Um guia para o novo momento da literatura nos vestibulares
Fuvest, Unicamp e até Enem passaram a cobrar livros de autores vivos – e muito mais diversos
Qual não seria a reação da escritora e educadora Nísia Floresta (1810-1885) ao saber que, no Brasil de hoje, as mulheres representam 59% das matrículas nas universidades*, sendo maioria nesse espaço. No século 19, em que Nísia viveu e publicou seus famosos ensaios em defesa do direito à educação para as mulheres, essa era uma realidade inimaginável.
Sim, é fato que mais de dois séculos nos separam da autora de Opúsculo Humanitário. Caminhamos devagar, mas caminhamos. A história muito recente nos dá provas disso: entre 2010 e 2017, nenhuma mulher figurava na lista de leituras obrigatórias da Fuvest, vestibular da Universidade de São Paulo (USP). Nas sete edições seguintes, uma ou outra atravessou a peneira, como Cecília Meirelles.
Mas, em 2024, a mudança foi radical. A fundação divulgou uma lista de livros composta exclusivamente de autoras mulheres – e mais: algumas delas vivas e contemporâneas. Este ano, ao fazerem o vestibular da USP, os candidatos devem se deparar com excertos de Conceição Evaristo, poemas de Narcisa Amália e ensaios da considerada “primeira feminista do Brasil”, Nísia Floresta.
Um e-book elaborado pelo GUIA DO ESTUDANTE marca esse novo momento dos vestibulares, em que não apenas mulheres, mas também autores negros e indígenas, tornam-se porta de entrada para as universidades. Alguns deles são bastante conhecidos pelos leitores e pela crítica, como Itamar Vieira Junior, com seu Torto Arado.
+ Qual a razão do sucesso de Torto Arado?
Nas mais de cem páginas do e-book, que você baixa de graça clicando aqui, o leitor encontrará resumos e análises de 16 livros cobrados nas provas, passando pelos grandes vestibulares paulistas, Fuvest e Unicamp, e por outros espalhados pelo Brasil, como o da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
Vai fazer apenas o Enem? Ainda vale a pena baixar! O Exame Nacional do Ensino Médio não divulga uma lista de livros obrigatórios, mas frequentemente aborda obras brasileiras. Ao longo do livro, indicamos com um selo as maiores apostas para o exame – ele aparece no alto da página, ao lado da indicação do vestibular em que o livro é cobrado.
A última surpresa é que algumas das análises são acompanhadas por comentários dos próprios autores dos livros em entrevista ao GUIA DO ESTUDANTE. Já imaginou se Machado de Assis estivesse vivo para nos dar dicas sobre a leitura de Memórias Póstumas de Brás Cubas? Pois é, sermos contemporâneos de Conceição Evaristo ou Ailton Krenak nos dá o grande privilégio de escutar quem escreveu.
E, por fim, vale lembrar: nada substitui a experiência de ler todas essas obras do início ao fim, sentindo o frio na barriga junto com cada personagem, se maravilhando com as reviravoltas e se emocionando com o desfecho. Por aqui, a gente apenas te guia nesse caminho.
* Dado do Censo da Educação Superior 2023
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