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Quem foi Kirk Douglas e o que foi a Era de Ouro de Hollywood?

Confira oito clássicos do ator, que morreu aos 103 anos

Por Juliana Morales
Atualizado em 29 set 2020, 10h32 - Publicado em 7 fev 2020, 17h30
 (Wikimedia Commons/Reprodução)
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Kirk Douglas, grande ator e cineasta americano, morreu – de causa não divulgada –  aos 103 anos na última quarta-feira (5), em Los Angeles. Fica na memória como uma lenda do cinema e uma das últimas grandes estrelas da Era de Ouro de Hollywood, período que começou na década de 1920 e se estendeu até o fim dos anos 1960.

Issur Danielovich Demsky nasceu em dezembro de 1916 em Amsterdã, estado de Nova York, filho de imigrantes judeus vindos da Rússia. Adotou o nome Kirk Douglas ao entrar na Marinha, em 1941, tendo permanecido alistado até o fim da Segunda Guerra.

Pai dos atores Michael Douglas e Eric Douglas, e dos produtores Peter Douglas e Joel Douglas, formou-se em artes dramáticas em 1939, e na sequência recebeu uma bolsa de estudos para pós-graduação na Academia de Artes Dramáticas de Nova York, concluindo o curso em 1941. Estreou nos cinemas em 1946, no drama noir O Tempo não Apaga, dirigido por Lewis Milestone.

Na sua lista memorável de atuação, estão quase cem filmes. Kirk fez vilões e heróis, em dramas, comédias e filmes de aventura. Com seu talento e versatilidade, interpretou papéis marcantes do cinema, do pintor Vicent van Gogh até Doc Holliday, lenda do velho oeste. E o mais importante de sua carreira: o escravo Espártaco, em Spartacus (1960), filme no qual ele também foi produtor. 

Foi indicado ao Oscar três vezes. A primeira delas, em 1950, na categoria de melhor ator por O Invencível, de Mark Robson, com o papel de um pugilista. Depois como o cruel produtor de Assim Estava Escrito, em 1953. E vivendo Van Gogh em Sede de Viver (1956) recebeu mais uma indicação.

Apesar de não alcançar a estatueta, venceu três Globos de Ouro e três troféus do Emmy. Em 1996, ganhou um Oscar honorário, então em celebração aos 50 anos de carreira. No mesmo ano, sofreu um AVC que debilitou sua fala, dificultando sua carreira desde então.

Veja oito clássicos do cinema para relembrar a carreira de Kirk Douglas:

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O Tempo não Apaga (1946)

Apesar da família da noiva ser contra, os jovens apaixonados Martha Ivers (Barbara Stanwyck) e Sam Masterson (Van Heflin) faziam planos de se casar. Mas, um grave acidente separa o casal. Depois de anos, Sam retorna mas Martha está casada com o advogado alcoólatra Walter O’Neil (Kirk Douglas).

A Montanha dos Sete Abutres (1951)

O repórter Chuck Tatum (Kirk Douglas) chega no Novo México e começa a trabalhar em um jornal local, após passar por vários empregos. Tudo parece muito monótono para Tatum, até que ele fica sabendo de um caçador de tesouros (Richard Benedict) preso em uma mina. Então, ele decide transformar a história em uma sensação na mídia. 

20.000 Léguas Submarinas (1954)

Professor Pierre M. Aronnax (Paul Lukas) e seu assistente Conseil (Peter Lorre) estão em São Francisco para pesquisar relatos de um monstro marinho gigante atacando navios no Oceano Pacífico. Em uma expedição para procurar a criatura, eles e o arpoador Ned Land (Kirk Douglas) são lançados ao mar durante um ataque e acabam descobrindo a verdade: o monstro é  um submarino pilotado pelo assombrado Capitão Nemo (James Mason).

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Sede de viver (1956)

Trata-se da biografia do pintor Vincent Van Gogh com base em sua correspondência com o irmão, que o incentivou moral e financeiramente. O filme mostra tanto a genialidade como a mente atormentada do artista.

Glória Feita de Sangue (1957)

Durante a Primeira Guerra Mundial, o general-comandante Broulard (Adolphe Menjou) manda seu subordinado, o general Mireau (George Macready) atacar a trincheira alemã, em troca de uma promoção. Mireau ordena, então, seu subordinado, o coronel Dax (Kirk Douglas), planejar o ataque. Mas não dá certo e o general Mireau exige a corte marcial de três soldados, aleatoriamente escolhidos para manter as aparências.

Duelo de Titãs (1959)

Catherine (Ziva Rodann) e seu filho Petey (Lars Henderson) estão andando de charrete quando são atacados por dois desconhecidos. Petey consegue roubar o cavalo de um deles e fugir para a cidade, onde encontra o pai, Matt Morgan (Kirk Douglas), xerife local de reputação ilibada, que volta para o local com o garoto.

Quando chegam lá, encontram a mulher já morta. Matt jura que irá encontrar o assassino, mas possui apenas uma sela do cavalo, com a inicial CB, como pista. O dono da sela é Craig Belden (Anthony Quinn), antigo companheiro de Matt.

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Spartacus (1960)

Espártaco (Kirk Douglas), escravo em uma mina na Líbia, sonha em ser um homem livre. Mas um treinador de gladiadores o compra para treiná-lo para lutas no Coliseu romano. Depois de vencer um combate, o escravo, ao se recusar a matar seu adversário, transforma-se no líder de uma revolta de escravos. O clássico é baseado na história desse guerreiro que apavorou Roma.

Sete Dias de Maio (1964)

O militar Martin Casey (Kirk Douglas) se depara com um dilema, ao descobrir uma conspiração do seu chefe para derrubar o presidente dos EUA, que acaba de negociar um tratado de paz controverso. O que ele deve fazer? Seguir as ordens em silêncio ou trair sua autoridade?

O que foi a Era de Ouro de Hollywood?

Kirk Douglas é considerado uma das últimas grandes estrelas da Era de Ouro de Hollywood. Mas, o que foi esse momento? Relembre.

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Com o declínio do cinema mudo, a partir da década de 1920, começou a Era de Ouro de Hollywood. O período ficou marcado por fórmulas de sucesso, como as comédias pastelão, musicais e filmes biográficos. 

A base da indústria cinematográfica nessa época era o “sistema de estúdios”, que representava o controle total da produção, distribuição e exibição dos filmes. Um modo de produção do cinema inspirado nas demais indústrias americanas. Os principais estúdios, como 20th Century Fox, RKO Pictures, Paramount Pictures, contavam com milhares de profissionais fixos (atores, diretores, produtores, roteiristas, técnicos, dublês).

Eles também eram proprietários de inúmeras salas de cinema, que exibiam seus próprios filmes. Nesse cenário, surgiu também o “sistema de estrelas”: as grandes atrizes e atores do cinema tinham um papel fundamental no modo de produção dos estúdios. Eram eles quem divulgavam as obras, inspiravam o público e traziam a audiência para as salas.

Apesar das regras rígidas para a produção cinematográfica, era possível arriscar, sem um orçamento muito grande. Foi nesse período, inclusive, que boa parte dos maiores filmes do cinema norte-americano foram realizados, como Cidadão Kane (1941).

No final dos anos 1940, o “sistema de estúdios” perdeu força, com o ato federal chamado Anti-Trust Act, que separou os processos de produção e de exibição dos filmes. Além da chegada da televisão, que fez com que os estúdios buscassem novas estratégias para competir com o novo formato. Consequentemente, a Era de Ouro de Hollywood também foi enfraquecendo.

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