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Revolução dos Cravos: o movimento pacífico que derrubou um ditador

Por fazer aniversário redondo em 2024, o tema pode ser abordado nos vestibulares. Conheça os antecedentes e consequências

Por Redação
25 abr 2024, 10h00
revolução dos cravos
 (Henrique Matos/Wikimedia Commons)
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Há 50 anos, em 25 de abril, acontecia o movimento que colocaria fim na ditadura de Portugal, derrubando o líder autoritário Marcello Caetano (sucessor de António de Oliveira Salazar) e dando início ao processo de democratização do país. Era a Revolução dos Cravos.

O evento recebeu esse nome porque, durante a revolução, muitos soldados e civis colocaram cravos vermelhos nos canos das armas e nas fardas, como forma de expressar a natureza pacífica e praticamente sem derramamento de sangue do movimento. 

Liderada pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), um grupo de militares que se opunha às restrições impostas pelo regime autoritário e que era contra a colonização de nações na África, a revolução desencadeou uma série de eventos políticos e sociais, e culminou na aprovação de uma nova constituição em 1976. 

A Revolução dos Cravos é um marco importante na história portuguesa. Para se ter uma noção, ela é celebrada anualmente no país como o Dia da Liberdade.

Por fazer aniversário redondo em 2024, o tema exige uma atenção redobrada dos vestibulandos, já que pode ser cobrado na prova de História ou como gancho em questões de outras áreas. 

Entenda o que foi a Revolução dos Cravos, de suas causas às consequências.

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Causas

Existem múltiplas causas para a Revolução dos Cravos e elas são reflexo de fatores políticos, sociais e econômicos acumulados ao longo das décadas em que o regime do Estado Novo esteve em vigor. 

Na ditadura iniciada por António de Oliveira Salazar e continuada por Marcello Caetano, as liberdades civis e políticas dos indivíduos eram reprimidas, a imprensa enfrentava censura e a atividade política sofria restrições. Tudo isso gerava um grande descontentamento entre os cidadãos.

Portugal também estava envolvido em guerras coloniais longas e impopulares. Esses conflitos, que começaram nos anos 1960, drenavam os recursos econômicos do país e matavam muitos portugueses. Com o tempo, as pessoas passaram a se questionar sobre a validade e o custo humano dessas guerras.

A economia também não ia bem. Portugal enfrentava uma forte estagnação econômica, em grande parte porque sua política colonial gerava um isolamento em relação às outras nações. A falta de modernização e a baixa qualidade de vida em comparação a outros países europeus também alimentaram a insatisfação popular.

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Além disso, muitos membros das forças armadas, principalmente os oficiais de nível intermediário, não estavam satisfeitos com as condições de serviço, a falta de promoções e o desgaste do exército nos conflitos nas colônias. Assim, eles formaram o Movimento das Forças Armadas (MFA), que se tornaria o precursor da revolução.

Estes fatores criaram um ambiente onde um golpe militar soava como a única saída para alterar o curso do país e suprir a insatisfação da sociedade. Vale destacar que, além do caráter pacífico, a Revolução dos Cravos foi caracterizada por seu amplo apoio popular.

Consequências

Hoje, cinco décadas depois da queda do regime ditatorial em Portugal, as liberdades civis retornaram e o país vive um ambiente político mais aberto e democrático.

Outra consequência foi a aceleração dos processos de descolonização das colônias africanas de Portugal, como Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. ]

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+ Conheça os dois únicos países africanos não colonizados por europeus

Além disso, foi desencadeada uma série de reformas sociais e econômicas, incluindo melhorias nos direitos dos trabalhadores, segurança social e sistemas de saúde. 

Nos anos imediatamente seguintes à revolução, no entanto, Portugal viveu um período de certa instabilidade política. Foram diversas mudanças governamentais e lutas pelo poder entre partidos de diferentes ideologias, desde movimentos socialistas e comunistas até forças moderadas e conservadoras.

Vale também destacar que a liberdade de expressão que surgiu após a Revolução dos Cravos permitiu uma renovação cultural, com um boom de novos movimentos na literatura, na arte, no cinema e na música, como um reflexo das transformações do país.

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No vestibular

O tema pode ser abordado de diversas maneiras nas provas. Podem aparecer, por exemplo, questões sobre as causas da Revolução dos Cravos, como o descontentamento com o regime autoritário, as guerras coloniais e as condições econômicas. Também podem ser cobradas as consequências do movimentos, incluindo as mudanças políticas em Portugal e o processo de descolonização.

Além disso, é importante que o vestibulando saiba analisar o impacto da revolução na política portuguesa contemporânea e sua influência sobre outros movimentos de descolonização ou revoluções pacíficas pelo mundo.

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