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Quem foi Tarsila do Amaral e qual sua importância

Um dos maiores nomes da arte brasileira, Tarsila fez parte do movimento artístico modernista, e inaugurou uma nova fase nas artes visuais

Por Karolina Monte
Atualizado em 13 dez 2023, 12h28 - Publicado em 5 jun 2023, 19h00

Uma das mais conhecidas artistas brasileiras e ícone do Modernismo, Tarsila do Amaral nasceu em 1º de setembro de 1886 na cidade de Capivari, estado de São Paulo. Parte de uma família rica, dona da Fazenda São Bernardo, Tarsila teve acesso a uma excelente educação – aprendeu francês desde a infância, por exemplo, o que lhe foi útil durante sua estadia na Europa.

Em 1901, aos 16 anos, Tarsila pinta seu primeiro quadro, “Sagrado Coração de Jesus”. Aos 20, casou-se com um primo, o médico André Teixeira Pinto, e com ele teve sua primeira e única filha, Dulce. O casamento durou cerca de oito anos. O marido de Tarsila não aprovava sua dedicação à arte, e exigia uma postura mais recatada e doméstica. Por conta disso, Tarsila decidiu pela separação e, graças à influência de sua família, conseguiu a anulação do matrimônio.

Em 1916, já separada, estuda modelagem em barro no ateliê de William Zadig, escultor sueco que vivia na capital de São Paulo. No ano de 1918, volta a dedicar-se à pintura, estudando com o artista Pedro Alexandrino. Foi durante este período que Tarsila conheceu Anita Malfatti, outro grande nome do modernismo brasileiro.

Em 1920, vai morar em Paris para aprofundar-se nos estudos de escultura e pintura. Ingressa na Académie Julien e toma aulas com o pintor Emile Renard. Lá, teve uma convivência fértil com os artistas de vanguarda do início do século 20.

Em 1922, retorna para São Paulo. Embora não tenha participado da Semana de Arte Moderna de 1922, por intermédio de Anita Malfatti, Tarsila torna-se membro do “Grupo dos Cinco”, idealizador da Semana de 22 e que inaugurou o período modernista no Brasil. Além de Tarsila, o grupo era formado por Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfatti e Menotti Del Picchia.

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Tarsila do Amaral faleceu em 17 de janeiro de 1973, aos 86 anos, na cidade de São Paulo.

O GUIA DO ESTUDANTE conversou com Maurício Soares Filho, mestre em Literatura Brasileira e professor do curso Anglo, para entender a importância de Tarsila do Amaral como artista brasileira.

A influência de Tarsila

Tarsila era uma mulher de personalidade forte, e transpassou isto em seus traços artísticos, que o tornou muito pessoal nas artes visuais brasileiras, rompendo com o machismo vigente na época.

A artista fez parte do expressionismo, e nunca abandonou seu traço marcante e característico, sendo reconhecida pelo seu estilo único. Durante toda sua careira, fez questão de representar o Brasil urbano e rural da época, com personagens e elementos identificáveis da nossa cultura. Para isso, utilizou-se de cores fortes e marcantes, além de paisagens típicas.

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A condição social de Tarsila possibilitou diversos encontros com artistas europeus renomados da época, como Picasso e Brancusi. Já o contato com brasileiros, como Villa-Lobos e Di Cavalcanti, teve importante papel no desenvolvimento de seu repertório e também estilo pessoal.

A partir de todas estas referências, Tarsila tornou-se a musa do Modernismo, mesclando os recursos expressivos europeus para retratar temáticas e discussões tipicamente brasileiras.

A artista percorreu diversas fases e estilos próprios. A fase que ficou conhecida como Pau-Brasil, por exemplo, carrega a marca do concretismo que Tarsila aprendeu com o pintor Fernand Léger, explica Maurício Soares.

Tarsila revolucionou a arte em produção no Brasil até aquele momento do país, e propôs uma nova perspectiva na representação visual. Anos mais tarde, depois da quebra da Bolsa de Nova York e da crise mundial, Tarsila foi capaz de se reinventar e desenvolver importantes trabalhos de temática social e crítica. Estão nessa fase obras marcantes como “Segunda classe” e “Operários”, ambos de 1933.

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A importância de Abaporu

A obra mais conhecida de Tarsila do Amaral é o quadro “Abaporu” (1928) que foi dado de presente para Oswald de Andrade, seu marido na época. Junto com Raul Bopp, Oswald nomeou a pintura de “Abaporu”, que em tupi-guarani significa “homem que come gente”.

“A tela é considerada o início e melhor exemplo da Antropofagia nas artes visuais e teve seu desenho impresso no primeiro número da Revista da Antropofagia, em maio de 1928,  juntamente com a publicação do Manifesto Antropófago, elaborado por Oswald”, conta Maurício.

Os elementos presentes no quadro expressam com maestria várias características das obras de Tarsila, como a referência a símbolos nacionais e tropicais (o sol e o cacto). Além disso, Tarsila adota o primitivismo ao retratar uma figura humana com membros aumentados e conectados com o solo. Essa figura faz referência ao “indígena antropófago” – a cabeça pequena mostra que o diálogo com o mundo não se dá pela racionalidade.

“As cores da bandeira brasileira, sobretudo o verde, o amarelo e o azul também são elementos que permitem que a tela seja considerada uma espécie de representação do país na arte moderna”, afirma o professor de Literatura.

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A obra foi arrematada por um colecionador argentino por 2,5 milhões de dólares e, posteriormente doado ao MALBA (Museu de Arte latino-americana de Buenos Aires).

Outras obras da fase antropofágica de Tarsila do Amaral são A Lua (1928), O Lago (1928), Cartão Postal (1929) e Sol Poente (1929).

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