da redação
Mais de um quarto dos estudantes brasileiros de 5ª a 8ª séries disse ter sofrido maus tratos por parte de colega de escola no ano passado. O número é da pesquisa “Bullying no ambiente escolar”, divulgado na última quarta-feira (14) pela ONG Plan Brasil. Foram entrevistados 5 168 de escolas particulares e públicas de todo o país.
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Foram considerados maus tratos os episódios de violência física e moral, como insultos e humilhações. Quando esse tipo de quadro se repete mais de três vezes no ano, para a pesquisa, está caracterizado o quadro de “bullying” – que atinge 10% dos estudantes entrevistados.
Os meninos são o maior alvo das brincadeiras maldosas dos colegas: mais de 34,5% dos entrevistados do sexo masculino disseram ter sofrido agressão no ano passado.
Os pesquisadores estimam que os números sejam ainda mais elevados, já que muitos estudantes teriam vergonha em admitir ter sido vítimas de violência na escola. Mais de 70% dos entrevistados afirmaram ter visto, pelo menos uma vez no ano, colega ser maltratado por outro na escola.
Os xingamentos estão entre os mau tratos mais frequentes nas escolas brasileiras – atingiram 9,8% dos entrevistados. Apelidos, ameaças e insultos às famílias dos estudantes vêm na sequëncia, com 5,7%; 4,8% e 4,7% de frequência. Socos, chutes e empurrões foram apontados como agressões sofridas por 3,8% dos estudantes.
É NORMAL?
Consideradas "normais" por muitos pais e professores, as pequenas agressões são motivo de preocupação para os pesquisadores. "Elas ocorrerem quase sempre em sala de aula, sem que a
presença do professor altere a probabilidade de sua manifestação. [A violência na escola] tende a ser uma etapa inicial desencadeadora de processos de maus tratos que, em sua repetição, tornam-se mais violentos", diz o texto do relatório.
Os alunos entrevistados pela descrevem as vítimas do bullying como estudantes “diferentes”, que possuem “algum traço físico marcante, algum tipo de necessidade especial, roupas consideradas diferentes, objetos ou bens consumo de bens indicativos de status sócio-econômico superior ao dos demais alunos”, segundo o texto.
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