tudo que é financiado tem juros e os juros irão elevar o preço do valor final pago no financiamento estudantil”, explica o consultor. Antes de recorrer ao banco, veja se você já tentou essas outras saídas:
– Já conversou com a faculdade sobre a possibilidade de conseguir uma bolsa?
– Se é você quem paga suas próprias despesas: há a chance de conseguir uma promoção no seu emprego ou de procurar outra colocação que eleve o seu salário?
– Se são seus pais: o orçamento familiar pode ser reorganizado para encaixar as mensalidades da faculdade? Dá para cortar alguma despesa supérflua?
É importante tentar outras soluções porque financiar uma faculdade é coisa séria. A dívida poderá acompanha-lo por longos anos depois de formado e, como aponta Vieira, nem sempre um diploma em curso superior é sinônimo de salário polpudo imediato: “A universidade melhora a empregabilidade, mas não garante o emprego para você ter a renda e quitar a dívida no futuro. Às vezes o jovem até poderia pagar o curso, mas ele prefere jogar a dívida mais para frente porque quer aproveitar a vida, ir para balada, comprar um carro… Mas uma hora ele vai ter que pagar e com juros”, alerta.
2 – Pesquise bem antes de fechar contrato
Para quem não tem outra saída, o crédito estudantil é melhor do que os demais tipos de crédito, como o cheque especial e os empréstimos bancários tradicionais, chamados de CDC (Crédito Direto ao Consumidor). As taxas de juros são menores e o prazo para pagar a dívida pode ser negociado.
Muitas universidades mantêm convênios com instituições financeiras que oferecem condições melhores aos alunos. Vale a pena conhecer esses planos. Mas fique atento! Apesar da promessa de taxas menores, o recomendado é que você compare esses pacotes com outras fontes de financiamento.
Empresa realiza feirão universitário |
A empresa de crédito estudantil Pra Valer realiza até domingo (21), o Feirão Sem Juros do PRAVALER. O aluno que contratar o crédito nas universidades participantes do evento não pagam juros ao longo de todo o financiamento e as parcelas começam a ser pagas só em maio. Para se cadastrar, é só acessar o site do Pra Valer, checar as faculdades parceiras envolvidas nessa ação, simular a possibilidade de crédito e iniciar o processo de contratação. Os pré-requisitos para contratar são os seguintes: o aluno precisa de um fiador, e a renda dos dois somada deve ser de, no mínimo, duas vezes e meia o valor da mensalidade. Por exemplo: se a mensalidade for de R$ 1000, os dois precisam apresentar juntos uma renda de, pelo menos, R$ 2500. Se o aluno não tiver renda, tudo bem, o fiador pode comprovar esse valor sozinho. Além disso, os dois não podem ter o nome negativado. A partir daí, é só se inscrever no site e aguardar a análise de crédito do programa. |
Olho no orçamento
“O principal cuidado é avaliar se a prestação cabe no orçamento sem estresse”, aconselha Erasmo Vieira. Com o Fies, o estudante só paga depois de formado, mas em muitos planos de financiamento privado é necessário pagar uma “mensalidade” ao banco logo no primeiro mês de contrato. Por isso, é importante pesquisar em diversas instituições financeiras antes de fechar o contrato. “Oriento para que o estudante financie o mínimo possível no menor prazo, desde que a prestação caiba no seu orçamento”, diz o especialista.
Não existem fórmulas mágicas para saber quanto você pode gastar por mês com o financiamento, segundo Vieira. É preciso botar no papel todas as despesas fixas que não podem ser cortadas e avaliar o que pode ser economizado para pagar as parcelas do valor negociado. “Vejo pessoas que estão ficando inadimplentes porque não fazem planejamento e, mesmo não cabendo no orçamento, colocam [o financiamento] forçadamente”, revela o consultor.
Além disso, é preciso contar com imprevistos. Vale a pena guardar em uma poupança pelo menos um pouquinho por mês, caso você perca o emprego ou fique doente. A boa notícia é que, se você não conseguir pagar as parcelas do empréstimo, não precisará largar a faculdade. “No financiamento, a instituição financeira garante o pagamento do período combinado à universidade e a pessoa pode se formar e receber o diploma. Se não pagar, ficará endividada com o banco e não com a faculdade”, explica Vieira. Em todo caso, é importante checar essa garantia na hora de assinar o contrato.
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